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2010 foi o ano mais quente já registrado

O responsável afirmou que "a última década foi a mais quente registrada" desde a existência das estatísticas, no fim do século XIX

Navio de pesquisas e abastecimento alemão navega no Ártico (AFP)

Navio de pesquisas e abastecimento alemão navega no Ártico (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 19h32.

Genebra - A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, anunciou nesta quinta-feria em Genebra que 2010 foi o ano mais quente já registrado, o que confirma uma tendência "significativa" de aquecimento global a longo prazo.

O ano passado "foi o mais quente já registrado, superando ligeiramente 2005 e 1998", explicou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, em uma coletiva de imprensa.

Os últimos dados coletados pela organização, a partir de informações do Escritório Meteorológico do Centro Britânico Hadley, da Nasa e do Centro Nacional de Dados Climáticos americano, confirmam assim avaliações preliminares baseadas em um período de 10 meses que foram apresentadas na cúpula mundial sobre o clima em dezembro passado, em Cancún (México).

Também confirmam "uma tendência signficativa de aquecimento da Terra a longo prazo", acrescentou Jarraud.

O responsável afirmou que "a última década foi a mais quente registrada" desde a existência das estatísticas, no fim do século XIX.

Especificamente, as temperaturas em 2010 foram 0,53 graus mais elevadas do que as médias registradas entre 1961 e 1990.

São superiores 0,01 graus em relação às de 2005 e 0,02 graus em comparação com 1998, de modo que estes três anos são praticamente iguais estatisticamente.

O ano de 2010 também foi marcado pelo "prosseguimento do degelo da calota polar ártica", e por isso "não há uma boa notícia", lamentou Jarraud.

Efetivamente, em dezembro a superfície da calota polar ártica foi a menor já registrada, ao diminuir 1,3 milhão de metros quadrados em comparação com a média dos meses de dezembro de 1979 a 2000.

Estes dados foram registrados "apesar de um fenômeno La Niña bastante forte", acrescentou Jarraud, ressaltando que o ano foi marcado por grandes diferenças.

Regiões como África ou o oeste da Ásia, Groenlândia e o norte do Canadá sofreram com temperaturas muito altas. Pelo contrário, o ano foi mais frio no norte da Europa e no centro e leste da Áustrália.

E dezembro foi muito frio em grande parte da Europa, sobretudo na Noruega, Suécia e no centro da Inglaterra.

O ano viveu fenômenos climáticos extremos, como a onda de calor na Rússia, e as inundações no Paquistão, Brasil, Sri Lanka e Austrália, destacou a OMM.

Embora a situação na Austrália pareça ser causada por La Niña (fenômeno meteorológico caracterizado por temperaturas baixas na superfície da água do setor central e oriental do Pacífico), não há certeza sobre a origem das demais catástrofes, explicou Jarraud.

Mas o que parece certo - disse - é que "infelizmente" a tendência caminha em direção a "um aumento destes fenômenos" extremos.

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