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119 são mortos em incêndio em abatedouro na China

O fogo ainda não pôde ser completamente extinto


	Vítima recebe atendimento em hospital depois de ser resgatada do incêndio: cem pessoas conseguiram escapar
 (AFP)

Vítima recebe atendimento em hospital depois de ser resgatada do incêndio: cem pessoas conseguiram escapar (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 12h00.

Pequim - Pelo menos 119 pessoas morreram em um incêndio nesta segunda-feira em um abatedouro de aves na província de Jilin, no norte da China, enquanto continuam os trabalhos de resgate em uma das piores catástrofes deste tipo nos últimos anos.

Segundo as autoridades locais, citadas pela agência oficial "Xinhua", quando o fogo começou havia mais de 300 trabalhadores no interior do abatedouro, dos quais cerca de 100 conseguiram escapar, apesar de a principal porta de saída estar fechada.

O incêndio começou às 6h06 locais (19h06 de domingo em Brasília), em um abatedouro da companhia Jilin Baoyuanfeng, a 100 quilômetros de Changchun, capital da província.

"Comecei a trabalhar às 6h da manhã junto com outros 100 companheiros. Pouco depois, alguém gritou e conseguimos alcançar a saída", disse Wang Fengya à "Xinhua", após conseguir escapar.

A funcionária acrescentou que, após cair várias vezes, viu como "as chamas engoliam a fábrica e as luzes se apagavam".

Wang foi transferida junto com outros três companheiros ao hospital central de Changchun, onde permanecem internados vários feridos, a maioria com problemas respiratórios após terem inalado gases tóxicos.

No total, estima-se que pelo menos 54 pessoas foram levadas para centros médicos para receber tratamento após o acidente.

Outra sobrevivente, Guo Yann, relatou à agência que a porta de emergência estava bloqueada e que foi jogada no chão por dezenas de companheiros que tentavam escapar através de uma saída traseira.

"Eu só podia rastejar para frente desesperadamente", disse a mulher, enquanto lamentava não saber do paradeiro de duas companheiras, uma mulher jovem e outra de idade mais avançada.

"Não sei se sobreviveram", acrescentou.


Algumas testemunhas disseram à televisão chinesa que ouviram uma explosão, mas ainda não está claro se o fogo ocorreu antes ou depois da mesma, já que as causas do acidente ainda não foram divulgadas.

As primeiras investigações, segundo as autoridades, indicam que o incêndio pode ter acontecido por um vazamento de amônia ou por uma falha elétrica, mas ainda não existem resultados conclusivos.

Vários funcionários entrevistados pela rede de televisão "CFTV" afirmaram que tudo aconteceu durante a mudança de turno e acreditam que o incêndio pode ter começado no vestiário.

Segundo os últimos relatórios, o fogo foi praticamente extinto, mas ainda não se sabe o número exato de pessoas que permanecem na fábrica. Em fotografias publicadas pela imprensa o abatedouro aparece com as paredes carbonizadas e com o telhado destruído pelas chamas.

A equipe de resgate garantiu que a infraestrutura interior do edifício, um modelo pré-fabricado, e suas estreitas portas de saída dificultam os trabalhos de ajuda.

A companhia Jilin Baoyuanfeng foi estabelecida em setembro de 2009 e está localizada a cerca de 800 quilômetros de Pequim, tem 1.200 empregados e produz anualmente 67 mil toneladas de produtos avícolas.

As aves são abatidas na fábrica e depois tratadas para a venda dentro da mesma, em um processo no qual se utiliza amônia - a possível causa do acidente - como parte do sistema de refrigeração das salas nas quais são conservados os animais.

O rápido crescimento da China dos últimos anos foi acompanhado de acidentes industriais frequentes, o que faz com que a população critique as autoridades por priorizarem, em algumas ocasiões, o lucro econômico em detrimento da segurança.

O governo chinês, por outro lado, não publica números detalhados dos acidentes industriais, e apenas divulgou em 2011 que o número de pessoas mortas em acidentes nas minas e fábricas, entre outros lugares de trabalho, foi reduzido para menos de 10 mil por ano, sem especificar a quantidade anterior.

No entanto, somente nos acidentes em minas, estima-se que morrem a cada ano cerca de 3 mil trabalhadores, especialmente na extração de carvão, a principal fonte de energia da China.

*Matéria atualizada às 12h

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