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10 coisas que você não sabia sobre Edward Snowden

Livro revela que Snowden gostava de correr em sua BMW, adorava armas e já defendeu que delatores fossem baleados. Conheça outras curiosidades


	Edward Snowden: ex-agente da NSA já defendeu o cultivo de maconha
 (Getty images)

Edward Snowden: ex-agente da NSA já defendeu o cultivo de maconha (Getty images)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2014 às 16h49.

São Paulo - Você sabia que Edward Snowden curtia alcançar 180 quilômetros por hora com sua BMW? Ou que ele adorava armas, tinha sua própria pistola, e achava que delatores deveriam ser baleados?

Esses traços curiosos do homem que revelou um dos maiores esquemas de espionagem da história estão reunidos no livro Os Arquivos Secretos de Snowden, escrito por Luke Harding e lançado no Brasil pela editora LeYa.

Harding, jornalista do The Guardian, revela detalhes da personalidade de Snowden, seus problemas na escola, sua trajetória pelo exército e pelas agências de segurança. A seguir, reunimos, com base no livro, 10 desses fatos curiosos:

1 – O apelido de Snowden era TheTrueHOOHA

Edward Snowden era frequentador assíduo do chat do site de tecnologia Ars Technica, onde falava sobre sua vida pessoal e dava opiniões sobre variados assuntos, sempre assinando como TheTrueHOOHA. Seus primeiros registros são de 2001, quando ele fez sua estreia pedindo ajuda para configurar um servidor.

Este era o começo de uma longa permanência no fórum, que contou com mais de 600 posts ao longo de 8 anos. Com o tempo, Snowden se tornou uma figura conhecida na comunidade. Chegou a publicar fotos pessoais e, no final, desabafou sobre a desilusão com o governo que antes apoiava.

2 – Ele já defendeu o cultivo de maconha

O espectro de opiniões de Snowden era muito variado e, em alguns momentos, exibia posições mais conservadoras. Mas o futuro delator sempre se manteve fiel à crença na liberdade individual. Em um dos tópicos do Ars Technica, por exemplo, ele chegou a defender o cultivo pessoal de maconha na Austrália.

3 – Snowden adora armas

No fórum e no IRC do Ars Technica, ele exaltou o porte de arma algumas vezes. "Eu tenho uma Walther P22. É minha única arma, mas eu a adoro", escreveu em 2006, num depoimento reproduzido no livro.

Quando Obama assumiu a presidência dos EUA, Snowden passou a criticar as tentativas do governo de banir armas de fogo. "No raciocínio de Snowden, o que o guiava nessa época e depois era a Constituição americana; a segunda emenda e o direito ao porte de armas", escreve Harding.

4 – Ele não concluiu o ensino médio

Segundo o pai de Snowden, os estudos do filho começaram a ir mal quando ele passou por um longo período doente, ainda criança, e precisou se afastar da escola. As coisas pioraram com a separação dos pais. Ele nunca concluiu o ensino médio, e conseguiu seu diploma numa espécie de supletivo anos depois. Snowden acabou fazendo cursos técnicos em computação, que o levaram no caminho bem sucedido de analista de TI.

5 – Snowden cresceu ao lado da sede da NSA

A ligação de Snowden com a Agência Nacional de Segurança americana começou muito antes do vazamento ao The Guardian e ao seu trabalho como analista de segurança. Quando criança, Snowden morava perto da sede da agência.

"São 15 minutos de carro da porta da frente da casa de sua mãe até lá. Quando adolescente, Snowden sabia tudo sobre a NSA. Muitos dos vizinhos de sua mãe trabalhavam lá. Eles partiam de carro toda manhã, passando pelas colinas verdejantes da zona rural de Maryland, regressando toda noite do complexo de 1 000 acres, em Fort Meade", escreve Harding.

6 – Ele ingressou no exército americano e apoiou a invasão ao Iraque

Snowden sempre foi um rapaz idealista, até durante a invasão americana ao Iraque, quando a administração Bush derrubou o regime de Saddam Hussein. Ele se alistou no exército dos Estados Unidos em 2004, logo após a invasão, movido pela ideia de que seu país libertaria o Oriente Médio de seus líderes opressores. Mas sua passagem pelas forças armadas foi um desastre.

"Tinha uma visão limitada. Também tinha pés estranhamente estreitos. Poucos dos novos colegas que ele manteve compartilhavam do seu sentimento de causa nobre ou seu desejo de ajudar cidadãos oprimidos a se livrar de suas correntes. Em vez disso, seus superiores queriam simplesmente matar pessoas", escreve Harding.

A experiência acabou quando Snowden quebrou as duas pernas, durante um treinamento de infantaria, e acabou dispensado. Ainda assim, segundo o livro, essa passagem de Snowden pelo exército o ajudaria a abrir caminho como funcionário das agências de segurança anos depois.

7 – Ele já cuidou do ar-condicionado da CIA

Snowden começou por baixo no serviço secreto americano. Antes de ingressar na NSA como analista de segurança e obter acesso aos milhares de documentos secretos que ele depois divulgou, Snowden trabalhou na CIA como analista de TI.

Em sua primeira missão internacional, ele viajou para Genebra, na Suíça, onde cuidava de sistemas de segurança e outras amenidades – entre elas, garantir o bom funcionamento do ar-condicionado e do sistema de aquecimento nas dependências da agência.

8 – Apoiou a libertação do Tibete

A experiência de passar um tempo na Suíça parece ter sido extremamente enriquecedora para Snowden. Em Genebra, o analista manteve contato com uma vasta quantidade de intelectuais, artistas e pessoas que pensavam diferente dele.

Ele se envolveu com movimentos políticos, também. Um dos eventos dos quais ele participou foi uma conferência pela libertação do Tibete da opressão chinesa. Ironicamente, ele seria mais tarde acusado de trabalhar como espião da China.

9 – Corria de BMW

Apesar da expressão tranquila, Snowden é um entusiasta de carros esportivos e "maluco por velocidade", nas palavras de Harding. "Tinha uma BMW azul marinho e no trajeto para Munique chegou a 180 quilômetros por hora. Admitiu ter mandado tirar o velocímetro eletrônico para ir mais depressa e expressou o desejo de dirigir numa pista de corrida profissional", escreve o autor.

10 – Achava que delatores deviam ser baleados

Quem diria, o homem responsável por um dos maiores vazamentos da história pensava que delatores deviam ser baleados. Em 2009, ele escreveu no chat do Ars Technica contra uma reportagem do New York Times que expunha um plano secreto de ataque de Israel ao Irã.

O artigo citava fontes anônimas, ouvidas ao longo de 15 meses de apuração. "Eles são como o WikiLeaks", escreveu Snowden na época. "Essa gente deveria tomar uns tiros no saco."

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