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Caixa lança novo financiamento de imóveis prefixado. Vale a pena?

Linha com taxa fixa trava o valor da parcela ao longo do financiamento. Apesar de ter juros mais altos, ela pode ser mais vantajosa do que a tradicional

Caixa Econômica Federal (José Cruz/Agência Brasil)

Caixa Econômica Federal (José Cruz/Agência Brasil)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 09h18.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 14h45.

São Paulo - A Caixa disponibiliza a partir desta sexta-feira (21), uma nova linha de financiamento imobiliário, com taxas fixas. A modalidade cobrará juros a partir de 8% ao ano, e não terá nenhum indexador. As condições são válidas para imóveis residenciais novos e usados, com quota de financiamento de até 80%.

A linha é mais uma opção oferecida aos clientes, que continuam tendo acesso à linha de financiamento tradicional (indexada à Taxa Referencial - TR) e à linha indexada ao IPCA, lançada pela Caixa em agosto.

Para ajudar o mutuário a escolher a linha mais adequada, Marcelo Prata, diretor da Resale e especialista em crédito imobiliário realizou uma simulação comparando as condições de cada linha.

A simulação levou em conta um financiamento feito por um homem de 40 anos para um imóvel de 500 mil reais. O valor do financiado foi de 400 mil reais, ou seja, 80% do valor do bem, por um prazo de 30 anos.

Os cálculos levaram também em consideração taxas de juros cobradas pelo banco para clientes sem relacionamento prévio com a instituição financeira. Para quem já é cliente Caixa, os juros podem ser menores.

Veja o resultado abaixo:

Financiamento indexado ao IPCAFinanciamento indexado à TR (tradicional)Nova linha com juros fixos
Taxa de Juros Efetiva (ao ano)4,95%8,50%9,75%
CET (ao ano)5,98%9,48%10,72%
Valor da 1ª ParcelaR$ 2.882,41R$ 3.997,31R$ 4.381,91
Valor Total do FinanciamentoR$ 761.077,40R$ 962.316,90R$ 1.031.737,27
IndexadorIPCATRnão tem

Ao comparar as linhas, contudo, é necessário fazer algumas ponderações.

Não é possível comparar a nova linha e indexada à TR com a linha atrelada ao IPCA levando em consideração que não temos como estimar a inflação pelos próximos 30 anos. Então, a linha foi comparada ao financiamento indexado à TR.

A partir dos resultados é possível observar que a linha com juros fixos é mais cara. Na comparação com o financiamento tradicional, o mutuário paga mais 69,4 mil reais na linha de juros fixos do que na linha tradicional. Ou seja, 7,21% a mais. Além disso, pagará uma parcela maior, equivalente a 384 reais a mais por mês, valor 9,62% maior do que o da linha indexada à TR.

Contudo, Prata conclui que o financiamento com juros fixos pode ser uma boa opção, já que o cliente tem a segurança de que a parcela não vai oscilar pelos próximos 30 anos. Além disso, a diferença do valor total do financiamento em relação ao tradicional, indexado à TR, é relativamente baixo, somente 7,21%.

"Ou seja, o financiamento indexado pela TR, que hoje está zerada, somente será a melhor opção se esse indexador não ultrapassar a marca de 7,21% pelos próximos 30 anos. Como não é possível prever o futuro, olhamos para o passado. Para comparar, a TR dos últimos 10 anos foi de 8,35%".

A simulação considerou que a TR fique zerada nos próximos 30 anos. Mas o passado aponta que ela pode oscilar 8,35%. Portanto, caso essa oscilação aconteça novamente em um período de 10 anos, a diferença entre ambas não será relevante, e o financiamento pela TR pode até ser mais caro.

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