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No radar: Super Quarta e o que mais move o mercado nesta quarta

Mercado espera manutenção das atuais taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, mas aguarda estímulos

Jerome Powell: mercado aguarda sinais de novos estímulos (Kevin Lamarque/Reuters)

Jerome Powell: mercado aguarda sinais de novos estímulos (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 07h09.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 07h39.

É com otimismo que os mercados iniciam os trabalhos desta quarta-feira, 16. Em dia de decisão monetária no Brasil e nos Estados Unidos, os investidores esperam que a Super Quarta seja marcada por sinalizações de novos estímulos, mas sem alterações nas taxas básicas de juros dos dois países.

Fomc

A decisão sobre a taxa de juros irá ocorrer já no período da tarde, às 15h. Mas, as atenções dos investidores devem estar ainda maiores para a fala do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que será feita às 15h30, seguida pela coletiva de imprensa.

O mercado espera que Powell traga mais informações sobre o recente anúncio de adoção da meta de inflação média, que deve ajudar a manter a taxas de juros no intervalo entre 0% e 0,25% por mais tempo. Também há alguma expectativa de anúncio de intensificação de medidas de estímulos, como aumento do volume de recompra de títulos.

Selic

No Brasil, a decisão sobre os juros ocorrerá mais tarde, às 18h. Embora o próprio Comitê de Política Monetária (Copom), em sua última ata, não tenha descartado um novo corte da taxa Selic, as expectativas de manutenção dos atuais 2% ao ano são quase unânimes no mercado. Caso isso ocorra, será o fim do ciclo de nove cortes consecutivos.

A elevação do risco fiscal e os recentes dados de inflação, que superaram as expectativas do mercado, reduziram as expectativas de um novo corte. “Do lado fiscal, as reformas enviadas até agora trazem pouca clareza sobre a potência do ajuste das contas públicas e não retira do mercado a preocupação com a sobre a trajetória da dívida da união”, pontua Alvaro Frasson, economista do BTG Pactual Digital, em relatório.

Frasson também destaca que que a desvalorização cambial tem gerado impacto nos índices de preço ao produtor. “Logo é possível que alguma preocupação em relação ao repasse de preços ao consumidor apareça no comunicado.”

Arthur Mota, economista da Exame Research, acredita que mesmo com o IPCA bem abaixo a meta do BC, o Copom deve manter os juros em 2% até o fim do ano e provavelmente meados de 2021. “Mesmo] havendo algum espaço para corte adicional, acreditamos que o BC irá preferir ampliar a ferramenta do forward guidance, com um desenho mais claro de seus objetivos”, afirma em relatório. O forward guidece, explica Mota, é forma de a autoridade monetária utilizar o comunicado para dar uma visão mais longa da política monetária, influenciando as expectativas do mercado para inflação e juro.

OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou as projeções sobre o desempenho da economia global neste ano para 4,5% de contração ante 6% previstos anteriormente. A revisão da estimativa do PIB brasileiro foi de recessão de 7,5% para 6,4%. Já as previsões para o PIB americano melhoraram de forma significativa, de queda de 7,3% do PIB para 3,8%. Já a China, único país do G-20, que deve encerrar o ano com PIB positivo, teve suas estimativas revisadas de crescimento de 1% para 1,8%.

Vendas no Varejo

Além da decisão de juros, as vendas do varejo americano de agosto estará no radar econômico do mercado. O indicador será divulgado às 9h30 e a expectativa é de crescimento mensal de 1%. Impulsionado pelo auxilio emergencial, as vendas já superaram os mesmos níveis do ano passado. Em julho, o indicador teve alta anual de 2,7%.

Retrospectiva

Pressionado pelo vídeo do presidente Jair Bolsonaro que expôs falta de entrosamento com sua equipe econômica, o Ibovespa zerou os ganhos na terça-feira , 15, e fechou em a alta de 0,02%, em 100.297,91 pontos, apesar do exterior positivo. O dólar subiu 0,3% e encerrou sendo vendido a 5,289 reais.

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