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No radar: Risco fiscal, desemprego e o que mais move o mercado nesta sexta

Paulo Guedes deve apresentar nova proposta para o programa Renda Brasil, em meio a desgaste com o presidente Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: direções opostas na definição da política fiscal (Andre Borges/Getty Images)

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: direções opostas na definição da política fiscal (Andre Borges/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 09h53.

A deterioração das finanças públicas volta ao centro das atenções de investidores brasileiros nesta sexta-feira, 28.

O ministro Paulo Guedes deve apresentar a sua nova proposta para viabilizar o Renda Brasil, nome do programa social que, em sua concepção original, deveria substituir o Bolsa Família, o abono salarial e o pagamento do auxílio emergencial, utilizando recursos já existentes.

Mas não será essa a fórmula para bancar o Renda Brasil, depois que o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o seu principal ministro publicamente dizendo que não ia tirar "dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos". O prazo para apresentar a nova fonte de recursos vence nesta sexta.

É um processo apontado por alguns analistas como de "fritura" e semelhante ao submetido ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acabou por pedir demissão em abril passado diante da perda de poder.

A preocupação que já era crescente com os sinais do presidente de aumento dos gastos foi reforçada com a notícia do fim da tarde da quinta de que o Tesouro vai receber 325 bilhões de reais do Banco Central para o pagamento da dívida pública. É uma situação que o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, descreveu como sendo de "severa restrição de liquidez".

Os recursos serão utilizados pelo Tesouro, que havia solicitado repasse maior, de 400 bilhões de reais, para a gestão da dívida pública no curto prazo.

Na agenda econômica, dois indicadores entram no radar dos investidores: às 9h, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do segundo trimestre, com um raio-x do mercado de trabalho e do desemprego.

Pouco depois, às 9h30, será a vez de o Banco Central divulgar os dados do mercado de crédito em julho, que vão revelar o comportamento das concessões de empréstimos, das taxas de juros a empresas e consumidores e dos níveis de inadimplência.

No campo corporativo, IRB Brasil e EDP Brasil divulgam seus resultados do segundo trimestre depois do fechamento dos mercados. A expectativa maior é pelos números da resseguradora, que enfrenta a desconfiança de investidores depois de ser obrigada a revisar seus balanços dos últimos anos.

No cenário externo, acontece o segundo e último dia do Simpósio anual do Fed (o Banco Central americano) de Jackson Hole, realizado neste ano de maneira virtual por causa da pandemia. O pronunciamento mais aguardado do dia será o do presidente do Bank of England, Andrew Bailey, previsto para às 9h05 (horário de Brasília).

 

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