Mercados

No radar das privatizações, Eletrobras e Telebras têm forte alta na B3

Ministro da Economia disse que o governo deverá anunciar 17 empresas públicas que serão incluídas na lista até o final do ano

Torres de transmissão: a estatal Eletrobras puxa a recuperação do setor | Ueslei Marcelino/REUTERS /  (Ueslei Marcelino/Reuters)

Torres de transmissão: a estatal Eletrobras puxa a recuperação do setor | Ueslei Marcelino/REUTERS / (Ueslei Marcelino/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 12h32.

Última atualização em 21 de agosto de 2019 às 16h58.

São Paulo - A agenda de privatizações voltou ao radar dos investidores nesta quarta-feira (21). Os papéis das estatais de energia Eletrobras, e de telecomunicações, Telebras, apresentavam fortes ganhos nesta manhã, após o governo sinalizar que vai incluir as duas empresas de capital aberto na lista de privatizações até o final do ano. 

Por volta do meio dia, a ação ordinária (ON) da Eletrobras avançava mais de 8%, negociada a 43,55 reais. Já o papel preferencial da elétrica (PN) subia ao redor de 6%. Fora do Ibovespa, o papel da Telebras chegou a disparar 40% na abertura dos negócios. No final da manhã, a ação subia aproximadamente 25%, cotada a 30 reais.

A notícia também ajudava a impulsionar o principal índice de ações brasileiro, que subia 1,4%, retomando os 100 mil pontos, perto do mesmo horário. Há expectativa para o anúncio oficial de privatizações após reunião do conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que deve incluir também os Correios.

"Sem novidades negativas, o investidor local deve se ater aos incentivos dados pelo governo para que a nossa economia restabeleça sua força", escreveu o time de analistas da Levante Investimentos em relatório.

A Eletrobras, maior elétrica da América Latina, responsável por metade da transmissão e um terço da capacidade de geração no Brasil, já vinha desestatizando parte de suas distribuidoras iniciado pelo governo Temer, o que a ajudou a melhorar seu caixa no segundo trimestre.

A Telebras, que já passou por um processo de desestatização em 1998, foi reativada durante o governo Lula e hoje responsável pela gestão do Plano Nacional de Banda Larga e pelas infraestruturas de fibra ótica da Petrobras e da Eletrobras. O governo, contudo, ainda não divulgou as razões para a possível privatização da estatal.

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria, coordenado pelo economista Claudio Frischtak e apresentado em primeira mão por EXAME, apontou que não há, até o momento, evidência de que a estatal tenha cumprido o propósito para o qual foi reativada.

Por estar sob o controle do Estado, a Telebras se submete a regras que engessam sua atuação, além de depender de recursos do Tesouro e enfrentar velhos problemas de uso político, segundo o estudo. A empresa teve sete presidentes em oito anos. A saída recomendada: uma nova desestatização da Telebras.

Privatizações no horizonte

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo deverá anunciar, nesta quarta (21), 17 empresas públicas que serão incluídas na lista de privatização até o final do ano. Guedes não adiantou o nome das empresas, mas disse que o governo vai acelerar ainda mais as privatizações.

“As coisas estão acontecendo devagarzinho, vai uma BR Distribuidora aqui, daqui a pouco vem uma Eletrobras, uma Telebras, daqui a pouco vem também os Correios, está tudo na lista. Amanhã deve ser anunciado umas 17 empresas só para completar o ano. Ano que vem tem mais”, disse o ministro em um evento do jornal "Valor Econômico", na capital paulista.

A valorização da Eletrobras tem como pano de fundo, além das expectativas em torno do programa de privatizações, comentários do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que mostrou disposição no empenho para desestatizar a Eletrobras após o plenário da Casa rejeitar, na noite de terça-feira, uma medida provisória que autorizava o Tesouro a realizar pagamento de 3,5 bilhões de reais à estatal.

Acompanhe tudo sobre:B3EletrobrasPrivatizaçãoTelebras

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado