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Ibovespa volta aos 100 mil após 4 meses com otimismo sobre remdesivir

Farmacêutica Gilead informou que remdesivir reduz a chance de mortalidade do coronavírus em 62%

Bolsa: Ibovespa sobe 0,88% e fecha em 100.031,83 pontos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 0,88% e fecha em 100.031,83 pontos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 18h11.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou acima dos 100.000 pontos pela primeira vez desde o dia 5 de março, há 127 dias. O que motivou o movimento de alta desta sexta-feira, 9, foi o otimismo dos investidores sobre o medicamento remdesivir, que, segundo anunciou a farmacêutica Gilead, reduz em 62% a chance de mortalidade do coronavírus. O índice subiu 0,88% e encerrou em 100.031,83 pontos.

No mercado americano, que também foi positivamente impactado pelo anúncio, os índices S&P 500 e Dow Jones subiram pouco mais de 1%, enquanto o índice composto de Nasdaq, que já vinha de um recorde histórico, firmou uma nova máxima ao subir 0,66%.

"A eficácia do remédio reduz a chance de o sistema de saúde colapsar. O pessoal também perde o medo de sair de casa, o que ajuda a economia a voltar mais rápido", comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research. Nos EUA, o medicamento, ainda em fase experimental, teve seu uso autorizado pelo órgão fiscalizador (FDA, na sigla) para casos graves de Covid-19.

Ao longo do dia, a marca dos 100.000 pontos se mostrou mais uma vez uma "barreira psicológica", sendo rompida somente na última hora de pregão, com a ajuda das bolsas americanas. Mas mesmo encerrando acima do patamar, Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, ainda considera que a marca pode ser um ponto de resistência nos próximo pregões.

"Muito provavelmente vai ficar entorno dos 100.000 pontos. Para afirmar que pode andar bem, seria necessário romper o patamar com força. Tem uma resistência forte aí. Caso isso ocorra no início da semana que vem, acho que a gente pode subir com mais força", afirmou.

Na abertura do pregão, porém, o aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, que voltou a bater recorde diário de infecções, impôs alguma cautela.

De acordo com o The Wall Street Journal, os novos casos de coronavírus registrados em um único dia superaram 63.000 nos EUA. Por lá, hospitais de estados, como Texas e Califórnia, enfrentam dificuldades para acomodar novos pacientes. Ao todo, o país já tem mais de 3,1 milhões de infectados e 133.291 mortos pela doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Os investidores temem que o contínuo avanço do coronavírus nos Estados Unidos prejudique a recuperação econômica, conforme processos de reabertura são adiados em estados mais atingidos pelo vírus.

Na bolsa, os destaques da sessão ficaram com os papéis da CVC e da Cogna, que avançaram 14% e 11%, respectivamente. A empresa de educação teve como pano de fundo o IPO de sua subsidiária Vasta na Nasdaq e o aumento de participação da gestora Alaska Asset na companhia.

Ações de varejistas também tiveram um dia de ganhos, ainda repercutindo os dados de quarta-feira, que revelaram uma forte recuperação do setor em maio. Entre elas, as maiores altas foram dos os papéis das companhias de vestuário Hering e C&A, que subiram 6,3% e 5%, respectivamente.

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