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Dólar encerra sequência de quedas com dado americano e tensão diplomática

Pedidos de auxílio desemprego voltam a subir nos Estados Unidos, depois de quase 4 meses

Dólar: moeda vinha de 5% de queda na semana (Douglas Sacha/Getty Images)

Dólar: moeda vinha de 5% de queda na semana (Douglas Sacha/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 18h11.

O dólar fechou em alta contra o real, nesta quinta-feira, 23, recuperando parte das perdas dos últimos três pregões. O movimento, que ocorreu em linha com a valorização do dólar em países emergentes, foi impulsionado pelos dados de pedido de seguro desemprego dos EUA e pela tensão entre China e Estados Unidos, que segue no radar do mercado.

O dólar comercial subiu 1,9% e encerrou sendo vendido por 5,213 reais. Com variação semelhante, o dólar turismo terminou o dia cotado a 5,50 reais.

Ainda pela manhã, o mercado foi surpreendido pelos números semanais de pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos, que ficou em 1,416 milhão, acima dos 1,3 milhão registrado na semana anterior. Essa foi a primeira vez que os o número cresceu de uma semana para outra desde o pico de 6,648 milhões de pedidos, registrado em 2 de abril.

Mas além dos dados negativos, a recente desvalorização reforçou a maior busca pela moeda americana. Na véspera, o dólar comercial encerrou o pregão com 5% de queda acumulada na semana.

“Ele caiu demais nos últimos dias. Então, bastante gente está aproveitando a desvalorização para comprar dólar. Mas no geral, ainda tem um bom humor no mercado”, afirma Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

Também estiveram como pano de fundo do pregão a crescente tensão diplomática entre China e Estados Unidos, após oficiais chineses notícias de que oficiais chineses se recusaram a sair do consulado em Houston, como ordenado pelo governo americano na véspera. “Embora o embate seja diplomático, qualquer ele pode se tonar um problema comercial. Se isso ocorrer, vai ter um efeito dominó que costuma recair sempre de maneira mais forte sobre os países emergentes”, comentou Fernando Bergallo, presidente da FB Capital.

Apesar da forte alta, Bergallo descreve o atual contexto como o mais positivo desde março. “A expectativa interna está melhor, com avanço de reformas, há esperança de vacina, lá fora está melhorando. Mas ainda está muito frágil, qualquer noticiário negativo pode fazer o investidor estrangeiro por o pé no freio.”

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