Cyrela e MRV divulgam números sólidos nas prévias operacionais do 4º tri (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 13h57.
Duas gigantes do setor imobiliário brasileiro divulgaram suas prévias operacionais nesta quinta-feira, 11. Os números reportados por Cyrela e MRV são relativos ao quarto trimestre de 2023, e, em linhas gerais, vieram acima do esperado pelos analistas.
Ainda assim, o humor das expectativas é bem mais positivo no caso da Cyrela. A MRV, por outro lado, tem sido penalizada na bolsa e segue despertando dúvidas.
A incorporadora Cyrela reportou R$ 2,59 bilhões em vendas no quarto trimestre de 2023 – uma queda de 4% na comparação anual que, apesar do recuo, ficou acima das projeções dos analistas. No acumulado do ano, a empresa alcançou R$ 8,89 bilhões em vendas, uma alta de 12% na comparação anual.
A empresa lançou 13 projetos que atingiram R$ 2,74 bilhões em valor geral de vendas (VGV) no último trimestre, resultado estável frente ao mesmo intervalo do ano anterior. Já em 2023, o VGV alcançou R$ 9,77 bilhões em lançamentos, alta de 7% em comparação ao ano passado.
Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a Cyrela conseguiu surpreender positivamente mais uma vez apesar de um cenário macroeconômico ainda desafiador devido às altas taxas de hipotecas.
“Mantemos nossa recomendação de compra na Cyrela, nossa escolha favorita entre os desenvolvedores de médio/alto padrão. A escolha reflete sua execução impecável – a empresa tem consistentemente superado seus pares–, além de um cenário macro mais favorável à frente com cortes nas taxas de juros e um valuation atraente”, escreveram os analistas.
A empresa é também a favorita do Itaú BBA. “Os números da prévia ressaltam o sólido desempenho e o excelente impulso para a empresa, com duração de estoque no menor nível desde o 3º trimestre de 2021 e velocidade de vendas em um dos níveis mais altos desde o 2º trimestre de 2021”, informou o relatório do banco.
O BTG tem recomendação de compra para Cyrela, com preço-alvo de R$ 28. O Itaú BBA também recomenda a compra do papel, com preço-alvo de R$ 32.
As vendas da MRV, por sua vez, totalizaram R$ 2,38 bilhões no quarto trimestre, com lançamentos de R$ 2,1 bilhões – queda de 31% na comparação anual, porém acima das projeções dos analistas. Outro ponto positivo foi a geração de caixa da empresa, que atingiu R$ 86 milhões no último trimestre de 2023. No acumulado do ano, a MRV queimou R$ 195 milhões em caixa, mas a recuperação no quarto trimestre é vista como uma tendência de melhora.
Os analistas do BTG Pactual reforçam que a empresa apresentou resultados sólidos, mas enxergam dificuldades no futuro. “As ações da MRV caíram 25% no acumulado do ano, refletindo preocupações sobre o cumprimento do guidance para 2024, principalmente à luz de uma margem bruta mais fraca – ainda impactada por projetos mais antigos – e pelas despesas financeiras mais pesadas devido a mais securitização de recebíveis a custos elevados”.
O banco informou que pretende revisar em breve as projeções para a MRV, “incorporando as perspectivas mais difíceis mencionadas e os desenvolvimentos recentes”. Atualmente a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 17.
O Itaú BBA já revisou as projeções para a empresa e cortou em 40% a estimativa de lucro para este ano. Ainda assim, os analistas destacam que a ação corre pouco risco de queda brusca.
“Embora possa levar algum tempo para que os investidores voltem à MRV, vemos um risco limitado de queda para o preço das ações após a recente liquidação, em que o papel caiu cerca de 25% contra uma baixa de 2% do Ibovespa”, destacaram em relatório.
Veja também