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MRV (MRVE3) reverte prejuízo e lucra R$ 111 milhões no 3º tri

Uma diluição de despesas com a Resia, subsidiária da companhia nos EUA, ajudou o lucro consolidado da companhia

 (Germano Lüders /Exame)

(Germano Lüders /Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 20h55.

Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 21h55.

A MRV&CO (MRVE3), holding que inclui operações de MRV, Urba, Luggo e Resia, reportou um lucro líquido ajustado de R$ 111 milhões no terceiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 774,7 milhões do trimestre anterior. O Ebtida foi de R$ 523 milhões, alta de quase 59% na comparação anual e 12% na comparação trimestral. Já a receita operacional líquida consolidada chegou a R$ 2,8 bilhões, numa margem líquida ajustada de 3,9%.

No período, houve uma queima de caixa de R$ 19 milhões, mas haveria uma geração de R$ 125,6 milhões não fossem os repasses dos programas habitacionais regionais, que estavam atrasados e impactaram a prévia operacional da companhia.

Para Ricardo Paixão, CFO da companhia, o sinal para a MRV&CO mudou de cor após alguns trimestres de luz amarela. “Pela frente vem um sinal bem verdinho”, afirma.

“Houve uma diluição de despesa que ocasionou esse aumento do lucro líquido. A Resia [subsidiária da MRV&CO nos Estados Unidos] acabou tendo um prejuízo bem menor na comparação com o trimestre passado. Isso se deve a um enxugamento da operação, dispensamos uma parte do time. Então, precisamos de menos estrutura para tocar essa operação menor”, explica Paixão.

Quem sustentou os números positivos do balanço divulgado nesta quarta-feira, 12, foi o negócio de incorporação (abrangendo MRV e Sensia) que teve lucro líquido de R$ 204 milhões, receita operacional líquida de R$ 2,6 bilhões e margem líquida ajustada de 7,6%.

Na outra ponta está Resia que, apesar do enxugamento e melhora dos números financeiros, ainda reportou um prejuízo de R$ 104 milhões no período, e uma receita operacional de R$ 72 milhões.

O desinvestimento da operação está em andamento com um plano estratégico de desalavancagem e venda de US$ 800 milhões em ativos até 2026. Com a venda de quatro terrenos por US 32 milhões no terceiro trimestre, chega-se a um total de US$ 149 milhões vendidos.

Além disso, o CFO afirma que há cinco projetos prontos perto da estabilização para serem colocados à venda. “No segundo trimestre [de 2026] a gente vai ver uma aceleração maior da execução desse plano. Tudo está indo conforme o esperado”, afirma o CFO.

O plano visa diminuir significativamente o ritmo e o volume dos projetos nos EUA, reduzir custos administrativos, vender ativos e terrenos para gerar caixa e reduzir fortemente o endividamento.

O grande destaque do compilado, segundo Paixão, foi a subsidiária Urba, especializada em loteamentos. O lucro líquido da operação foi de R$ 19 milhões, contra R$ 6 milhões de lucro no trimestre anterior e contra um prejuízo de R$ 8 milhões um ano atrás. "Esse crescimento do lucro se deu por causa de vendas maiores, de R$ 88 milhões no período", explica.

Preocupação do mercado

No mês passado, a prévia operacional da companhia frustrou as projeções dos analistas. Os lançamentos da incorporação (MRV e Sensia) recuaram 9,4% entre agosto e setembro deste ano, na comparação anual, para R$ 2,35 bilhões. As vendas, por sua vez, ficaram praticamente estáveis, em R$ 2,445 bilhões, com um leve recuo de 0,5%. Houve uma redução de 1.400 unidades repassadas em relação ao segundo trimestre, com uma queda de 9,6%.

À época, Ricardo Paixão explicou que são contabilizadas apenas unidades que tiveram o financiamento aprovado pela Caixa nos balanços da companhia. Além disso, altamente expostos ao programa Minha Casa Minha Vida, os imóveis da MRV também contam com subsídios estaduais, que sofreram atrasos e se tornaram detratores da prévia operacional.

O principal problema foi no Amazonas, que trabalha com o programa de habitação Amazonas Meu Lar. O atraso no repasse do subsídio estadual impactou o financiamento de 1,2 mil unidades que deixaram de ser contabilizadas no balanço da MRV. É uma questão que, segundo Paixão, já era para ter sido resolvida no terceiro trimestre.

O atraso nos repasses dos programas regionais impediu que R$ 111 milhões fossem adicionados ao caixa da MRV Incorporação no terceiro trimestre.

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