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Mercado imobiliário da China segue em queda após cinco anos

Endividamento de incorporadoras e queda nos preços de imóveis mantêm pressão sobre a economia chinesa

Cinco anos de desaceleração: a crise imobiliária chinesa e suas consequências econômicas (China Photos/Getty images)

Cinco anos de desaceleração: a crise imobiliária chinesa e suas consequências econômicas (China Photos/Getty images)

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 18h36.

Última atualização em 25 de agosto de 2025 às 19h17.

Cinco anos após o início da desaceleração do mercado imobiliário, a China ainda enfrenta um cenário de queda nos preços e dificuldades financeiras para incorporadoras. A crise, iniciada por medidas do governo para conter a especulação, continua afetando empresas, consumidores e o crescimento econômico do país, segundo reportagem do New York Times.

A Evergrande, que já foi a maior incorporadora chinesa, foi retirada da Bolsa de Valores de Hong Kong quatro anos depois de alertar sobre dificuldades financeiras e dois anos depois de buscar proteção contra falência. Com US$ 300 bilhões em dívidas, a empresa se tornou símbolo do desmonte gradual do setor imobiliário.

O governo adotou políticas para evitar uma queda abrupta do mercado, mas os preços de imóveis continuam em queda. No mês passado, casas novas registraram a maior queda em nove meses, enquanto imóveis usados também apresentaram retração, segundo o Times.

Impacto econômico

Para evitar colapsos generalizados, Pequim tem apoiado empresas estratégicas. A China Vanke, por exemplo, recebeu nove empréstimos da estatal Shenzhen Metro, totalizando US$ 3,4 bilhões neste ano, para cobrir parte de seus US$ 51 bilhões em dívida. Mesmo assim, a empresa registrou perda de US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre de 2025, aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Especialistas destacaram ao jornal que a abordagem atual é diferente da adotada na última grande crise imobiliária chinesa, em 2015, quando o governo realizou resgates diretos.

Muitas incorporadoras menores já faliram, enquanto empresas e empregos vinculados à construção civil, vendas de imóveis e paisagismo continuam sob pressão. O Tribunal Superior de Hong Kong ordenou recentemente a liquidação da China South City Holdings após a empresa não avançar em seus planos de reestruturação.

Estoque de imóveis

Investimentos em tecnologia do governo ainda não compensam o déficit do setor imobiliário. Historicamente, o setor representava cerca de 30% da economia chinesa e era a principal fonte de receita para governos locais e famílias.

Dados recentes mostram queda na construção e aumento de estoque de imóveis disponíveis. Entre janeiro e julho de 2025, a construção de novas moradias caiu 20% em relação ao mesmo período de 2024.

O número de imóveis vagos é mais que o dobro da média histórica, segundo a Yicai, grupo de mídia financeira ligado ao governo de Xangai.

De acordo com o The New York Times, o Goldman Sachs alertou que sinais de recuperação são limitados a grandes cidades. Para estimular a demanda, governos locais revogaram restrições de compra de imóveis em áreas suburbanas de Pequim e Xangai, permitindo a aquisição de mais unidades por moradores elegíveis.

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