Miami: cidade é um dos locais que mais atrai brasileiros à procura de um imóvel para comprar nos EUA (Ali Seifert/ Stock Exchange/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 18h14.
Washington - O ritmo de vendas de moradias usadas nos Estados Unidos subiu em agosto no ritmo mais rápido em mais de dois anos e o início de construção de novas moradias também aumentou, dando sinais esperançosos de que o mercado imobiliário está ganhando força.
A Associação Nacional de Corretores (NAR, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira que as vendas de moradias usadas subiu 7,8 por cento no mês passado para uma taxa anual de 4,82 milhões de unidades.
Esse foi o ritmo anual mais rápido desde maio de 2010 e ficou bem acima das expectativas de analistas de 4,55 milhões de unidades.
Enquanto a economia norte-americana aparenta estar perdendo força, o setor imobiliário tem se tornado um relativo ponto positivo.
"Os dados de hoje são outra indicação de melhora no mercado imobiliário norte-americano que, de fato pela primeira vez depois da recessão, está se tornando um ponto positivo para o crescimento econômico", afirmou o economista do CIBC World Markets em Toronto Andrew Grantham.
Em âmbito nacional, o preço médio para a revenda de uma moradia subiu para 187.400 dólares em agosto, alta de 9,5 por cento ante o ano anterior, uma vez que menos pessoas venderam suas casas em condições desvantajosas.
O estoque de casas --aquelas que estão a venda no mercado --subiu 2,9 por cento durante em agosto, para 2,47 milhões.
A alta do preço é medida em relação a agosto de 2011, e desde então as vendas de moradias com problemas --como imóveis arrestados ou que a dívida do proprietário supera o valor do imóvel-- caíram para 22 por cento do total, ante 31 por cento. As vendas desses ativos problemáticos também recuaram em agosto deste ano na comparação com o mês anterior.
Um relatório separado do Departamento do Comércio mostrou que o início de construção de moradias subiu no mês passado para uma taxa anual ajustada de 750 mil unidades. Esse resultado foi menor que o esperado, já que os projetos de moradias para várias famílias caíram.
Ainda assim, a tendência no início de construções continua apontando para recuperação e muitos economistas acreditam que a construção de moradias irá impulsionar o crescimento econômico este ano pela primeira vez desde 2005.
O início de construções avançou 2,3 por cento em agosto ante julho. O início de construções de julho foi revisado para um ritmo de 733 mil unidades, em vez dos 746 mil previamente divulgados.
Economistas consultados pela Reuters previam que a construção residencial tivesse alta para um taxa de 765 mil unidades. Comparado com agosto do ano passado, a construção residencial avançou 29,1 por cento.
O início de construções está agora em um terço do pico de 2,27 milhões de unidades registrado em janeiro de 2006. O mercado imobiliário, o calcanhar de Aquiles da recuperação da recessão de 2007 a 2009, está melhorando lentamente.
As vendas têm crescido muito lentamente e a queda dos preços dos imóveis atingiu o limite, com uma oferta pequena de propriedades no mercado aumentando os preços em algumas áreas metropolitanas. Além disso, o sentimento do construtor registrou a máxima em seis anos em setembro.
Apesar de a construção residencial responder por cerca de 2,5 por cento do PIB, economistas estimam que a cada nova casa construída, pelo menos três empregos são criados.
Um pistão faltando
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, agiu na semana passada para incentivar a economia, anunciando que irá comprar 40 bilhões de dólares de títulos hipotecários por mês até que as perspectivas de emprego tenham melhora significativa.
O Fed afirmou esperar que as compras irão, em parte, ajudar a descolar o setor imobiliário, o qual o chairman do Fed, Ben Bernanke, chamou de "um pistão faltando" na recuperação dos Estados Unidos.
Analistas acreditam que a terceira rodada de compra de títulos, chamada de QE3 em Wall Street, dará apenas apoio limitado ao mercado imobiliário.
Isso se deve em parte às condições mais restritas para a concessão de financiamento imobiliário.
"Mesmo com os juros em recorde de baixa, os tomadores ainda têm muito dificuldade de conseguir um financiamento imobiliário", disse John Tashjian da Centurion Real Estate Partners em Nova York.