Mercado imobiliário

Financiamento imobiliário recua 6% no primeiro semestre deste ano

Apesar da queda no semestre, a Abecip acredita que 2022 será o segundo melhor resultado do crédito imobiliário da história

Imóveis: número de unidades financiadas no país caiu 13%, passando de 621 mil para 542 mil em um ano (Reprodução/Getty Images)

Imóveis: número de unidades financiadas no país caiu 13%, passando de 621 mil para 542 mil em um ano (Reprodução/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 12h36.

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 112,8 bilhões no primeiro semestre desse ano. Trata-se de uma queda de 6% na comparação com o primeiro semestre de 2021. Já frente a abril do ano passado, houve uma redução de 31,6%.

Considerando apenas os financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), foram alcançados R$ 85,7 bilhões no semestre, redução de 12% em relação ao mesmo período de 2021. Já os financiamentos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiram R$ 27,1 bilhões, alta de 17% na mesma base de comparação. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira, 4.

O número de unidades financiadas no país caiu 13%, passando de 621 mil para 542 mil, do primeiro semestre do ano passado para o mesmo período deste ano. Entretanto, a Abecip estima que até o final do ano, o número de unidades financiadas chegará a marca de 1 milhão. “Este ano deve ser o segundo melhor ano da história, perdendo apenas para 2021”, segundo afirmou José Ramos Rocha Neto, presidente da Abecip, durante coletiva de imprensa.

Também houve queda de 18% no  financiamento à aquisição de imóveis, passando de R$ 79,7 bilhões para R$ 65,5 bilhões. Entretanto, a Abecip destacou que a aquisição de imóveis novos subiu 5%, para R$ 26 bilhões. Segundo a Associação, esse dado é importante porque a maior aquisição de imóvel novo é importante, retroalimenta as construtoras. 

Funding

O levantamento divulgado também apontou dados em relação ao funding. No final do primeiro semestre de 2022, o saldo da poupança se reduziu 1,3% em relação a junho do ano passado, mas permanecendo em patamar importante (R$ 779 bilhões). Em contrapartida, outras fontes de recursos para o crédito imobiliário tiveram crescimento importante. A LIG, com saldo de R$ 69,4 bilhões em junho, mostrou crescimento de 134% na comparação com o mesmo período do ano passado e a LCI, com saldo de R$ 179,7 bilhões, cresceu 55%.

O executivo destacou que a importância da expansão dos mecanismos de funding para o setor de crédito imobiliário no país nos próximos anos. Segundo ele, apesar da queda, a poupança terá ainda nos próximos anos um papel relevante na oferta de crédito, mas é previsível o aumento dos financiamentos provenientes de outras formas de captação. Ele destacou que esta expansão é saudável ao setor.

Por fim, destacou que o crédito com garantia de imóvel, conhecido como home equity, teve expansão de 26% no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, confirmando essa linha de crédito como uma nova opção que permite juros e prazos competitivos. " Sabemos que ainda temos uma barreira cultural, mas estamos avançando."

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