Mercado imobiliário

Financiamento imobiliário: qual a diferença entre taxa real, nominal, efetiva e referencial?

Avaliar esses fatores permite fazer uma escolha comparativa entre diferentes tipos de financiamento

Entender essas taxas é essencial para calcular o custo total de um financiamento imobiliário (Tom Werner/Getty Images)

Entender essas taxas é essencial para calcular o custo total de um financiamento imobiliário (Tom Werner/Getty Images)

Publicado em 2 de novembro de 2024 às 11h49.

Quando se busca um financiamento imobiliário, compreender as diferentes taxas de juros é essencial para avaliar os custos de longo prazo. Veja como cada uma dessas taxas influencia o valor total que você pagará pelo financiamento:

1. Taxa Nominal

A taxa nominal é a taxa de juros anual anunciada pelo banco. Ela é uma referência básica e não considera a composição de juros sobre juros ao longo do tempo. Embora essa taxa seja útil como comparação inicial, ela não reflete o custo total do financiamento, pois não inclui capitalização ou outras despesas.

2. Taxa Efetiva

A taxa efetiva é a taxa que representa o juro total pago ao longo de um período determinado, como o mês ou o ano. Ela considera a capitalização dos juros, isto é, o acúmulo de juros sobre juros. Por exemplo, uma taxa nominal de 12% ao ano com capitalização mensal terá uma taxa efetiva um pouco maior devido ao cálculo mensal de juros sobre o saldo devedor.

3. Taxa Real

A taxa real é a taxa de juros ajustada pela inflação. Ela representa o custo “real” do financiamento, pois leva em conta a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo. A taxa real é calculada descontando-se a inflação da taxa nominal. Em ambientes inflacionários, a taxa real pode ser bem menor do que a taxa nominal, tornando o financiamento mais acessível.

4. Taxa Referencial (TR)

A Taxa Referencial (TR) é um índice calculado pelo Banco Central brasileiro e serve para corrigir saldos devedores, especialmente em financiamentos imobiliários. Ela é aplicada ao saldo devedor junto com a taxa nominal para ajustar o valor a ser pago mensalmente, mas a TR não é um juro diretamente, e sim um índice de correção.

Exemplo prático de como cada taxa influencia o financiamento

Vamos imaginar um financiamento com uma taxa nominal de 12% ao ano e TR de 0,5%. Com a capitalização mensal, a taxa efetiva será um pouco superior a 12%, devido ao juro sobre juro aplicado a cada mês. A taxa real, por sua vez, depende da inflação. Se a inflação anual for de 4%, a taxa real de juros (ajustada pela inflação) será menor do que a nominal, reduzindo o peso do juro no longo prazo.

Como essas taxas impactam o custo final do financiamento?

  • Taxa nominal e efetiva: A diferença entre elas demonstra o impacto da capitalização, ou seja, o acréscimo dos juros sobre juros.
  • Taxa real: Importante para analisar o custo de oportunidade, principalmente em cenários de alta inflação.
  • Taxa referencial: Ela é aplicada diretamente no saldo devedor, aumentando o valor final do financiamento ao longo do tempo.

Por que isso é importante?

Entender essas taxas é essencial para calcular o custo total de um financiamento imobiliário. A taxa nominal serve como referência inicial, enquanto a taxa efetiva mostra o valor com a capitalização mensal. A taxa real ajusta o juro pela inflação e a TR corrige o saldo devedor. Avaliar esses fatores permite fazer uma escolha informada e comparativa entre diferentes ofertas de financiamento.

Acompanhe tudo sobre:Guia do Mercado Imobiliário

Mais de Mercado imobiliário

O que é custo efetivo total (CET) no financiamento imobiliário?

Como funciona a quebra de contrato de aluguel?

Caixa muda regras do financiamento imobiliário nesta sexta-feira; veja alterações

Neymar compra terreno em área de luxo de Miami por US$ 26 milhões; veja foto