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Comerciantes da Santa Ifigênia cogitam “greve” em protesto à Nova Luz

“Negociação água com açúcar vai acabar”, afirmou representante dos lojistas da região

Região da Luz, em São Paulo: a associação de comerciantes afirma ser favorável à revitalização, mas contra a imposição do projeto (Mário Rodrigues/Veja SP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 09h20.

São Paulo – A Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, que representa o comércio da região, reclamou hoje do Projeto da Nova Luz, realizado pela prefeitura da cidade de São Paulo. O grupo de comerciantes ameaçou realizar uma paralisação com o objetivo de chamar a atenção para a forma como o projeto vem sendo discutido. A região é famosa pela venda de eletrônicos e também por englobar a área da Cracolândia.

Os comerciantes dizem desconhecer como seria feita a retirada dos comerciantes e moradores da região, para onde eles seriam realocados e qual a remuneração. “As áreas serão repassadas para um grupo de construtoras. Vão nos tirar de lá e depois vender para nós a um preço muito mais caro”, disse o comerciante José Carlos Suzuki, que também é membro do Conselho Gestor da ZEIs (zonas especiais de interesse social), em coletiva de imprensa realizada hoje.

A associação de comerciantes afirma ser favorável à revitalização, mas contra a imposição do projeto. “Eles fizeram muitas propostas, mas nunca dando benefícios”, disse Joseph Hanna Fares Riachi, presidente da Câmara de lojistas. Para o representante, a prefeitura poderia debater o projeto com moradores e comerciantes ao invés de entregá-lo pronto para eles. “Muitos moradores de lá não terão condições de comprar imóveis como os que serão construídos, por serem de uma faixa mais elevada de preço”, disse Francisco Poli, advogado e administrador de lojas e shoppings na região.

“A negociação água com açúcar vai acabar”, afirmou Riachi. O representante dos comerciantes ameaçou fechar por tempo indeterminado a região da Santa Ifigênia em protesto ao projeto. “Se a gente fechar um mês não vai quebrar ninguém na região, mas todo mundo vai falar disso”, afirmou. Para Riachi, ninguém será beneficiado pelo projeto atual. O representante também fez também um convite aos candidatos à prefeitura de São Paulo para que eles debatam o projeto.

Os comerciantes Assad Nader e Suzuki, que são membros do Conselho Gestor da ZEIs (Zona Especial de Interesse Social), afirmaram que há irregularidades dentro desse conselho. Uma delas seria a Zeis passar a englobar as 45 quadras da região quando, originalmente, ela seria responsável por 11.

O Projeto Nova Luz engloba a região entre as avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias, rua Mauá e avenida Cásper Líbero, são cerca de 500.000 metros quadrados. A região é famosa por abrigar a Cracolândia. Com o projeto, a prefeitura pretende realizar a chamada “requalificação urbana” do local. Segundo os comerciantes, o edital do projeto Nova Luz deverá ser aberto em maio. A expectativa é que, em junho, a licitação do projeto seja divulgada.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano afirmou, em nota à imprensa, que realizou reuniões com representantes de moradores e comerciantes locais. Segundo a Secretaria, “o projeto deixa claro que uma de suas premissas é justamente criar as condições para que permaneçam na área os que nela moram, trabalham, têm comércio ou negócios". A concessão vai permitir a geração de 19.000 novos empregos e dar origem a mais de 5.000 novas unidades habitacionais, sendo mais de 2.500 destinadas a habitação de interesse social e habitação de mercado popular, segundo a secretaria.

A matéria foi alterada às 09:17 para o acréscimo de informações.

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São Paulo – A Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, que representa o comércio da região, reclamou hoje do Projeto da Nova Luz, realizado pela prefeitura da cidade de São Paulo. O grupo de comerciantes ameaçou realizar uma paralisação com o objetivo de chamar a atenção para a forma como o projeto vem sendo discutido. A região é famosa pela venda de eletrônicos e também por englobar a área da Cracolândia.

Os comerciantes dizem desconhecer como seria feita a retirada dos comerciantes e moradores da região, para onde eles seriam realocados e qual a remuneração. “As áreas serão repassadas para um grupo de construtoras. Vão nos tirar de lá e depois vender para nós a um preço muito mais caro”, disse o comerciante José Carlos Suzuki, que também é membro do Conselho Gestor da ZEIs (zonas especiais de interesse social), em coletiva de imprensa realizada hoje.

A associação de comerciantes afirma ser favorável à revitalização, mas contra a imposição do projeto. “Eles fizeram muitas propostas, mas nunca dando benefícios”, disse Joseph Hanna Fares Riachi, presidente da Câmara de lojistas. Para o representante, a prefeitura poderia debater o projeto com moradores e comerciantes ao invés de entregá-lo pronto para eles. “Muitos moradores de lá não terão condições de comprar imóveis como os que serão construídos, por serem de uma faixa mais elevada de preço”, disse Francisco Poli, advogado e administrador de lojas e shoppings na região.

“A negociação água com açúcar vai acabar”, afirmou Riachi. O representante dos comerciantes ameaçou fechar por tempo indeterminado a região da Santa Ifigênia em protesto ao projeto. “Se a gente fechar um mês não vai quebrar ninguém na região, mas todo mundo vai falar disso”, afirmou. Para Riachi, ninguém será beneficiado pelo projeto atual. O representante também fez também um convite aos candidatos à prefeitura de São Paulo para que eles debatam o projeto.

Os comerciantes Assad Nader e Suzuki, que são membros do Conselho Gestor da ZEIs (Zona Especial de Interesse Social), afirmaram que há irregularidades dentro desse conselho. Uma delas seria a Zeis passar a englobar as 45 quadras da região quando, originalmente, ela seria responsável por 11.

O Projeto Nova Luz engloba a região entre as avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias, rua Mauá e avenida Cásper Líbero, são cerca de 500.000 metros quadrados. A região é famosa por abrigar a Cracolândia. Com o projeto, a prefeitura pretende realizar a chamada “requalificação urbana” do local. Segundo os comerciantes, o edital do projeto Nova Luz deverá ser aberto em maio. A expectativa é que, em junho, a licitação do projeto seja divulgada.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano afirmou, em nota à imprensa, que realizou reuniões com representantes de moradores e comerciantes locais. Segundo a Secretaria, “o projeto deixa claro que uma de suas premissas é justamente criar as condições para que permaneçam na área os que nela moram, trabalham, têm comércio ou negócios". A concessão vai permitir a geração de 19.000 novos empregos e dar origem a mais de 5.000 novas unidades habitacionais, sendo mais de 2.500 destinadas a habitação de interesse social e habitação de mercado popular, segundo a secretaria.

A matéria foi alterada às 09:17 para o acréscimo de informações.

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