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Marcas de moda como Louis Vuitton e Gucci estão descobrindo o circuito de tênis

Uma nova geração de tenistas, mais carismáticos e com forte presença nas redes sociais, virou atrativo para o mercado de luxo

Jannik Sinner e sua bolsa Gucci em Wimbledon: um marco no mais tradicional torneio de tênis (Simon Bruty/Anychance/Getty Images)

Jannik Sinner e sua bolsa Gucci em Wimbledon: um marco no mais tradicional torneio de tênis (Simon Bruty/Anychance/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 06h30.

Que o tênis é um esporte de elite, atrativo para um público com alto poder aquisitivo, não é novidade. Algumas marcas de luxo estão presentes há tempos nos principais torneios do circuito. Para ficar em um exemplo, a Rolex se assoicia ao esporte desde 1978. Hoje, patrocina quatro campeonatos de Grand Slam, além de outros torneios da ATP, como o Rio Open.

Este ano, no entanto, outras marcas de luxo, mais especificamente da moda, marcaram presença na modalidade com raquete. O espanhol Carlos Alcaraz, de 20 anos, atual sensação do circuito e número um do mundo, foi contratado como embaixador da Louis Vuitton e participou da campanha de primavera-verão 2024 da marca de origem francesa.

Outro representante da nova geração, o italiano Jannik Sinner, número quatro do ranking da ATP, chamou a atenção este ano pela raqueteira. Em vez de uma marca esportiva, como Head ou Nike, suas patrocinadoras, ele causou surpresa ao entrar em quadra com uma duffel da Gucci.

Isso aconteceu em Wimbledon, o mais tradicional torneio do mundo, em que os tenistas só podem usar branco. Sinner precisou de uma autorização especial da organização do torneio inglês para entrar com a chamativa peça. Foi a primeira vez que um jogador entrou na quadra com uma bolsa de marca de luxo.

Para o US Open, o tenista italiano entrou com a bolsa com o monograma da marca italiana personalizada e alças em azul e amarelo, as cores usadas no torneio.

Bastidores do esporte no Instagram e na Netflix

Com suas raízes em clubes de elite como o All England Law Tennis and Croquet Club, onde acontece o torneio de Wimbledon, e um histórico de jogadores estilosos, o tênis sempre foi um canal de divulgação interessante para marcas de relojoaria.

A Rolex tem contrato com atletas como Carlos Alcaraz e Iga Swiatek. A Hublot é patrocinadora de Novak Djokovic. A Richard Mille tem contrato com Rafael Nadal. Os tenistas não costumam jogar de relógio. Mas assim que a partida termina eles colocam as peças no pulso para as entrevistas de praxe.

Outras empresas voltadas para consumo de alto padrão, como Mercedes e Emirates, também estão presentes em outdoors nos principais torneios da ATP. Varejistas como a Uniqlo têm patrocinado tenistas de ponta. Sem contar as marcas esportivas, como Lacoste (que também tem apelo de moda), Head, Nike, Yonex, Wilson.

À medida que o esporte se torna mais global e diversificado, vem atraindo marcas de outros segmentos, a exemplo do que já acontece no futebol. Uma campanha da Louis Vuitton com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo viralizou nos meses anteriores à Copa de 2022.

Um atrativo para as marcas tem sido a exposição dos atletas nas redes sociais. Nadal tem mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais. Djokovic tem 14 milhões. Federer, mesmo aposentado, conta com 12 milhões. A série Break Point, na Netflix, sobre os bastidores e os jovens talentos do circuito, ajudaram a popularizar a modalidade.

Um modelo para os atletas que atuam hoje no circuito é Maria Sharapova. Vencedora de cinco torneios do Grand Slam, a tenista russa tinha patrocínio de Porsche, TAG Heuer e Evian. Teve contrato com a Motorola e recentemente iniciou uma parceria com a Aman Hotels, como embaixadora de bem-estar. Sharapova pendurou as raquetes, mas segue faturando  na velocidade de seus forehands.

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