Pernod Ricard quer tornar o gin famoso novamente
Com um plano de 4 anos para o país, a empresa irá focar em eventos, bares, supermercados e personalidades influentes para popularizar o gin Beefeater
Karin Salomão
Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 14h36.
São Paulo - Com uma estratégia forte de relançamento da marca Beefeater, a dona do gin acredita que ele pode voltar a ser um sucesso nos copos dos mais jovens.
A Pernod Ricard desenvolveu um plano de quatro anos para aumentar o conhecimento sobre seu gin, destilado a base de cereais com especiarias. Além de ampliar as opções de drinks, adicionando morangos e laranjas ao limão tradicional, ela multiplicou o número de pontos de venda e investiu em eventos.
A companhia também detém as marcas Absolut Vodka, os whiskies Ballantine’s e Chivas Regal, o rum Havana Club, licores Kahlúa e Malibu e as champagne Perrier- Jouët. No ano fiscal 2014/2015, o faturamento global da Pernod Ricard foi de 8,56 bilhões de euros.
A Pernod Ricard relançou a bebida no Brasil este ano, com uma estratégia para conquistar o público mais jovem. “Precisamos recrutar novos consumidores. Pessoas com menos de 40 anos não conhecem a nossa marca”, afirma Siqueira.
Com um plano de 4 anos para o país, a empresa irá focar em eventos, bares, supermercados e personalidades influentes. O objetivo é apresentar a marca e mostrar que gin pode ser usado em drinks modernos, com combinações além da tônica e limão.
Em julho de 2014, a marca estava apenas 17 pontos de venda. Hoje, são 360 e, entre eles, locais como como Empório Santa Maria, Eataly, Casa Santa Luzia, St Marche e Varanda.
Mudança no consumo
De acordo com Bruno Siqueira, representante da Beefeater no Brasil, o gin e a vodca sempre se intercalaram como bebida preferida pelo mundo. No entanto, por muitos anos o gin ficou esquecido no fundo da prateleira.
Agora, “as pessoas estão trocando a vodca por gin. São formadores de opinião e a classe A”, diz. Em alguns países, como a Espanha e Portugal, o gin já é mais presente nos copos da população do que a vodca.
O destilado é o que mais cresce no Brasil – as vendas subiram 20% ano passado. Para a Beefeater, as vendas subiram 1.000% em 2015 em relação a 2014.
No entanto, é um crescimento sobre uma base pequena, uma vez que, no mercado premium brasileiro, as vendas do gin correspondem a 4% da vodca.
No Brasil, um dos 5 maiores mercados para a Pernod Ricard, o aumento do consumo do gin estava acontecendo sem muito esforço das companhias de bebidas, acredita ele.
A campanha foi polêmica. A marca buscava reposicionamento num mercado difícil e precisava de muito barulho. Além de comprar muita mídia no horário nobre, a Nova Schin contratou um time de estrelas da Globo e o mais incrível: tirou Zeca Pagodinho da rival Brahma.
Quem disse que a Brahma ficaria para trás? Depois de fazer as pazes com o icônico Zeca Pagodinho, a marca mandou um recado para a rival Nova Schin, chamando-a de "amor de verão". Até hoje Zeca se diz "brahmeiro".
O conceito desce redondo é um sucesso para a marca. Abaixo um dos filmes mais emblemáticos desse posicionamento.
Falando em jingle, a Antarctica conseguiu também marcar época com todo o talento e a inesquecível personalidade de Adoniran Barbosa.
Verão, praia, descontração, cerveja e uma mensagem bem-humorada para juntar tudo isso. Quem nunca imitou o sirizinho da campanha com o "nã nã nã nã"?
O clima da Copa do Mundo de 2002 estava no ar. Mais uma vez um personagem animal entrou em cena para alegrar a propaganda da Brahma. Desta vez, uma tartaruga habilidosa e esperta... E que adora Brahma. Para completar, a seleção ainda foi campeã do mundo.