Marketing

O mercado está cansado de marcas que não dizem nada

Ninguém mais tem tempo ou paciência para decodificar mensagens que deveriam ter sido ditas com todas as letras. Marcas que hesitam perdem tração

Composição visual que simboliza o esvaziamento discursivo de parte das marcas no mercado atual. Imagem gerada por IA. (Imagem gerada por IA)

Composição visual que simboliza o esvaziamento discursivo de parte das marcas no mercado atual. Imagem gerada por IA. (Imagem gerada por IA)

Marc Tawil
Marc Tawil

Estrategista de Comunicação

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 18h37.

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O mercado está cansado de marcas que falam sem dizer nada.

Em um ambiente de atenção curta e tolerância mínima, ninguém quer decodificar mensagens que deveriam ter sido ditas com todas as letras. Marcas que hesitam perdem tração.

2026 bate à porta e o movimento é evidente: o consumidor rejeita discursos vagos, slogans que não se sustentam e tentativas de “suavizar” problemas em nome de sensibilidade. Indecisão virou custo. E dos altos.

A transparência quase total do ecossistema digital não permite ambiguidade. Empresas que comunicam de forma sinuosa não apenas confundem: enfraquecem sua capacidade de competir. A economia da atenção mudou a forma como consumimos conteúdo, marcas e posicionamento. Hoje, não há espaço para ruído.

Seguidores, clientes e comunidades respondem ao que é nítido. O que soa nebuloso vira erosão de relevância, reputação e receita.

A falta de clareza dispersa três ativos que sustentam qualquer marca: atenção, desejo e confiança.

Lei da Correspondência

No branding, a coroa pesa mais na cabeça de quem hesita. É o contorno que fracassa, e não a criatividade.

2025 mostrou isso com clareza: campanhas enigmáticas, mensagens que exigiam esforço cognitivo desnecessário e narrativas abertas a interpretações que não sustentavam o posicionamento.

A Lei da Correspondência, princípio clássico do hermetismo, ajuda a explicar: o que está dentro aparece fora. Quando há desalinhamento interno (áreas que não se entendem, estratégias frágeis, discursos genéricos) isso se projeta para o público.

O resultado é peça caótica, incoerente e improcessável. Cada pessoa interpreta de um jeito; a marca perde o fio; a narrativa se desfaz — e muitas vezes não volta.

Clareza, por outro lado, economiza energia.

Marcas que dizem exatamente o que representam reduzem atrito, protegem a atenção e facilitam a decisão. Quanto mais direto o sinal, mais rápido o público entende se aquela marca é (ou não) para ele.

A comunicação sem clareza enfraquece território simbólico. Soa reativa, insegura, sem lugar definido no mundo. Torna a marca refém de algoritmos, do humor das redes e de tendências fugazes.

Já marcas que comunicam com convicção criam lastro: estabelecem fronteiras, definem identidade, constroem vocabulário próprio. Nitidez atrai quem reconhece valor.

Em 2026, nitidez valerá mais do que barulho, alcance ou mídia. Marcas claras conquistarão atenção sem desperdiçar energia tentando recuperá-la depois. Clareza seleciona, elimina dispersão e amplia vínculos reais.

Tornar-se compreensível significa tornar-se competitivo.

Quem demora a ser claro cede terreno a concorrentes mais diretos, focados e precisos. Só que, esse território, depois de tomado, dificilmente volta.

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