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Marcas têm muito a aprender com os creators, diz Rapha Avellar

Empresário é um dos idealizadores do evento Arena, que reúne personalidades em debates sobre tendências no marketing digital. Próximo painel é nesta quinta-feira

 (Divulgação/Divulgação)

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Isabel Rocha
Isabel Rocha

Jornalista

Publicado em 26 de maio de 2021 às 17h37.

Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h13.

O que os CMOs podem aprender com os creators? É essa pergunta que a segunda edição do ARENA promete responder nesta quinta-feira, 27 de maio, a partir das 18h. Promovido pela brandtech Adventures, Inc com o objetivo de ajudar a guiar o mercado para uma nova era do marketing, o evento reúne criadores de conteúdo para que possam compartilhar aprendizados e experiências com o público.

Gustavo Gomes, streamer, influenciador e comentarista do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL); KondZilla, diretor de criação, produtor e empresário e Nathalia Arcuri, fundadora do Me Poupe!; estão entre os convidados.

Acompanhe o evento e fique por dentro de temas relevantes para o desenvolvimento dos ecossistemas de marketing, negócios e conteúdo no Brasil

À frente do projeto, está o empresário Rapha Avellar. Um dos fundadores do Adventures, Inc, ele fez história ao bater o recorde mundial do Youtube com a transmissão da live da Marília Mendonça em abril do ano passado. O evento foi assistido simultaneamente por 3,3 milhões de pessoas.

Em entrevista à EXAME, ele fala sobre a sua história com o mercado publicitário, a importância do conteúdo na construção de uma estratégia de marketing e compartilha suas expectativas para o segundo dia de evento. “Queremos levar as principais mensagens sobre ‘para onde o mundo está indo’ ao público brasileiro”, disse. Leia a íntegra a seguir.

Você é formado em economia. Como e por que se deu a sua transição para o mercado publicitário?

Aos 23 anos, eu entrei na pequena empresa da minha família, que tinha acumulado uma dívida grande e estava à beira da falência. Com a internet, as redes sociais e o conteúdo, crescemos o negócio de 2,5 milhões de reais de faturamento para 30, 40 milhões; levamos a empresa para o Brasil inteiro e aumentamos a equipe, que tinha cerca de oito funcionários, para mais de 100 pessoas nos cinco anos seguintes.  

Anos depois, saí do negócio da família para abrir uma empresa de marketing, a Avellar, que atendeu grandes marcas como Disney, Domino’s, Stone, e Tinder. No final do ano passado tivemos a chegada do nosso sócio Ricardo Dias, que era CMO da Ambev. Fizemos um rebranding na empresa e lançamos a Adventures, Inc. Começamos o ano de 2021 com um pouco mais de 100 pessoas e já estamos passando de 300 colaboradores. Tem sido uma trajetória incrível.

De onde surgiu a ideia de criar o Arena e qual a missão do evento?

Sou apaixonado pelo comportamento do consumidor. Olho com curiosidade e busco aprender com as tendências, sem julgamento. Tenho usado isso para construir negócios: a história da empresa da minha família, da Avellar e da Adventures, Inc tem a ver com isso. O Arena nada mais é do que uma maneira de representar essas crenças. 

Temos a ambição de ser o principal formato de negócios e entretenimento ao longo do próximo ano no Brasil. Nossa meta é trazer as pessoas que de fato estão na arena para debater temas importantes para o mercado. No primeiro episódio, trouxemos os principais executivos do Brasil, que têm liderado mudanças como essa. No próximo, vamos trazer outro grupo de pessoas que é crucial para essa evolução: os creators.

Você mencionou esse primeiro encontro, em que debateram a transformação digital e o comportamento do consumidor na pandemia. O que o público pode esperar da edição desta semana?

Acredito que pessoas como Nathalia Arcuri, Baiano, Konzdilla, Gina Indelicada e Pierre Mantovani [convidados da próxima edição] têm mais compreensão do comportamento do consumidor do que a maioria das empresas e marcas brasileiras. São pessoas que respiram a internet e têm ciclos de feedback incríveis, seja por meio dos comentários que recebem ou do próprio conteúdo que produzem. Por isso, aprendem mais rápido do que as grandes corporações sobre o que as pessoas gostam e o que gera engajamento.

A oportunidade do evento desta semana é trazer esses aprendizados para todos os executivos e pessoas que eventualmente planejam construir um negócio ou marca em 2021. Não tem ninguém no Brasil que conheça tanto como fazer isso como os creators.

Vocês convidaram grandes produtores de conteúdo para debater o tema – mas você também se encaixa na categoria. Qual a sua resposta para a pergunta que é o tema desta edição: o que as marcas podem aprender com os creators?

Quando eu deixei de tocar a área de marketing de uma empresa para empreender, eu corria o risco de me afastar da linha de frente, da arena. Eu não queria ser o CEO ou o publicitário que aprende sobre tendências por livros, manchetes e artigos escritos pelos outros. O principal motivo pelo qual me tornei um creator foi para não me afastar dessa realidade.

Há três principais coisas que um CMO consegue aprender com um creator em 2021. A primeira delas é que a qualidade não é subjetiva. Muitos dos debates criativos sobre construção de marca e estratégia de negócio ainda são feitos por um ponto de vista subjetivo, de gosto pessoal. E se tem uma coisa que os creators sabem é que isso não vale nada. Você só consegue saber a qualidade de alguma coisa quando a joga no mundo e a sua audiência diz se é bom ou ruim, ao engajar, viralizar ou repercutir a sua mensagem.

O segundo ponto tem a ver com velocidade: fundamental para o sucesso de uma estratégia de negócios. O mundo muda rápido. E a capacidade de acompanhar essas mudanças, de entender que o erro faz parte do processo e que você precisa aprender com esse ciclo de feedbacks curtos é uma coisa que os creators sabem por natureza.

Também é preciso entender que, em um mundo onde você briga constantemente pela atenção do público, o volume se torna crucial para o sucesso. Ele traz a capacidade de testar coisas em escala (quanto mais você produz, mais dados acumula para melhorar suas estratégias) e te dá cobertura nesse panorama onde a atenção das pessoas está fragmentada. E essas três coisas os creators sabem de cor.

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