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Gina Indelicada não prejudica marca, diz criador da página

Estudante do 3º semestre de publicidade, Ricck Lopes acredita que paradoxo entre personagem amável e respostas ríspidas ajudou a viralizar perfil

Ricck Lopes: "Não acho que a página possa prejudicar a marca" (Arquivo Pessoal)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 16h57.

São Paulo - Em 10 dias, uma página chamada " Gina Indelicada ", criada no Facebook pelo estudante de publicidade Ricck Lopes, transformou-se em um fenômeno viral que ultrapassou 1 milhão de fãs na rede social, algo que muitas marcas parrudas nem sempre conseguem, mesmo a caros custos.

Ricck é mineiro, estudante do 3º semestre de publicidade e mora em uma república com amigos. Ele já trabalhou em projetos ligados a redes sociais antes e comentou que está admirado com a velocidade com que "Gina Indelicada" alcançou repercussão, mas que tinha a meta de chegar a 1 milhão de fãs quando fundou o perfil.

Em entrevista a EXAME.com, o jovem falou sobre como teve a ideia de criar a página e explicou onde fica a marca "Gina" nessa história.

EXAME.com - De onde surgiu a ideia de criar a "Gina Indelicada"?

Ricck Lopes - Já faz muito tempo que eu queria criar um personagem no Facebook. Isso não saía da minha cabeça. Cheguei a pensar em um perfil com a imagem da minha mãe e criei toda a personalidade, mas era difícil desenvolver humor com ela. Eu moro em uma república com amigos, e na semana passada estávamos cozinhando e vi a caixinha de palitos na prateleira. Foi assim que tive a ideia.

EXAME.com - Por que você achou que a Gina tinha potencial para uma boa personagem?

Lopes - Eu gosto muito da marca e sempre achei a Gina incrível. Ela tem uma coisa meio Mona Lisa. Resolvi pegar ela, que tem aquele ar tradicional, muito carismático, sorridente, e fazer um paradoxo, mostrando que ela poderia agir de forma contrária.

EXAME.com - Por que você acha que deu certo?

Lopes - São dois os argumentos para o sucesso da página. Primeiro, o paradoxo entre a imagem e a personalidade da Gina. Segundo, a interatividade do público. Tudo parte de uma provocação do público. Em outras páginas, a interação parte da marca em direção ao público. Na Gina (Indelicada), ele é que provoca a interação.

EXAME.com - Você investiu algum dinheiro na divulgação da página?

Lopes - A divulgação só foi feita pelo Facebook. Não investi nenhum centavo. Minha meta era chegar a 1 milhão de fãs em um mês. Eu achava que seria difícil, mas consegui rápido.

EXAME.com - Você teve algum contato com a Rela Gina, dona da marca Gina, antes de criar a personagem?

Lopes - Não houve uma procura da minha parte. O que tenho percebido na página é que as pessoas dizem que passaram em frente à gôndola no supermercado, deram uma risadinha para a Gina e compraram o produto. As pessoas não gostam do perfil de uma forma pejorativa. Tiram humor disso. Elas sabem distinguir humor de realidade.


EXAME.com - Que impacto você imagina que "Gina Indelicada" pode ter sobre a marca?

Lopes - Em nenhum momento imaginei que isso pudesse prejudicar a marca. Eu entendo o lado deles (da Rela Gina) e a preocupação com o posicionamento, mas acho que o que aconteceu demonstra que marcas gastam muito para chegar nesse número. Aqui não houve nenhum centavo investido.

EXAME.com - A Rela Gina procurou você para conversar sobre o caso?

Lopes - Eles me mandaram um e-mail ontem. Respondi em 14 minutos e não acho que possa resultar em algum processo. Eu sou estudante, moro em uma república e o dinheiro que tenho é para pagar a faculdade.

EXAME.com - E se convidassem você para trabalhar a imagem da marca nas redes sociais?

Lopes - Eu ficaria lisonjeado e acho que aceitaria. Já recebi propostas para trabalhar com as redes socias de uma marca. Uma proposta muito boa, que aconteceu por causa da Gina.

EXAME.com - Por que você escondia sua identidade como criador da página até pouco tempo atrás?

Lopes - Era uma questão estratégica. Eu não sou a Gina. Não queria ficar associado à página. Recebi convites para tocar na "balada" em que eu seria Dj Gina. Esse não sou eu. Por causa disso, preferi que as pessoas gostassem do projeto sem ter uma identificação com a minha imagem. Agora, as pessoas já gostam do projeto e eu posso me identificar.

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Ricck é mineiro, estudante do 3º semestre de publicidade e mora em uma república com amigos. Ele já trabalhou em projetos ligados a redes sociais antes e comentou que está admirado com a velocidade com que "Gina Indelicada" alcançou repercussão, mas que tinha a meta de chegar a 1 milhão de fãs quando fundou o perfil.

Em entrevista a EXAME.com, o jovem falou sobre como teve a ideia de criar a página e explicou onde fica a marca "Gina" nessa história.

EXAME.com - De onde surgiu a ideia de criar a "Gina Indelicada"?

Ricck Lopes - Já faz muito tempo que eu queria criar um personagem no Facebook. Isso não saía da minha cabeça. Cheguei a pensar em um perfil com a imagem da minha mãe e criei toda a personalidade, mas era difícil desenvolver humor com ela. Eu moro em uma república com amigos, e na semana passada estávamos cozinhando e vi a caixinha de palitos na prateleira. Foi assim que tive a ideia.

EXAME.com - Por que você achou que a Gina tinha potencial para uma boa personagem?

Lopes - Eu gosto muito da marca e sempre achei a Gina incrível. Ela tem uma coisa meio Mona Lisa. Resolvi pegar ela, que tem aquele ar tradicional, muito carismático, sorridente, e fazer um paradoxo, mostrando que ela poderia agir de forma contrária.

EXAME.com - Por que você acha que deu certo?

Lopes - São dois os argumentos para o sucesso da página. Primeiro, o paradoxo entre a imagem e a personalidade da Gina. Segundo, a interatividade do público. Tudo parte de uma provocação do público. Em outras páginas, a interação parte da marca em direção ao público. Na Gina (Indelicada), ele é que provoca a interação.

EXAME.com - Você investiu algum dinheiro na divulgação da página?

Lopes - A divulgação só foi feita pelo Facebook. Não investi nenhum centavo. Minha meta era chegar a 1 milhão de fãs em um mês. Eu achava que seria difícil, mas consegui rápido.

EXAME.com - Você teve algum contato com a Rela Gina, dona da marca Gina, antes de criar a personagem?

Lopes - Não houve uma procura da minha parte. O que tenho percebido na página é que as pessoas dizem que passaram em frente à gôndola no supermercado, deram uma risadinha para a Gina e compraram o produto. As pessoas não gostam do perfil de uma forma pejorativa. Tiram humor disso. Elas sabem distinguir humor de realidade.


EXAME.com - Que impacto você imagina que "Gina Indelicada" pode ter sobre a marca?

Lopes - Em nenhum momento imaginei que isso pudesse prejudicar a marca. Eu entendo o lado deles (da Rela Gina) e a preocupação com o posicionamento, mas acho que o que aconteceu demonstra que marcas gastam muito para chegar nesse número. Aqui não houve nenhum centavo investido.

EXAME.com - A Rela Gina procurou você para conversar sobre o caso?

Lopes - Eles me mandaram um e-mail ontem. Respondi em 14 minutos e não acho que possa resultar em algum processo. Eu sou estudante, moro em uma república e o dinheiro que tenho é para pagar a faculdade.

EXAME.com - E se convidassem você para trabalhar a imagem da marca nas redes sociais?

Lopes - Eu ficaria lisonjeado e acho que aceitaria. Já recebi propostas para trabalhar com as redes socias de uma marca. Uma proposta muito boa, que aconteceu por causa da Gina.

EXAME.com - Por que você escondia sua identidade como criador da página até pouco tempo atrás?

Lopes - Era uma questão estratégica. Eu não sou a Gina. Não queria ficar associado à página. Recebi convites para tocar na "balada" em que eu seria Dj Gina. Esse não sou eu. Por causa disso, preferi que as pessoas gostassem do projeto sem ter uma identificação com a minha imagem. Agora, as pessoas já gostam do projeto e eu posso me identificar.

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