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Da Vans à Netflix: dia marca conscientização do autismo

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é oportunidade para celebrar ações de inclusão; estima-se que 2 milhões de brasileiros têm o transtorno

Atypical, da Netflix: sério mostra rotina de um jovem de 18 anos autista (Netflix/Reprodução)

Atypical, da Netflix: sério mostra rotina de um jovem de 18 anos autista (Netflix/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2020 às 06h37.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 06h51.

Não se trata de data comercial e nem está no calendário de feriados, mas que precisa ser lembrada. Hoje, 2 de abril, é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Estima-se que no Brasil haja 2 milhões de pessoas com o transtorno — e 70 milhões no mundo, muitos deles sem qualquer diagnóstico médico, o que dificulta o aprendizado e a empregabilidade dessas pessoas. A data é então uma oportunidade de dar visibilidade ao tema – e comemorar alguns avanços.

Empresas ao redor do mundo começaram a perceber que autistas de alto rendimento, por exemplo, são excelentes profissionais por conta da grande capacidade de atenção e retenção de tarefas.

Segundo a consultoria global Specialisterne com 20 clientes no Brasil, a taxa de retenção desses profissionais é de 93% após um ano de contratação, como mostra reportagem de Exame publicada em fevereiro. Altistas de alto rendimento têm sido reconhecidos também ao terem uma representante de peso, a jovem ativista Greta Thunberg, que tem Síndrome de Asperger, um dos espectros de autismo.

No marketing, os autistas também começam a ter destaque. A fabricante de roupas e calçados Vans anunciou uma coleção de tênis para ressaltar a importância da conscientização do autismo em parceria com o Conselho Internacional de Credenciamento e Padrões de Educação Continuada.

Os produtos são ultra confortáveis e compostos por elementos sensoriais inclusivos, como uma paleta de cores calmas. Parte da receita dos itens para adultos e crianças será doada à A.skate Foundation, uma instituição americana que usa o skate como ferramenta de inclusão, terapia e educação de crianças com autismo sem custo algum para as famílias.

Na Netflix, a série Atypical (2017) retrata a vida de um jovem autista de 18 anos que estuda, trabalha e sofre os desafios da idade.

Outro exemplo é a Sessão Azul, um projeto de sessões de cinema adaptadas para autistas em doze estados brasileiros. Os filmes são escolhidos pelo público na semana anterior do evento e durante a sessão a sala de fica com as luzes acesas, o som mais baixo e a plateia pode andar, dançar, gritar ou cantar à vontade. Por conta da covid-19, porém, o projeto está temporariamente suspenso.

Ações que propõem visibilidade como da Vans, da Sessão Azul e das empresas empregadoras, por exemplo, ajudam na conquistas de direitos como ocorreu no Brasil em janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei 13.977, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Segundo a Agência Senado, a medida assegura a atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

Desse modo, em alguns anos, espera-se observar a ascensão de mais pessoas autistas em universidades e no mercado de trabalho, gerando importantes impactos sociais e econômicos.

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