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Só 26% das empresas estão preparadas para investir

Resultado aparece em pesquisa da Deloitte e Ibri sobre os megaeventos esportivos no Brasil

Indústria da construção destaca-se como a de maior potencial para recebimento de investimentos. Acima, o projeto de obras para o Estádio do Maracanã, no Rio (.)
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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2010 às 16h25.

São Paulo - A Deloitte e o Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) se uniram para realizar a pesquisa "Brasil, bola da vez – negócios e investimentos a caminho dos grandes eventos esportivos", que teve como objetivo levantar informações sobre a influência da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, ambas sediadas no País, na tomada de decisões de companhias e investidores.

"Tais megaeventos e aqueles menores, que acontecem em seu entorno, tem grande importância para a imagem e economia do Brasil e, claro, também para as empresas. Nossa meta foi descobrir quais e como as empresas estão se preparando para explorá-los", explica José Paulo Rocha, sócio-líder da área de corporate finance da Deloitte.

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Foram entrevistados, entre abril e maio deste ano, 60 profissionais do setor de relações com investidores de suas empresas (RIs), representantes de diversos segmentos e portes; e 36 executivos de entidades investidoras. Entre os dados coletados, destaca-se a indústria da construção como a de maior potencial para recebimento de investimentos, citada por 65% dos entrevistados. Em seguida aparecem as atividades de turismo, hotelaria e lazer, grupo lembrado por 55%; e a de transporte aéreo e infraestrutura aeroportuária, com 53% (sempre em respostas múltiplas).

Entre as dúvidas que podem frear investimentos privados estão: "as cidades-sede vão conseguir concluir seus projetos para a Copa?", que aflige 65% dos entrevistados; e "os investimentos públicos aplicados nesses eventos serão bem administrados?", com 63%.

Os principais desafios a serem enfrentados para a boa condução de megaeventos esportivos, na opinião dos profissionais que responderam ao questionário, também tem ligação direta com o setor público. Para eles, a maior dificuldade será garantir as responsabilidades e a coordenação eficiente entre os níveis de governo; e garantir a infraestrutura geral. "Com as nossas dimensões e o envolvimento de diferentes esforços de governantes e poderes, esse gerenciamento requer grande habilidade. Há intenções e prioridades que precisarão ser conciliadas para que tudo funcione perfeitamente", enfatiza Rocha.

Entre os benefícios da realização de megaeventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, destaca-se a infraestrutura e a valorização da marca Brasil no exterior. No total, 91% apontaram a efetivação dos projetos relacionados à infraestrutura e logística. "É o principal legado. Esse tipo de evento reúne esforços e capital com muito mais facilidade e velocidade para a realização de importantes obras nos mais diversos setores", aponta Rocha. Melhoria da imagem brasileira no exterior (67%), qualificação do País como um pólo turístico mundial (63%) e internacionalização do País (54%) também são de grande relevância na opinião dos entrevistados.

O que chama a atenção negativamente é que muitas das empresas que participaram da pesquisa não se mostram ainda preparadas para aproveitar as oportunidades de investimento que nascem com a chegada da Copa e das Olimpíadas no Brasil. Apenas 12% delas já possuem um plano específico em andamento e 14% tem planejamento pronto, aguardando para ser iniciado em momento propício. 35% ainda pretendem se preparar, 21% não terão atividades especiais durante os eventos e 18% sequer souberam informar sobre a existência de planos específicos. "O que podemos imaginar é que muitas empresas não enxergam, nos eventos esportivos, oportunidades para seus negócios. Mas acreditamos que, com a proximidade deles, muitas poderão mudar de ideia e encontrar boas formas de participar", finaliza Rocha.

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