8 porradas da propaganda no machismo
Confira a lista em homenagem ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2015 às 16h52.
Última atualização em 6 de julho de 2020 às 14h59.
São Paulo - Em 1981, durante um congresso em Bogotá, 25 de novembro foi declarado como o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher . A data foi escolhida em homenagem às irmãs Minerva, Patria e Antonia Mirabal, assassinadas em 1960 enquanto lutavam contra a violenta ditadura imposta por Rafael Trujillo na República Dominicana. "Las Mariposas", como ficaram conhecidas, se tornaram um símbolo de luta e resistência feminina , sobretudo na América Latina. Mais de cinquenta anos depois do evento que marcou a data, milhares de mulheres ao redor do mundo ainda são vítimas de violência , estando ou não em meio a uma guerra. Dados divulgados pela ONU no primeiro semestre deste ano, por exemplo, apontam que 7 em cada 10 mulheres no mundo já foram violentadas em algum momento de suas vidas. Diante do alarmante problema, surgem cada vez mais iniciativas que tentam, na medida do possível, acabar com ele. Uma questão tão delicada não poderia ser tratada de outra forma que não com impacto de imagens fortes capazes de chamar nossa atenção para algo muitas vezes invisível e silencioso. As campanhas que reunimos contam com essas características e abordam o tema com a criatividade que ele requer. Confira a seguir.
Assinado pela agência Africa, o vídeo mostra mulheres agredidas que tem seus hematomas cobertos por um recurso de descrições do Youtube, o annotations. Neles, estão escritos desculpas sobre a causa dos "acidentes", porém, sempre que fechados pelos usuários, deixam expostas as marcas.
A agência Circus Grey organizou um livro onde é possível encontrar algumas dessas mensagens recebidas pelas mulheres. Ao término do livro, o leitor é convidado a virá-lo ao contrário e conhecer o fim de cada uma dessas histórias.
Pôsteres no formato lambe-lambe foram utilizados para transmitir mensagens impactantes que alertam sobre a violência contra a mulher, em temas como aborto de bebês quando identificados como meninas, tráfico de mulheres e mutilação genital.
A peça utiliza o recurso de reconhecimento para detectar o número de pessoas que estão olhando para a imagem, que mostra uma mulher com o rosto repleto de sangue e hematomas. Qual é a novidade? As feridas começam a sumir na medida em que um número maior de pessoas direciona seus olhares para a propaganda.
A Terre des Femes, organização alemã pela defesa dos direitos das mulheres, resolveu criar uma maquiagem que, ao invés de esconder as marcas de violência, as causava. A ideia foi chamar a atenção as pessoas para o modo como muitas vezes as agressões sofridas pelas mulheres são literalmente maquiadas e silenciadas.
Assinada pela Ogilvy & Mather Japão, a peça faz uso inteligente da tecnologia para atingir o público-alvo da conscientização. Para isso, fotos de mulheres foram impressas em porta-copos utilizando uma tinta termoquímica. Ao apoiar o copo com bebida no acessório, alterando consequentemente sua temperatura, a imagem se modifica, revelando hematomas no rosto das modelos.
A agência Africa criou a campanha para a ONG Instituto Maria da Penha, em que ressalta um dos aspectos mais doloros da violência doméstica: o silêncio.
A revista britânica Cosmopolitan criou uma capa impactante após a adolescente Shafilea Ahmed, de apenas 17 anos, ser assassinada por asfixia por seus pais, na frente de seus irmãos, após ter recusado um casamento arranjado. A edição, estampada com uma mulher que parece estar sufocada, veio envolta em um plástico para reforçar a referência ao assassinato.
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