Comercial da Volvo: a marca descobriu sua vocação, que é entreter as pessoas, diz Varassin (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 18h32.
São Paulo - Alexandra Varassin, Brand Solutions do Google, elencou o que, na opinião do próprio gigante das buscas, são os quatro passos para uma marca ser bem sucedida no YouTube.
A explicação foi dada em palestra realizada nesta quinta-feira (11), durante evento promovido pelo Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil), em São Paulo.
Segundo Alexandra, primeiramente é preciso definir sua vocação como marca. "O YouTube mapeou três grandes temas que as pessoas se engajam mais", diz.
A profissional cita o entretenimento, a educação e a utilidade como pilares motivadores de engajamento e componentes do que será a vocação da marca.
Segundo a profissional, qualquer vídeo de sucesso da plataforma se adequa a pelo menos um destes três grandes temas.
Para ilustrar, no campo do entretenimento podemos pensar no Porta dos Fundos.
Já como Educação, vale acessar o Manual do Mundo. Quando o assunto for utilidade, pense nas vlogueiras do mundo da maquiagem, como Camila Coelho.
Mas e as marcas? Alexandra cita o exemplo de Volvo para reforçar o tema de aptidão da empresa.
"A Volvo descobriu sua vocação: entreter as pessoas", explica. "Quando a gente pensa em caminhão, quer coisa mais difícil de fazer entretenimento com isso?", questiona após exibir o já clássico comercial da marca com Jean Claude Van Damme.
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No campo educativo, até mesmo uma marca pode se adequar. "Claro que é muito mais difícil, a não ser que você seja de fato uma universidade", diz.
Mas a profissional exibe um case de British Airways que desenvolveu para os internautas, em forma de vídeo, uma espécie de guia de viagens interativo.
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Já quando o assunto é utilidade, ela cita o vídeo de McDonald's feito para esclarecer por que o lanche servido nos restaurantes é diferente daquele que aparece na publicidade.
"É uma utilidade porque as pessoas querem de fato saber isso. É muito corajoso quando a marca resolve conversar", explica.
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Depois de descobrir a vocação, é preciso pensar no segundo passo: não impor seu conteúdo.
"As pessoas não querem gente atrapalhando o que elas estão fazendo", analisa.
Mas como fazer isso? Ela cita o case do banco TD Canada Trust que transformou os caixas eletrônicos em Automated Thanking Machines, num trocadilho com o termo Automated Teller Machine (ATM).
Ou seja, a agência Leo Burnett Toronto fez com que o caixa eletrônico do banco agradecesse os clientes de diversas formas, desde dinheiro a passagens de avião para ver um ente querido.
A ação emocionou milhões de internautas em todo o mundo. "Eu ainda me seguro para não chorar toda vez que assisto. Quem é que não quer interagir com uma marca assim?", pergunta.
Neste case, explica Alexandra, é preciso observar a sensibilidade da marca de entender o quanto isso é especial para o cliente do banco e também para quem está vendo no YouTube.
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O terceiro passo é abrir espaço para amplificação. "As pessoas que estão no YouTube são criativas. Há um universo de pessoas com tempo e vontade para contribuir com essa comunidade. Abra espaço para que ela contribua".
Exemplos? A Virgin America convocou talentosos dançarinos que faziam sucesso no YouTube e selecionou alguns dos melhores para estrelarem seu vídeo de segurança.
Isso mesmo, um vídeo de segurança de uma companhia aérea com dançarinos convocados pelo YouTube.
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O quarto e último passo é estar sempre presente quando as pessoas demandarem.
"As pessoas não querem esperar até as 10 horas para ver Mad Men, por exemplo. Você pega um fim de semana e vê uma temporada inteira", exemplifica citando o caso da Netflix.
Alexandra, aliás, menciona também os casos do Waze e do 99Taxis. São apps e serviços que estão lá quando o consumidor necessita e é isso que a sua marca precisa pensar.