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Uma forma diferente de empreender

O que é ETA, uma forma de empreender consolidada nos Estados Unidos e que vem ganhando tração no Brasil; modalidade dispensa a necessidade de ter capital e uma ideia original

 (Hispanolistic/Getty Images)

(Hispanolistic/Getty Images)

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 14h39.

Última atualização em 15 de dezembro de 2023 às 14h44.

O que é empreender para você? Possivelmente, sua resposta seria algo como criar uma startup ou abrir um negócio, certo? Mas se eu te disser que existe outra forma de empreender, comprovada, mas ainda pouco difundida no Brasil?

Quando você pensa em um empreendedor, que imagem vem à sua cabeça? Possivelmente, alguém jovem com uma ideia inovadora, certo? Mas, se eu te disser que é possível empreender em qualquer idade, bastando ter um espírito empreendedor, sem ter uma ideia e, nem mesmo, capital?

Agora, a pergunta mais importante: você gostaria de se tornar um empreendedor? Ter independência profissional e financeira, além de um significado maior para seus esforços?

Pois bem, você pode se tornar um empreendedor sem precisar fundar uma startup ou criar um novo negócio e sem ter, necessariamente, capital. Isso se chama ETA (Entrepreneurship Through Acquisition, na sigla em inglês - empreendedorismo por aquisição, em português), uma forma de empreender consolidada nos Estados Unidos e que vem ganhando tração no Brasil.

Empreendedorismo por aquisição é uma forma de empreender em que você não cria um negócio, mas (1) adquire um negócio existente, (2) assume a gestão e cria valor fazendo o negócio crescer e aumentando sua rentabilidade e (3) realiza parte do valor criado anos depois, vendendo o negócio.

Existem diferentes modelos de empreendedorismo por aquisição. O mais tradicional é o chamado “search fund”, em que a pessoa levanta capital com investidores para apoiar a procura de uma empresa (search capital) e, ao adquirir uma empresa, os investidores financiam a aquisição (acquisition capital).

Existe, também, o formato chamado de “self-funded search”, em que a própria pessoa financia a busca por uma empresa e, eventualmente, parte da própria aquisição. Existe, ainda, o modelo “single sponsorship”, em que um único investidor, normalmente um fundo de private equity, financia integralmente a aquisição. Cada um desses modelos de ETA, como quase tudo na vida, tem seus prós e contras. A escolha certa depende do contexto, perfil e objetivos da pessoa.

Embora ainda relativamente poucos, já existem investidores brasileiros relevantes atuando nessa classe de ativos. A Spectra Investments é a grande referência no país, assim como a Kviv Ventures e KYR Capital. Aos poucos, mais investidores brasileiros têm investido nessa nova classe de ativos, atraídos por riscos menores que investimento em startups e retornos atrativos.

Mas, não são só os investidores que têm a ganhar com o modelo de empreendedorismo por aquisição. Existe uma boa proposta de valor para vários stakeholders: empresários podem obter liquidez ao vender a empresa e ver seu negócio perpetuado; colaboradores com novas perspectivas; o empreendedor com um alto potencial de realização profissional; e, de forma mais ampla, a sociedade ganha. Isso porque o perfil mais frequente de empreendedor é de jovem, mas, numa era de expectativa de vida cada vez maior, a transição para uma carreira empreendedora pode ser um caminho potencial, também, para pessoas mais experientes - o que pode ajudar a combater o etarismo e a promover uma longevidade na geração de renda produtiva.

E aí, quer empreender, mas não tem uma ideia? Achava que empreender não era para você, ou que não tinha como viabilizar? Então, agora você sabe que existe uma forma possível para isso: empreender por aquisição.

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