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Tudo se resume a cerveja: por que o Bank of America agora recomenda a compra da ação da Ambev?

Banco está otimista com o desempenho das margens da empresa para 2024, que devem ser as maiores desde 2019, impulsionadas pela unidade de cervejas Brasil

Ambev: BofA passa a recomendar compra e coloca preço-alvo de R$ 17,5 para a ação da cervejaria (Jonne Roriz/Bloomberg)

Ambev: BofA passa a recomendar compra e coloca preço-alvo de R$ 17,5 para a ação da cervejaria (Jonne Roriz/Bloomberg)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 10 de julho de 2023 às 19h28.

Última atualização em 11 de julho de 2023 às 17h40.

O Bank of America está mais confiante com as ações da Ambev (ABEV3). O banco passou a recomendar compra do papel e elevou o preço-alvo de R$ 16,4/ US$ 3,2 para R$17,5/ US$3,5, destacando a perspectiva de crescimento da unidade de cerveja no Brasil. "Somos otimistas em relação ao desempenho das margens nos próximos 18 meses e estimamos que a margem Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2024 será a mais alta desde 2019", escreveram os analistas do banco.

De acordo com o banco, esse desempenho deve ser impulsionado pelos custos mais baixos das commodities, um real mais forte e um preço/mix consistente. "Potenciais desenvolvimentos políticos na Argentina poderiam eventualmente reduzir a percepção de risco. Ajustamos nossas estimativas para a Ambev principalmente para refletir as suposições atualizadas de câmbio e previsões de custos."

O Bank of America projeta um Ebitda 19% para toda a Ambev maior em relação ao ano anterior, para R$ 30,4 bilhões em 2024. Para a unidade de cervejas no Brasil, a projeção é de um crescimento de 34% para o Ebitda. "A divisão de Cerveja Brasil deverá ser o principal impulsionador do crescimento, contribuindo com 80% da melhoria no EBITDA."

Gestão bem-sucedida de receitas para acompanhar  

De acordo com o BofA, a Ambev tem consistentemente aumentado o preço/mix de suas cervejas acima da inflação no Brasil nos últimos três anos, melhorando sua variedade de produtos e embalagens, além de reduzir descontos. "Esperamos que essa estratégia persista, pois a empresa tem desenvolvido um portfólio muito mais robusto e novos canais de vendas para comercializar cerveja (vendas diretas ao consumidor, comércio eletrônico)." A equipe acredita que a Ambev continuará a aumentar a receita por hectolitro para cerveja em 150 pontos-base acima da inflação geral no Brasil no médio e longo prazo. 

Os riscos à recomendação são mudanças fiscais e concorrência,observa o banco. A eliminação de benefícios fiscais (ICMS e IPI) reduziria o lucro por ação (EPS) em 23% em 2024. Os efeitos mitigadores são o uso de crédito tributário e o aumento do endividamento no balanço patrimonial.

Acompanhe tudo sobre:AmbevABEV3

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