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O que são smart contracts e qual sua relação com as criptos?

Os smart contracts ajudam os usuários a trocar dinheiro, propriedades, ações, ativos ou qualquer outra representação digital

Smart contracts, concepts for e-signatures, remote collaboration business. (Getty/Getty Images)

Smart contracts, concepts for e-signatures, remote collaboration business. (Getty/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 18h00.

Uma das principais características do blockchain é sua qualidade de comportamento descentralizada, compartilhada entre todas as partes da rede, eliminando assim o envolvimento de intermediários, como também acontece nos chamados smart contracts.

Os smart contracts ajudam os usuários a trocar dinheiro, propriedades, ações, ativos ou qualquer outra representação digital, baseada no blockchain, fornecendo um método de transação completamente transparente.

Mas afinal, o que é smart contract e como ele funciona na prática?

O que são smart contracts?

Proposto na década de 1990 por Nick Szabo, um cidadão americano de ascendência húngara, pioneiro da ciência da computação moderna, definiu os smart contracts como um conjunto de promessas virtuais, com acordos associados para aplicá-las.

Em outras palavras, os smart contracts são acordos entre duas pessoas ou entidades na forma de código de computador, programado para ser executado automaticamente. Esses contratos são executados em um blockchain, o que significa que os termos são armazenados em um banco de dados distribuído e não podem ser alterados.

Em termos simples, blockchain é uma tecnologia que armazena dados em um livro-razão distribuído. Os dados de registro e transação armazenados estão disponíveis para todas as partes da rede em tempo real.

Como funcionam os smart contracts?

Para entender melhor como eles funcionam, um dos exemplos de smart contracts inclui o caso de uma pessoa que deseja vender um imóvel próprio. De modo geral, um processo de venda de propriedades exige:

  • Anunciar o imóvel;
  • Utilizar uma forma de se comunicar com os possíveis compradores; 
  • Um sistema de pagamento;
  • Uma forma de registrar a mudança de propriedade da casa junto às autoridades;

Resumindo, há muita papelada e comunicação entre diversas partes. Portanto, hoje em dia, a maioria das pessoas que deseja negociar imóveis o faz por meio de um corretor de imóveis. Esses agentes lidam com a papelada, atuando como intermediários em todo o processo. 

No entanto, o uso de smart contracts nesse caso pode ser mais eficaz. Eles são projetados para funcionar em um princípio baseado em condições (se isso, então aquilo), que resolveria a questão da propriedade, transferindo-a para o comprador somente quando o dinheiro e outras condições fossem acordados.

Como tal, um código pode ser a única expressão de um acordo entre duas partes ou pode complementar os contratos tradicionais baseados em texto e impor certos termos, como a transferência de fundos da Parte A para a Parte B.

Mas além de entender o que são smart contracts e como eles funcionam, é importante saber quais são os benefícios que eles oferecem.

Benefícios dos smart contracts

Os smart contracts oferecem uma série de benefícios para as partes envolvidas, entre eles: 

  • Independência: os participantes se organizam, ou seja, pode ser excluída a participação de intermediários;
  • Confiabilidade: os contratos são armazenados com segurança em uma rede distribuída, tornando praticamente impossível alterá-los ou falsificá-los;
  • Segurança: em uma rede distribuída, os contratos são replicados em todos os nós da rede e não serão perdidos;
  • Econômico: ao eliminar intermediários, os custos são reduzidos para todas as partes envolvidas;
  • Precisão: este tipo de contrato reduz a zero a possibilidade de prazos ou erros de processamento;
  • Sustentabilidade: o contrato elimina o uso de papel nas empresas. Além de diminuir o número de viagens para entrega de contratos físicos, diminuindo a poluição.

Smart contracts e relação com as criptos

Os sistemas de criptomoedas são uma implementação de um modelo teórico descrito em um artigo publicado por Satoshi Nakamoto sob um pseudônimo. A ideia básica é criar um sistema que não exija a intervenção de governos, instituições financeiras ou terceiros.

Assim, a funcionalidade de criptomoedas como o Bitcoin depende, em última análise, dos acordos nos quais os participantes divulgam ou ocultam informações seletivamente. Tais acordos equivalem a um grande contrato multilateral, do qual todos os participantes fazem parte.

Este acordo multilateral é executado automaticamente por meio da tecnologia de smart contracts. Portanto, os detentores de carteiras de criptomoedas são credores e devedores, e ambas as partes estão dispostas a transferir e trocar partes de sua riqueza por meio de um conjunto de acordos autoexecutáveis.

Exemplificando o uso de smart contracts e criptos

Imagine que dois detentores de criptomoedas desejam realizar uma transação. No entanto, as duas partes não se conhecem e querem ter certeza de que, ao enviar a criptomoeda, a outra parte cumprirá a transação.

Então, para resolver esse problema, as duas partes decidiram implementar um smart contract, para garantir que a transação não aconteça a menos que ambas as partes executem o pagamento. Como resultado:

  1. O usuário A envia suas criptomoedas para um endereço associado ao smart contract criado;
  2. O código do smart contract verifica se o usuário A enviou o valor acordado;
  3. O código verifica se o usuário B enviou o valor acordado;
  4. Após a verificação do pagamento de ambos, o smart contract libera o valor para cada um dos usuários.

Importante destacar que, se uma das partes não pagar o valor integral ou não realizar o pagamento dentro de um determinado período de tempo, todas as criptomoedas que foram enviadas, voltam para os proprietários originais.

Por esse motivo, o uso de smart contracts no universo criptográfico está se expandindo porque são confiáveis, autônomos, descentralizados e transparentes. Além disso, uma vez implantados, também são irreversíveis e não modificáveis.

Essas vantagens foram exploradas para tornar os smart contracts os blocos de construção de centenas de aplicativos descentralizados (dApps) e se tornaram o foco principal do desenvolvimento de blockchains.

Quais criptomoedas suportam os smart contracts?

A tecnologia Blockchain tornou-se mais popular com o advento dos contratos inteligentes. A necessidade de usar protocolos programáveis ​​ou protocolos que se executam e se aplicam sem um intermediário disparou.

Por esse motivo, muitas criptomoedas ganharam a funcionalidade dos smart contracts, como Ethereum, Solana, Polkadot, Cardano, Avalanche, Cosmos, Tron e Algorand, proporcionando baixo custo, escalabilidade e velocidade, sem comprometer a segurança dos usuários da rede.

Pode-se dizer que os smart contracts são um excelente exemplo da “Lei de Amara”, a noção articulada pelo cientista da computação da Universidade de Stanford, Roy Amara, de que tendemos a superestimar novas tecnologias no curto prazo e super valorizá-las no longo prazo. 

Em suma, embora os smart contracts precisam evoluir antes de serem amplamente adotados para uso produtivo em relações complexas, eles têm o efeito de revolucionar as estruturas que determinam como as partes realizam contratos.

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