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Viagens muito baratas por causa do coronavírus. É seguro comprar?

Com efeitos da covid-19 no turismo, empresas oferecem pacotes por preços baixíssimos, mas é preciso tomar cuidados para não cair em armadilhas; confira

Grécia: em meio à pandemia do novo coronavírus, pacote de viagens ao país europeu estavam sendo vendido desde 4 mil reais (Allard Schager/Getty Images)

Grécia: em meio à pandemia do novo coronavírus, pacote de viagens ao país europeu estavam sendo vendido desde 4 mil reais (Allard Schager/Getty Images)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 3 de maio de 2020 às 12h00.

Última atualização em 3 de maio de 2020 às 12h00.

Viajar para o Caribe por mil reais e para a Grécia por apenas quatro mil. Em momentos normais, as possibilidades parecem impossíveis, mas com os efeitos da pandemia do novo coronavírus no setor do turismo, promoções como estas são cada vez mais comuns na internet. Mas é preciso tomar alguns cuidados para não cair em armadilhas e perder o dinheiro ou ficar no prejuízo.

Com a suspensão das viagens devido a pandemia da covid-19, o turismo mundial tem enfrentado a maior crise da sua história. De acordo com o World Tourism Forum Institute, a estimativa é de que o setor tenha uma perda de um trilhão de dólares.

Com o objetivo de atrair os clientes, nas últimas semanas, agências de turismo e companhias aéreas têm feito grandes promoções, com valores muito abaixo do comum. Por causa das medidas restritivas como isolamento social e a quarenta adotadas no mundo todo, os pacotes oferecidos são para embarque a partir do segundo semestre deste ano até o fim de 2021.

De acordo com Rodrigo Góes, especialista do projeto Fábrica de Milhas, a queda dos preços das viagens já era esperada, porque as empresas precisam arranjar um jeito de faturar agora, mesmo impedidas de oferecer seus serviços, para manter as operações.

”Assim como em outros setores, tem ocorrido esse movimento de adiar e não cancelar serviços já contratados, e quem puder, comprar para retirar e consumir quando o comércio for reaberto. Mas é preciso ter cuidado para avaliar o que é uma oportunidade e o que pode se tornar um prejuízo no futuro”, explica.

Oportunidades

Uma das principais vantagens oferecidas nas promoções é a flexibilidade da data de embarque. Para Góes, o fator é um ponto positivo, já que ainda não é possível definir com certeza quando a pandemia será minimizada e as fronteiras serão reabertas.

Quem tem uma viagem dos sonhos em mente e flexibilidade de encaixá-la no futuro, está com uma grande oportunidade em mãos e pode garantir promoções com preços abaixo do normal.

Quem costuma fazer o uso de milhas para viajar, também pode conseguir bons negócios. Com os voos suspensos, os trechos geralmente mais disputados, como a América do Norte e a Europa, estão com mais vagas disponíveis, além de exigir menos milhas.

Ainda para o consumidor que usa milhas, há boas oportunidades para quem quer transferir do cartão de crédito para os clubes e ganhar milhas bônus. “Geralmente essas milhas bônus possuem uma validade de 6 meses para serem usadas, mas com a pandemia essa janela aumentou para até 3 anos”, diz Góes.

Armadilhas

Junto com as boas oportunidades também vêm as chances de armadilhas. Para evitar prejuízos, é preciso estar atento a todos os detalhes do pacote, principalmente quando o preço parece bom demais para ser verdade.

“Muitos pacotes estão sendo vendidos com a possibilidade de virarem crédito caso haja algum problema e a viagem não puder ser feita. Com isso, o viajante terá um voucher para comprar uma outra viagem e ficará a mercê dos preços que estiverem sendo praticados no momento”, explica.

“É preciso ficar atento porque preço baixo atrai quantidade de pessoas e pode ser que a empresa não consiga arcar com tudo que vendeu”, completa.

Outro ponto para ficar atento é que, de acordo com uma Medida Provisória aprovada pelo governo em março deste ano, as companhias aéreas terão até 12 meses para reembolsar o cliente que cancelar viagens compradas até 31 de dezembro de 2020.

Há ainda a possibilidade de as agências e aéreas irem à falência por causa da crise causada pela pandemia. Nesse caso, é mais difícil, e em alguns situações, muito improvável, que o consumidor consiga o valor de volta. Por isso, é preciso comprar tendo consciência de que há riscos de prejuízo.

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