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Vender título antes do vencimento é arriscado

Antes de aplicar, investidor deve estar ciente dos riscos e se informar sobre a tendência da taxa de juros

Ao vender antes do prazo, investidor pode até perder dinheiro (Divulgação/247wallst.com)

Ao vender antes do prazo, investidor pode até perder dinheiro (Divulgação/247wallst.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 14h35.

São Paulo – Em tempos de Bolsa deprimida e crise mundial, o Tesouro Direto é uma das aplicações mais citadas por especialistas para quem busca rentabilidade e segurança. Mas antes de se lançar a comprar e vender títulos públicos diretamente, é preciso estar ciente dos riscos. Sim, eles existem, e o investidor pode acabar, inclusive, perdendo dinheiro.

“Tem que tomar cuidado para ajustar a sua necessidade com a data de vencimento do título”, observa Amerson Magalhães, diretor da corretora Título/Easynvest. “Se o investidor vai precisar do dinheiro no curto prazo, não faz sentido comprar um título de longo prazo”, completa. Segundo ele, o melhor é permanecer com os títulos em mãos até a data de vencimento. Primeiro porque, quando se vende o título antes do fim do prazo, a rentabilidade auferida é apenas aquela referente ao período da aplicação; segundo porque, em alguns casos, o investidor pode ver até o investimento inicial reduzir de tamanho.

Esse lembrete é importante porque existem títulos de diferentes datas de vencimento, que atualmente variam de 2012 a 2045. Os valores nominais de cada título podem oscilar de acordo com as flutuações na taxa Selic, o que torna os títulos mais longos mais arriscados. (Veja como investir no Tesouro Direto)

Um bom exemplo são os títulos prefixados (LTNs e NTN-Fs), que acompanham a Selic atual e perdem valor quando a taxa de juros é elevada. Ou seja, quem comprar um papel desses hoje, com a Selic em 11,5%, e decidir vendê-lo antes do vencimento corre o risco de resgatar menos do que aplicou caso o governo tenha decidido, nesse meio tempo, elevar novamente os juros. Por outro lado, caso os juros fossem novamente reduzidos, esse mesmo investidor não sairia prejudicado ao vender seus títulos antes do vencimento.

Em outras palavras, esse papel perde valor quando a Selic sobe, pois como os juros são pré-acordados, a remuneração do papel permanece sempre a mesma. Esses papéis são indicados, portanto, quando a perspectiva é de queda sustentada de juros durante o prazo do título. O mesmo ocorre com as NTN-Bs, indexadas ao IPCA. Ainda que flutue de acordo com a inflação, sua remuneração tem uma parte prefixada de acordo com a Selic atual.

Sob esse aspecto, os papéis mais seguros são os títulos pós-fixados, cuja remuneração acompanha a Selic. É claro que se a taxa de juros cair com o tempo, também reduzirá sua rentabilidade. Por outro lado, o investidor não corre o risco de perder dinheiro ao vender o título antes do vencimento. “Esses títulos são voltados para quem não quer correr os riscos da oscilação das taxas de juros”, observa Amerson.

Por isso, diz ele, é importante observar os prazos. Os títulos pós-fixados são as LFTs, normalmente de prazos mais curtos. Entre os prefixados, as LTNs são os papéis de curto prazo, e as NTN-Fs, os de prazos mais longos, para períodos de queda sustentada dos juros. Já as NTN-Bs dispõem de prazos variados de vencimento. “Se você quer fazer um plano de previdência, a NTN-B é uma excelente opção”, diz Amerson Magalhães, referindo-se aos longos prazos encontrados nesse tipo de aplicação, que ainda protege o poder de compra.

A liquidez é outro ponto de atenção. Um fundo de investimento ativo em renda fixa pode ter liquidez diária, pois investe tanto em papéis longos quanto em papéis de curto prazo, não tendo problemas de rentabilidade quando ocorre um ou outro resgate. O mesmo ocorre com fundos DI, que investem em papéis pós-fixados. Já para quem investe no Tesouro Direto, além de sofrer impacto na rentabilidade ao resgatar antes do vencimento, deve ter em mente que a negociação dos títulos públicos ocorre apenas às quartas-feiras.

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