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Standard & Poor´s rebaixa empresas de construção

Cyrela, MRV, Gafisa, Rossi, Tecnisa e Klabin Segall tiveram suas notas de crédito reduzidas devido às dificuldades geradas pela crise global

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P) rebaixou a nota de risco de seis construtoras brasileiras: Cyrela, MRV, Gafisa, Rossi, Tecnisa e Klabin Segall. A revisão, informa a agência, reflete o aumento das dificuldades enfrentadas pelas empresas em função da crise global. Com o crédito mais escasso, tornou-se mais caro e complicado obter capital de giro. As vendas caíram e, para a S&P, há chances de que a desaceleração seja prolongada, implicando em aumento de estoques e gerando muitas incertezas quanto ao futuro da indústria a médio prazo.

A tendência de crescimento do setor, destaca a S&P, reverteu-se de forma "aguda e repentina" a partir do quatro trimestre de 2008. O aumento do desemprego e a falta de confiança do consumidor na economia fez com que muitas famílias decidissem postergar seus planos de compra de imóveis a fim de evitar o endividamento de longo prazo. " Não é possível ainda antecipar a dimensão e a duração da desaceleração da demanda, mas estas já causaram reação por parte das construtoras, que vêm assumindo uma postura mais conservadora quanto às suas metas de crescimento e reduzindo ou cancelando lançamentos de novos projetos", diz a agência em relatório.

Apesar da redução nas vendas, as empresas não têm colocado em prática descontos agressivos para impulsionar a demanda. As margens de lucro, segundo a S&P, vêm sendo mantidas nos primeiros meses de 2009, mas o elevado nível de estoques é apontado como motivo de preocupação. "Acreditamos que o esforço de vendas pode ser desafiador em um cenário econômico doméstico enfraquecido, com possíveis efeitos sobre a rentabilidade dos empreendimentos, na medida em que exijam maiores gastos com marketing, promoções e descontos", diz a agência.

Além disso, as empresas precisam arcar com compromissos realizados em anos anteriores, como a compra parcelada de terrenos, que pressionam ainda mais o fluxo de caixa. De forma geral, afirma a S&P, os fluxos de caixa das construtoras residenciais no Brasil tem sido negativo, já que os projetos em carteira estão aumentando e a demanda por capital de giro torna-se elevada. Com crédito escasso e queda nas vendas, o resultado tem sido a queima das reservas de caixa das empresas nos primeiros meses do ano, " o que foi, em alguns casos, parcialmente compensado com a captação de recursos de acionistas ou emissão de títulos de curto prazo", pondera a S&P.

A agência espera que os incentivos do governo para sustentar a demanda por imóveis novos e os esforços dos bancos públicos para fomentar o crédito para a habitação compensarão, em parte, a tendência negativa do setor. "No entanto, esperamos que a já percebida piora na velocidade de venda dos empreendimentos, bem como o aumento da inadimplência e dos distratos, as potenciais maiores dificuldades no repasse dos clientes às instituições financeiras e a menor disponibilidade de crédito para financiamento de capital de giro continuarão a representar fatores negativos sobre os ratings atribuídos às construtoras residenciais no País que podem levar a novas revisões de ratings isoladas nos próximos trimestres."

O que diz a S&P sobre as construtoras:

Cyrela (CYRE3)
- nota de risco nacional rebaixada de brAA- para brA+, com perspectiva estável
- nota de risco global rebaixada de BB para BB-, com perspectiva estével
Às 11h50, as ações da Cyrela apresentavam alta de 0,50%, a 8,04 reais.

MRV (MRVE3)
- nota de risco nacional rebaixada de brAA- para brA+, com perspectiva estável
Às 11h51, as ações da MRV apresentavam queda de 0,08%, para 11,79 reais.

Gafisa (GFSA3)
- nota de risco nacional rebaixada de brA para brA-, com perspectiva negativa
Às 11h53, as ações da Gafisa apresentavam queda de 1,91%, para 10,26 reais.

Rossi (RSID3)
- nota de risco nacional rebaixada de brA- para brBBB+, com perspectiva negativa
Às 11h54, as ações da Rossi apresentavam alta de 1,13%, a 3,58 reais.

Tecnisa (TCSA3)
- nota de risco nacional rebaixada de brA- para brBBB+, com perspectiva negativa
Às 11h41, as ações da Tecnisa operavam estáveis, a 3,15 reais.

Klabin Segall (KSSA3)
- nota de risco nacional rebaixada de brBBB+ para brBB, com creditwatch negativo
Às 11h56, as ações da Klabin Segall operavam em queda de 4,55%, a 1,26 reais.

PDG Realty (PDGR3)
- nota de risco nacional foi reafirmada em brBBB+, com perspectiva estável
Às 12h00, as ações da PDG Realty operavam em queda de 2,13%, a 11,94 reais.
 

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