Minhas Finanças

Sou autônomo e nunca investi: o Tesouro Direto é um bom começo?

Especialista responde dúvida de leitor sobre investimentos. Envie você também a sua pergunta

 (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

(Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

JE

Juliana Elias

Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 07h04.

Última atualização em 12 de janeiro de 2020 às 08h04.

Pergunta do leitor: Gostaria de saber se no Tesouro Selic eu posso depositar todos os meses valores acima de R$ 30 (que é mínimo de investimento) de forma aleatória. Sou autônomo e não tenho um salário fixo. Recebo por semana e gostaria de reservar uma parte para investir sempre, mas não sei como começar. Pensei no Tesouro Direto por não ter nenhuma experiência e por ter perdido tempo para começar a investir.

Resposta de Marisa Dornelles, CFP®:

Parabéns pela iniciativa de começar a investir para o futuro. Ao contrário do comentado, nunca é tarde para começar, especialmente com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros.

Iniciar essa reserva pelo Tesouro Direto é uma ótima ideia, pois tais títulos apresentam baixo risco de crédito e necessitam de um baixo investimento inicial. O Tesouro Direto é um programa do Governo Federal, criado em 2002, para a comercialização de títulos da dívida pública a todos os cidadãos brasileiros.

Ao comprar um título, você está emprestando dinheiro ao governo, que vai devolver o valor investido, mais os juros, de acordo com o vencimento do papel.

Existem três tipos de papéis que podem ser adquiridos no site do Tesouro:

  1. Tesouro Selic: pós-fixados, pagam juros equivalentes à taxa Selic do período; apresentam menor volatilidade e, portanto, mais indicados para a reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar a qualquer momento.
  2. Tesouro Prefixado: são aqueles que estabelecem uma taxa fixa de remuneração anual, independente do que acontecer com a taxa Selic.
  3. Tesouro IPCA+: pagam uma taxa pré-definida no momento da contratação, mais a correção pela inflação, medida pelo IPCA, durante todo o período.

Em relação aos dois últimos, caso o resgate seja feito antes do vencimento, há risco de prejuízo do valor.

A escolha do título vai depender do seu objetivo. Para a reserva de emergência, conforme citado anteriormente, o Tesouro Selic é o mais indicado. Caso o objetivo seja de médio prazo, com data determinada, o título prefixado pode ser adquirido de maneira com que o vencimento do papel coincida com o atingimento do mesmo.

Para a aposentadoria, o título IPCA+ é uma ótima opção, pois protege o dinheiro da desvalorização (inflação), além de pagar juros reais.

Você pode investir de forma programada ou esporádica, adquirindo títulos a partir de pouco mais de 30 reais, dependendo do título a ser adquirido.

O site do Tesouro permite que o investidor realize inúmeras simulações, alterando valores e datas de vencimento.

*Marisa Dornelles é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: marisa.dornelles@gmail.com.

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site Exame ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Envie suas dúvidas sobre investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.
Acompanhe tudo sobre:dicas-de-financas-pessoaisInvistaPalavra de especialistaTesouro Direto

Mais de Minhas Finanças

O que fazer se você não recebeu 13º salário? Veja como agir e seus direitos

PIS/Pasep 2024 pode ser sacado até 27 de dezembro; veja quem tem direito

PIS/Pasep vai mudar; entenda a alteração aprovada no Congresso

O que fazer com a 2ª parcela do 13° salário? Benefício é pago até hoje