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Seu assessor financeiro pode estar te subestimando

Especialistas independentes acreditam que não é uma vantagem colocar todo o dinheiro a ser investido nas mãos dos assessores financeiros

Dinheiro: especialistas independentes acreditam que não é uma vantagem colocar todo o dinheiro a ser investido nas mãos dos assessores financeiros (Bruno Domingos/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 17h59.

Os investidores precisam ser protegidos de suas próprias decisões. Isso é quase ponto pacífico entre especialistas do mercado financeiro e é verdade até certo ponto.

O momento escolhido pelos investidores individuais para tomar decisões seria cômico se não fosse trágico. Eles compram quando o preço das ações está lá em cima.

Entram em pânico e vendem quando os mercados desabam. Colocam dinheiro em fundos famosos bem quando a sorte desses fundos acaba.

E o que obtêm com isso? Teoricamente, nos EUA, ao longo de um ano, o desempenho deles fica quatro pontos percentuais ou mais abaixo do que o dos fundos, de acordo com um estudo anual da empresa de pesquisas Dalbar.

Se o público age tão mal, fica claro que todo o dinheiro das pessoas deveria ser colocado nas mãos dos assessores financeiros. Mesmo que esses profissionais cobrem taxas de administração de 1 por cento ou mais todo ano, ainda seria vantagem. Certo?

Os especialistas independentes não têm essa certeza.

Todo ano, a Dalbar faz a Análise Quantitativa de Comportamento dos Investidores (QAIB, na sigla em inglês). No ano passado, segundo o estudo, o resultado obtido pelo investidor médio de fundo mútuo de renda variável ficou atrás do índice S&P 500 em 3,7 pontos percentuais.

Durante os últimos 30 anos, segundo o relatório, a desvantagem dos investidores de fundos de renda variável foi de 6,7 pontos por ano, na média.

Para muitos, esses números parecem elevados demais. “A análise da Dalbar traz alguma verdade, mas quase certamente exagera o timing ruim dos investidores individuais nos mercados”, afirmou Brad Barber, professor de finanças da Universidade da Califórnia em Davis.

Um artigo recente do matemático Michael Edesess argumenta que as conclusões do estudo da Dalbar não podem ser usadas para demonstrar as barbeiragens dos investidores individuais.

No entanto, os assessores financeiros usam rotineiramente essa análise para justificar as taxas elevadas que cobram, de acordo com o matemático.

“Não é ciência e não é lógica”, escreveu Edesess no mês passado. “É uma interpretação apressada de resultados matemáticos e empíricos para alimentar argumentos de marketing ou de negociação.”

Segundo o presidente da Associação de Planejamento Financeiro dos EUA, Edward Gjertsen II, os clientes precisam de ajuda, mas também precisam escolher seus assessores financeiros cuidadosamente.

Ele recomenda que o assessor tenha obrigação jurídica de colocar os interesses do cliente em primeiro lugar e não seja bom apenas em vender produtos de investimento.

O assessor precisa ajudar na definição de objetivos financeiros amplos e na decisão entre prioridades, como pagamento de dívidas ou compra de um imóvel.

Há duas formas de cálculo das taxas de retorno sobre investimentos. Os dados de desempenho divulgados pelos fundos mútuos equivalem ao retorno total menos as despesas em determinado período.

Outra maneira é o desempenho que os investidores daquele fundo obtêm de fato ao longo do tempo – o dinheiro aplicado no fundo e resgatado ao longo de dias, semanas ou meses.

Inevitavelmente, as taxas resultantes diferem, porque raramente um investidor coloca dinheiro em um fundo e nunca retira. Os trabalhadores constantemente contribuem para seus fundos de previdência, enquanto aposentados resgatam o dinheiro guardado para cobrir seus gastos.

Empresas de pesquisa de investimentos, como Dalbar e a gigante Morningstar, avaliam esses fundos e concluem que os investidores se prejudicam ao escolher mal o momento de tomar decisões.

E desses argumenta que a diferença identificada pode ser relacionada a fatores fora do alcance dos investidores, como o que está acontecendo no mercado ou o momento da vida em que as pessoas têm dinheiro para aplicar.

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Os investidores precisam ser protegidos de suas próprias decisões. Isso é quase ponto pacífico entre especialistas do mercado financeiro e é verdade até certo ponto.

O momento escolhido pelos investidores individuais para tomar decisões seria cômico se não fosse trágico. Eles compram quando o preço das ações está lá em cima.

Entram em pânico e vendem quando os mercados desabam. Colocam dinheiro em fundos famosos bem quando a sorte desses fundos acaba.

E o que obtêm com isso? Teoricamente, nos EUA, ao longo de um ano, o desempenho deles fica quatro pontos percentuais ou mais abaixo do que o dos fundos, de acordo com um estudo anual da empresa de pesquisas Dalbar.

Se o público age tão mal, fica claro que todo o dinheiro das pessoas deveria ser colocado nas mãos dos assessores financeiros. Mesmo que esses profissionais cobrem taxas de administração de 1 por cento ou mais todo ano, ainda seria vantagem. Certo?

Os especialistas independentes não têm essa certeza.

Todo ano, a Dalbar faz a Análise Quantitativa de Comportamento dos Investidores (QAIB, na sigla em inglês). No ano passado, segundo o estudo, o resultado obtido pelo investidor médio de fundo mútuo de renda variável ficou atrás do índice S&P 500 em 3,7 pontos percentuais.

Durante os últimos 30 anos, segundo o relatório, a desvantagem dos investidores de fundos de renda variável foi de 6,7 pontos por ano, na média.

Para muitos, esses números parecem elevados demais. “A análise da Dalbar traz alguma verdade, mas quase certamente exagera o timing ruim dos investidores individuais nos mercados”, afirmou Brad Barber, professor de finanças da Universidade da Califórnia em Davis.

Um artigo recente do matemático Michael Edesess argumenta que as conclusões do estudo da Dalbar não podem ser usadas para demonstrar as barbeiragens dos investidores individuais.

No entanto, os assessores financeiros usam rotineiramente essa análise para justificar as taxas elevadas que cobram, de acordo com o matemático.

“Não é ciência e não é lógica”, escreveu Edesess no mês passado. “É uma interpretação apressada de resultados matemáticos e empíricos para alimentar argumentos de marketing ou de negociação.”

Segundo o presidente da Associação de Planejamento Financeiro dos EUA, Edward Gjertsen II, os clientes precisam de ajuda, mas também precisam escolher seus assessores financeiros cuidadosamente.

Ele recomenda que o assessor tenha obrigação jurídica de colocar os interesses do cliente em primeiro lugar e não seja bom apenas em vender produtos de investimento.

O assessor precisa ajudar na definição de objetivos financeiros amplos e na decisão entre prioridades, como pagamento de dívidas ou compra de um imóvel.

Há duas formas de cálculo das taxas de retorno sobre investimentos. Os dados de desempenho divulgados pelos fundos mútuos equivalem ao retorno total menos as despesas em determinado período.

Outra maneira é o desempenho que os investidores daquele fundo obtêm de fato ao longo do tempo – o dinheiro aplicado no fundo e resgatado ao longo de dias, semanas ou meses.

Inevitavelmente, as taxas resultantes diferem, porque raramente um investidor coloca dinheiro em um fundo e nunca retira. Os trabalhadores constantemente contribuem para seus fundos de previdência, enquanto aposentados resgatam o dinheiro guardado para cobrir seus gastos.

Empresas de pesquisa de investimentos, como Dalbar e a gigante Morningstar, avaliam esses fundos e concluem que os investidores se prejudicam ao escolher mal o momento de tomar decisões.

E desses argumenta que a diferença identificada pode ser relacionada a fatores fora do alcance dos investidores, como o que está acontecendo no mercado ou o momento da vida em que as pessoas têm dinheiro para aplicar.

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