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Sadia estuda vender banco e corretora Concórdia

Para se reestruturar financeiramente após as perdas com derivativos, companhia analisa a venda de todos os ativos não relacionados à sua principal atividade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Diante de uma delicada situação financeira, a Sadia se viu obrigada a considerar diversas possibilidades para a obtenção de recursos. Após confirmar as negociações para recebimento de uma injeção de capital de cerca de 1 bilhão de reais, a companhia agora estuda a venda de ativos que não estejam diretamente relacionados à sua atividade principal. Dentre eles estão a corretora Concórdia ou o banco da empresa.

Pelos cálculos da própria Sadia, a venda desses ativos poderia render à companhia por volta de 1 bilhão de reais. "Em nossa opinião, a venda desses ativos seria extremamente positiva para a companhia, já que nunca nos agradou a estratégia de investir em negócios não relacionados à sua atividade principal", diz o Itaú em relatório.

A corretora Brascan estima que a perda da Sadia com operações no mercado futuro de câmbio no ano passado tenha chegado a 2,5 bilhões de reais. O montante seria mais que o triplo do valor divulgado inicialmente pela empresa em setembro de 2008 - 760 milhões de reais. O balanço do terceiro trimestre evidencia que a companhia se expôs em contratos futuros de dólar além do permitido em seu estatuto. Em setembro, sua posição totalizava 2,4 bilhões de reais, o equivalente a 10 meses de exportações, quando o valor máximo permitido é o correspondente a seis meses de vendas ao exterior. Hoje, segundo a Sadia, sua exposição cambial está em torno de 500 milhões de dólares, o correspondente a aproximadamente 2 meses de exportações.

Para se reestruturar financeiramente, a corretora Ativa vê quatro opções para a empresa: receber um aporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), receber um aporte de outro sócio estratégico, vender ativos não-estratégicos ou lançar ações no mercado.

Das quatro alternativas, a mais provável, na avaliação da Ativa, é o aporte de capital de um sócio. A preferência da corretora, no entanto, é pela ajuda do BNDES.

Já o Itaú vê grandes chances de o BNDES injetar recursos na empresas e se tornar um dos principais sócios. Para isso, a Sadia emitiria novas ações ordinárias, que seriam integralmente compradas pelo BNDES a um preço superior ao de mercado.

A possibilidade de o BNDES dar à Perdigão incentivos para a compra da rival, como fez na fusão entre Aracruz e VCP, é cogitada, mas praticamente descartada pela corretora. O momento, ressalta o Itaú, é de consolidação para a Perdigão, que deve aproveitar o ano para integrar suas operações com as das empresas recentemente adquiridas - como a Eleva - e cortar custos. "Adquirir a Sadia poderia ser um passo muito grande para a Perdigão nesse momento, e nós não acreditamos que a companhia esteja considerando essa compra em 2009", avalia o Itaú.

Diante de tantas movimentações, a corretora SLW espera que haja em breve um desfecho para a questão, com a Sadia optando por alguma das propostas de aporte de capital. 

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