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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Dando seqüência à onda de ofertas públicas (IPO, na sigla em inglês) do setor de construção, a Rodobens Negócios Imobiliários fechou a sua estréia, nesta quarta-feira (31/1), em alta de 16,15%, enquanto os papéis da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário terminaram o dia com uma desvalorização de 2%.
Com a previsão de uma fase áurea da construção civil, o segmento aumenta a sua participação na bolsa de valores em busca de recursos para investimentos. De acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, em 2006 o mercado imobiliário viveu seu melhor ano em quase duas décadas. A euforia do mercado aumentou também com a promessa de recursos para a construção, presente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, reforçada por declarações do presidente Luiz Inácio Lula Silva de que 2007 seria o ano da construção.
Somente em 2006, sete empresas de construção brasileiras abriram capital - Gafisa, Company, Abyara, Rossi Residencial, Cyrela, Klabin Segall e Brascan Residential. A Gafisa e a Rossi Residencial também mudaram de nível de governança nesse período.
A maioria das ações do setor teve uma boa performance desde então, como era esperado pelos analistas. A Abyara, por exemplo, desde a realização do seu IPO, em junho, já se valorizou 49,55%. Outras já não tiveram um crescimento tão expressivo, como a Rossi Residencial, que acumulou cerca de 5% no ano passado.
De acordo com o chefe de análises da Link Corretora, Adriano Blanaru, o setor tem grande potencial de crescimento graças à queda de juros, à ampliação do crédito imobiliário e ao aumento da renda. Mesmo assim, ele acredita que o preço da maioria das ações está alto, pois já incorporam essa perspectiva positiva. "Esses papéis estão na moda entre os investidores estrangeiros, que já viram o boom imobiliário de outros países, como o México. Essas ações ainda devem se valorizar um pouco mas vão se consolidar, passado o momento de euforia", diz Blanaru.
Já outro analista que preferiu não se identificar acredita que o preço das ações não está acima do valor. "O mercado está precipitando um crescimento expressivo no setor imobiliário, que é factível e só depende da queda da taxa de juros. Uma taxa de 10% ao ano seria o ideal e já estamos a 14%", disse. Para ele, nesse possível cenário, o financiamento se tornaria acessível à população de renda mais baixa, o que deve acelerar o setor.