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Quem ajuda e quem só atrapalha seus investimentos

Diversos profissionais podem mostrar os melhores investimento de acordo com o perfil do cliente e o momento da economia – mas também há gente que só vai prejudicá-lo

Pregão da Bovespa:diversas classes profissionais podem ajudá-lo a tomar decisões de investimento (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2011 às 08h36.

São Paulo – Da mesma forma que quem está doente deve procurar um médico ao invés de ir diretamente a uma farmácia, também é recomendável que as pessoas que possuem problemas com dinheiro ou não conseguem planejar financeiramente a realização dos próprios sonhos corram atrás de um especialista para obter orientação personalizada. Abaixo e nas próximas páginas. EXAME.com apresenta seis diferentes profissionais que podem ajudá-lo a sair do vermelho ou a investir com inteligência e também três opções que devem ser evitadas a todo custo se o objetivo é acumular riqueza:

1- O gerente de banco

O gerente do banco é o responsável pelo relacionamento da instituição financeira com os clientes e geralmente é o especialista financeiro mais próximo dos brasileiros. Há três possíveis fontes de atrito nessa relação. A primeira é que o gerente da agência costuma ser um profissional generalista, que entende um pouco de crédito, de investimentos, de seguros, de consórcios e de previdência privada, entre outros produtos financeiros. Ainda que os bancos incentivem seus funcionários a tirar certificados que comprovem o conhecimento sobre os produtos financeiros vendidos nas agências, é impossível que todos os gerentes saibam os detalhes de cada um deles de forma que sempre recomendem as melhores opções.

O próprio banco de varejo (como o Itaú, o Bradesco ou o Banco do Brasil) não é uma instituição especializada em investimentos, mas em crédito. A gestão de recursos de terceiros é uma área lucrativa, mas não prioritária. É por esse motivo que o gerente do banco pode não ter em sua prateleira de produtos e serviços as aplicações financeiras mais interessantes, principalmente para os investidores mais sofisticados. Na área de renda fixa, por exemplo, a compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto costuma ser mais interessante que qualquer fundo DI. Até é possível investir nos papéis do Tesouro Nacional pelo banco, mas há corretoras que não cobram taxa de custódia ( clique aqui e veja como investir ). Já no mercado acionário, os fundos geridos por instituições independentes costumam apresentar os melhores resultados ( clique aqui e veja os sete fundos mais rentáveis do primeiro semestre).

A outra possível fonte de problemas reside no conflito de interesses entre o gerente bancário e o cliente. “A função primária do gerente é vender os produtos e serviços do banco e a função secundária é ajudar os correntistas”, diz André Massaro, especialista financeiro da MoneyFit. Você já parou para pensar, por exemplo, por que os gerentes tantas vezes lhe ofereceram investimentos ruins, como títulos de capitalização, ou aplicações indicadas apenas para quem investe com horizonte de longo prazo, como fundos de previdência privada? As metas internas de vendas podem estar por trás disso. “Há coisas que o gerente nunca vai lhe contar. É sempre interessante ter algum grau de educação financeira para poder discutir com ele de igual para a igual”, diz Massaro.

2- O administrador de carteiras

Em geral, esse é o profissional mais especializado na gestão de investimentos. O administrador de carteiras precisa ter experiência comprovada para conseguir a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para oferecer ao mercado seus serviços. O rigor do órgão regulador reflete a responsabilidade da função. O administrador de carteiras toma decisões de investimento em nome dos clientes e pode aplicar o dinheiro deles sem necessariamente consultá-los antes – desde que todos os negócios respeitem os limites estabelecidos no mandato. Se as decisões forem equivocadas, o estrago pode ser grande.

A grande vantagem de possuir um administrador de carteira é receber um tratamento ultrapersonalizado. Muitos desses profissionais podem até administrar fundos exclusivos, feitos sob medida para apenas um cliente. Há dois tipos de administrador de carteira, o independente e o ligado a alguma instituição financeira (um banco ou um family office, por exemplo). Independente de qual seja a escolha do investidor, é necessário ter extrema confiança em um profissional antes de contratá-lo para aplicar o próprio dinheiro.

A grande barreira para a popularização desse tipo de serviço é a exigência de valores elevados como aplicação inicial mínima. Alguns dos melhores administradores de carteira só concordarão em trabalhar para quem deseja investir alguns milhões de reais.


3- O consultor de valores mobiliários

Esse profissional precisa ter registro na CVM e fornece recomendações de compra e venda de quotas de fundos, ações, debêntures ou outros papéis. Ao contrário do administrador de carteiras, o consultor não toma decisões no lugar do investidor. Ele é apenas um profissional muito bem-informado, com sólido conhecimento do mercado financeiro e com capacidade de diferenciar um bom e um mau investimento.

O consultor é contratado diretamente pelo investidor, a quem cabe remunerá-lo. Por não ser pago por um terceiro, o consultor fornece uma informação mais confiável. Por outro lado, o serviço pode se tornar inacessível para quem tem bem pouco dinheiro. “Para quem já juntou uma quantia razoável, caro mesmo é tomar decisões de investimento com base em conselhos de amigos leigos que depois podem gerar um baita prejuízo”, diz Syllas Ramos, diretor do IBCPF, o órgão que reúne planejadores financeiros no Brasil.

4- O analista de valores imobiliários

Esse é outro profissional tecnicamente muito bem-preparado para dar conselhos aos investidores e exerce uma função muito parecida com a do consultor de valores mobiliários. O analista, no entanto, é pago pela corretora, pela gestora de recursos ou pela instituição financeira em que trabalha. Suas recomendações de investimento, portanto, não são tão diretas.

Por mais que as corretoras divulguem indicações de compra e carteiras de ações recomendadas, seus analistas não aconselham diretamente um cliente da instituição a comprar esse ou aquele papel. O analista dá opiniões, mas não induz diretamente ninguém a tomar determinada decisão.

“Como o analista trabalha para uma instituição financeira, é importante que haja algum distanciamento do investidor”, diz André Massaro, da MoneyFit. Essa restrição evita, por exemplo, que o investidor seja induzido pelo analista de uma corretora a comprar uma ação cujo IPO (oferta inicial de ações) está sendo coordenado pelo banco de investimentos que faz parte do mesmo grupo.

5- O planejador financeiro

Esse é o profissional que pode ajudar qualquer um em suas finanças, e não apenas quem tem dúvidas sobre como investir dinheiro neste momento. O consultor financeiro auxilia o cliente em questões pontuais (como negociar uma dívida em um momento de aperto, por exemplo) e também pode trabalhar em cima de metas de longo prazo (como a compra de um imóvel ou a poupança para a aposentadoria).

Em geral, o planejador vai olhar toda a vida financeira do cliente, incluindo as dívidas, as rendas, os investimentos e os objetivos. A partir disso, vai elaborar um relatório de medidas que deverão ser tomadas. O planejador não substitui o consultor de valores mobiliários porque não é especializado em investimentos e não emite recomendações de compra e venda de aplicações e ativos financeiros. Quem se encarrega de remunerar o planejador financeiro é o próprio cliente – o que funciona como uma garantia da confiabilidade das informações.


6- O agente autônomo de investimentos

Esse é o profissional a quem exigido o menor conhecimento técnico. O agente autônomo pode ter apenas o segundo grau completo e não precisa comprovar experiência no mercado financeiro. Deve apenas ser aprovado em uma prova considerada fácil por especialistas em finanças. Suas responsabilidades também são bastante limitadas. “O agente autônomo é, grosso modo, um ‘representante comercial’ de instituições financeiras. Sua função é basicamente comercializar produtos da instituição que representa e prover um suporte técnico limitado a seus clientes”, diz André Massaro. “Ele não pode exercer atividades como administração de carteiras ou consultoria, ainda que nem sempre esse limite seja respeitado.”

Os agentes autônomos, entretanto, são muito importantes para dar capilaridade ao mercado. Há cerca de 9.000 profissionais que atuam nesse segmento no Brasil. O agente está, por exemplo, em cidades do interior do país onde não vale a pena uma corretora abrir um escritório.
Quem contrata o agente deve estar ciente que o salário desse profissional é pago pela instituição que ele representa – em um conflito de interesses parecido com o do gerente do banco. “O agente autônomo pode, por exemplo, distribuir apenas os produtos que lhe pagam a maior comissão, e não os melhores investimentos do mercado”, alerta Syllas Ramos, diretor do IBCPF.

7- O golpista

Esse profissional é o mais difícil de identificar. O picareta é aquele que vai oferecer aplicações financeiras geralmente com a promessa de rendimentos extraordinários e riscos baixíssimos. Por trás da suposta oportunidade, se esconde uma fraude ou um investimento ruim. De criação de bois e avestruzes a esquemas de pirâmide, o Brasil sempre foi um terreno fértil para os golpistas.

Para evitá-los, é necessário verificar a reputação dos profissionais e empresas que serão contratados para auxiliar suas finanças. Agentes autônomos, analistas e administradores de carteira devem estar registrados na CVM. Planejadores financeiros devem tirar um certificado emitido pelo IBCPF. Já os melhores fundos possuem o selo da Anbima (a associação dos bancos e gestores de investimentos) - clique aqui e veja outras formas de evitar golpes.


8– O leigo

Não são apenas os mal-intencionados que podem causar prejuízos a uma carteira de investimentos. Há pessoas a quem você não deve pedir conselhos ou entregar dinheiro simplesmente porque elas não possuem conhecimentos técnicos suficientes para dar as respostas corretas. O mundo das finanças é bastante complexo, e boas intenções não bastam. É preciso conhecer em detalhes as diversas opções de investimentos e fazer as contas corretamente antes de decidir qual delas é a mais vantajosa. Conhecer o currículo e a experiência passada do conselheiro é essencial para avaliar a confiabilidade de uma opinião.

É por esse motivo que é prudente desconfiar de histórias de amigos ou parentes que dizem ter ganhado rios de dinheiro com algum tipo de aplicação e não seguir cegamente seus conselhos. “Na bolsa, existe o que chamamos de bull-market genius”, diz André Massaro. “São os camaradas que compram ações em anos como 2007 e 2009, ganham uma fortuna e realmente se passam por excelentes investidores. Somente quando a maré vira é que fica claro para todo mundo que eles não conheciam o mercado melhor do que ninguém.”

9– Você mesmo

Na bolsa e na vida, quem mais pode ajudá-lo ou atrapalhá-lo é você mesmo. Infelizmente essa é uma realidade que precisa ser aceita pelos investidores. Quem não tem uma estratégia de investimentos, não deve comprar ações. “As pessoas que batem 30 minutos de papo com um especialista e já acham que podem operar sozinhas na bolsa são as que mais perdem dinheiro”, diz Syllas Ramos, do IBCPF.

A psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, professora da Fipecafi e especialista em finanças comportamentais, explica que qualquer investidor é essencialmente emocional em suas decisões. É isso que leva muita gente a vender todas suas ações em um dia de pânico mesmo que a história mostre que os altos e baixos são comuns ao mercado acionário e que os momentos de depressão geralmente são bons pontos de entrada. Pelo mesmo motivo, as pessoas continuam a comprar um papel que está realmente caro simplesmente porque os outros também estão comprando.

Investidores profissionais também têm um coração, mas estão treinados a não agir de forma emocional nessas horas. A professora sugere que o investidor nunca tome decisões afobadas em momentos de estresse ou euforia no mercado e procure conversar com especialistas. Outra dica é criar o hábito de anotar ou gravar os motivos e os objetivos que o levaram a investir em determinado ativo. Relembrar essas informações ajuda o investidor a evitar o pânico em momentos de rápida deterioração das expectativas do mercado.

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São Paulo – Da mesma forma que quem está doente deve procurar um médico ao invés de ir diretamente a uma farmácia, também é recomendável que as pessoas que possuem problemas com dinheiro ou não conseguem planejar financeiramente a realização dos próprios sonhos corram atrás de um especialista para obter orientação personalizada. Abaixo e nas próximas páginas. EXAME.com apresenta seis diferentes profissionais que podem ajudá-lo a sair do vermelho ou a investir com inteligência e também três opções que devem ser evitadas a todo custo se o objetivo é acumular riqueza:

1- O gerente de banco

O gerente do banco é o responsável pelo relacionamento da instituição financeira com os clientes e geralmente é o especialista financeiro mais próximo dos brasileiros. Há três possíveis fontes de atrito nessa relação. A primeira é que o gerente da agência costuma ser um profissional generalista, que entende um pouco de crédito, de investimentos, de seguros, de consórcios e de previdência privada, entre outros produtos financeiros. Ainda que os bancos incentivem seus funcionários a tirar certificados que comprovem o conhecimento sobre os produtos financeiros vendidos nas agências, é impossível que todos os gerentes saibam os detalhes de cada um deles de forma que sempre recomendem as melhores opções.

O próprio banco de varejo (como o Itaú, o Bradesco ou o Banco do Brasil) não é uma instituição especializada em investimentos, mas em crédito. A gestão de recursos de terceiros é uma área lucrativa, mas não prioritária. É por esse motivo que o gerente do banco pode não ter em sua prateleira de produtos e serviços as aplicações financeiras mais interessantes, principalmente para os investidores mais sofisticados. Na área de renda fixa, por exemplo, a compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto costuma ser mais interessante que qualquer fundo DI. Até é possível investir nos papéis do Tesouro Nacional pelo banco, mas há corretoras que não cobram taxa de custódia ( clique aqui e veja como investir ). Já no mercado acionário, os fundos geridos por instituições independentes costumam apresentar os melhores resultados ( clique aqui e veja os sete fundos mais rentáveis do primeiro semestre).

A outra possível fonte de problemas reside no conflito de interesses entre o gerente bancário e o cliente. “A função primária do gerente é vender os produtos e serviços do banco e a função secundária é ajudar os correntistas”, diz André Massaro, especialista financeiro da MoneyFit. Você já parou para pensar, por exemplo, por que os gerentes tantas vezes lhe ofereceram investimentos ruins, como títulos de capitalização, ou aplicações indicadas apenas para quem investe com horizonte de longo prazo, como fundos de previdência privada? As metas internas de vendas podem estar por trás disso. “Há coisas que o gerente nunca vai lhe contar. É sempre interessante ter algum grau de educação financeira para poder discutir com ele de igual para a igual”, diz Massaro.

2- O administrador de carteiras

Em geral, esse é o profissional mais especializado na gestão de investimentos. O administrador de carteiras precisa ter experiência comprovada para conseguir a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para oferecer ao mercado seus serviços. O rigor do órgão regulador reflete a responsabilidade da função. O administrador de carteiras toma decisões de investimento em nome dos clientes e pode aplicar o dinheiro deles sem necessariamente consultá-los antes – desde que todos os negócios respeitem os limites estabelecidos no mandato. Se as decisões forem equivocadas, o estrago pode ser grande.

A grande vantagem de possuir um administrador de carteira é receber um tratamento ultrapersonalizado. Muitos desses profissionais podem até administrar fundos exclusivos, feitos sob medida para apenas um cliente. Há dois tipos de administrador de carteira, o independente e o ligado a alguma instituição financeira (um banco ou um family office, por exemplo). Independente de qual seja a escolha do investidor, é necessário ter extrema confiança em um profissional antes de contratá-lo para aplicar o próprio dinheiro.

A grande barreira para a popularização desse tipo de serviço é a exigência de valores elevados como aplicação inicial mínima. Alguns dos melhores administradores de carteira só concordarão em trabalhar para quem deseja investir alguns milhões de reais.


3- O consultor de valores mobiliários

Esse profissional precisa ter registro na CVM e fornece recomendações de compra e venda de quotas de fundos, ações, debêntures ou outros papéis. Ao contrário do administrador de carteiras, o consultor não toma decisões no lugar do investidor. Ele é apenas um profissional muito bem-informado, com sólido conhecimento do mercado financeiro e com capacidade de diferenciar um bom e um mau investimento.

O consultor é contratado diretamente pelo investidor, a quem cabe remunerá-lo. Por não ser pago por um terceiro, o consultor fornece uma informação mais confiável. Por outro lado, o serviço pode se tornar inacessível para quem tem bem pouco dinheiro. “Para quem já juntou uma quantia razoável, caro mesmo é tomar decisões de investimento com base em conselhos de amigos leigos que depois podem gerar um baita prejuízo”, diz Syllas Ramos, diretor do IBCPF, o órgão que reúne planejadores financeiros no Brasil.

4- O analista de valores imobiliários

Esse é outro profissional tecnicamente muito bem-preparado para dar conselhos aos investidores e exerce uma função muito parecida com a do consultor de valores mobiliários. O analista, no entanto, é pago pela corretora, pela gestora de recursos ou pela instituição financeira em que trabalha. Suas recomendações de investimento, portanto, não são tão diretas.

Por mais que as corretoras divulguem indicações de compra e carteiras de ações recomendadas, seus analistas não aconselham diretamente um cliente da instituição a comprar esse ou aquele papel. O analista dá opiniões, mas não induz diretamente ninguém a tomar determinada decisão.

“Como o analista trabalha para uma instituição financeira, é importante que haja algum distanciamento do investidor”, diz André Massaro, da MoneyFit. Essa restrição evita, por exemplo, que o investidor seja induzido pelo analista de uma corretora a comprar uma ação cujo IPO (oferta inicial de ações) está sendo coordenado pelo banco de investimentos que faz parte do mesmo grupo.

5- O planejador financeiro

Esse é o profissional que pode ajudar qualquer um em suas finanças, e não apenas quem tem dúvidas sobre como investir dinheiro neste momento. O consultor financeiro auxilia o cliente em questões pontuais (como negociar uma dívida em um momento de aperto, por exemplo) e também pode trabalhar em cima de metas de longo prazo (como a compra de um imóvel ou a poupança para a aposentadoria).

Em geral, o planejador vai olhar toda a vida financeira do cliente, incluindo as dívidas, as rendas, os investimentos e os objetivos. A partir disso, vai elaborar um relatório de medidas que deverão ser tomadas. O planejador não substitui o consultor de valores mobiliários porque não é especializado em investimentos e não emite recomendações de compra e venda de aplicações e ativos financeiros. Quem se encarrega de remunerar o planejador financeiro é o próprio cliente – o que funciona como uma garantia da confiabilidade das informações.


6- O agente autônomo de investimentos

Esse é o profissional a quem exigido o menor conhecimento técnico. O agente autônomo pode ter apenas o segundo grau completo e não precisa comprovar experiência no mercado financeiro. Deve apenas ser aprovado em uma prova considerada fácil por especialistas em finanças. Suas responsabilidades também são bastante limitadas. “O agente autônomo é, grosso modo, um ‘representante comercial’ de instituições financeiras. Sua função é basicamente comercializar produtos da instituição que representa e prover um suporte técnico limitado a seus clientes”, diz André Massaro. “Ele não pode exercer atividades como administração de carteiras ou consultoria, ainda que nem sempre esse limite seja respeitado.”

Os agentes autônomos, entretanto, são muito importantes para dar capilaridade ao mercado. Há cerca de 9.000 profissionais que atuam nesse segmento no Brasil. O agente está, por exemplo, em cidades do interior do país onde não vale a pena uma corretora abrir um escritório.
Quem contrata o agente deve estar ciente que o salário desse profissional é pago pela instituição que ele representa – em um conflito de interesses parecido com o do gerente do banco. “O agente autônomo pode, por exemplo, distribuir apenas os produtos que lhe pagam a maior comissão, e não os melhores investimentos do mercado”, alerta Syllas Ramos, diretor do IBCPF.

7- O golpista

Esse profissional é o mais difícil de identificar. O picareta é aquele que vai oferecer aplicações financeiras geralmente com a promessa de rendimentos extraordinários e riscos baixíssimos. Por trás da suposta oportunidade, se esconde uma fraude ou um investimento ruim. De criação de bois e avestruzes a esquemas de pirâmide, o Brasil sempre foi um terreno fértil para os golpistas.

Para evitá-los, é necessário verificar a reputação dos profissionais e empresas que serão contratados para auxiliar suas finanças. Agentes autônomos, analistas e administradores de carteira devem estar registrados na CVM. Planejadores financeiros devem tirar um certificado emitido pelo IBCPF. Já os melhores fundos possuem o selo da Anbima (a associação dos bancos e gestores de investimentos) - clique aqui e veja outras formas de evitar golpes.


8– O leigo

Não são apenas os mal-intencionados que podem causar prejuízos a uma carteira de investimentos. Há pessoas a quem você não deve pedir conselhos ou entregar dinheiro simplesmente porque elas não possuem conhecimentos técnicos suficientes para dar as respostas corretas. O mundo das finanças é bastante complexo, e boas intenções não bastam. É preciso conhecer em detalhes as diversas opções de investimentos e fazer as contas corretamente antes de decidir qual delas é a mais vantajosa. Conhecer o currículo e a experiência passada do conselheiro é essencial para avaliar a confiabilidade de uma opinião.

É por esse motivo que é prudente desconfiar de histórias de amigos ou parentes que dizem ter ganhado rios de dinheiro com algum tipo de aplicação e não seguir cegamente seus conselhos. “Na bolsa, existe o que chamamos de bull-market genius”, diz André Massaro. “São os camaradas que compram ações em anos como 2007 e 2009, ganham uma fortuna e realmente se passam por excelentes investidores. Somente quando a maré vira é que fica claro para todo mundo que eles não conheciam o mercado melhor do que ninguém.”

9– Você mesmo

Na bolsa e na vida, quem mais pode ajudá-lo ou atrapalhá-lo é você mesmo. Infelizmente essa é uma realidade que precisa ser aceita pelos investidores. Quem não tem uma estratégia de investimentos, não deve comprar ações. “As pessoas que batem 30 minutos de papo com um especialista e já acham que podem operar sozinhas na bolsa são as que mais perdem dinheiro”, diz Syllas Ramos, do IBCPF.

A psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, professora da Fipecafi e especialista em finanças comportamentais, explica que qualquer investidor é essencialmente emocional em suas decisões. É isso que leva muita gente a vender todas suas ações em um dia de pânico mesmo que a história mostre que os altos e baixos são comuns ao mercado acionário e que os momentos de depressão geralmente são bons pontos de entrada. Pelo mesmo motivo, as pessoas continuam a comprar um papel que está realmente caro simplesmente porque os outros também estão comprando.

Investidores profissionais também têm um coração, mas estão treinados a não agir de forma emocional nessas horas. A professora sugere que o investidor nunca tome decisões afobadas em momentos de estresse ou euforia no mercado e procure conversar com especialistas. Outra dica é criar o hábito de anotar ou gravar os motivos e os objetivos que o levaram a investir em determinado ativo. Relembrar essas informações ajuda o investidor a evitar o pânico em momentos de rápida deterioração das expectativas do mercado.

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