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Quanto você gasta ao entrar no negativo nos grandes bancos

Ao contrair um empréstimo de 500 reais no cheque especial, após um ano o cliente pode pagar o triplo da dívida contraída inicialmente


	Sacos de dinheiro: Bradesco é o banco que pratica a menor taxa de juros no cheque especial
 (Thinkstock/fergregory)

Sacos de dinheiro: Bradesco é o banco que pratica a menor taxa de juros no cheque especial (Thinkstock/fergregory)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 06h00.

São Paulo - O cheque especial é uma das modalidades de empréstimo mais caras do Brasil e também uma das mais perigosas. Além de ser muito fácil usar a linha de crédito - basta ficar com a conta negativa que o crédito é liberado automaticamente - os juros cobrados podem chegar a triplicar o valor da dívida contraída inicialmente.

E o que já era ruim está piorando. Em julho, os juros do cheque especial atingiram seu maior patamar desde 1995. A taxa média da linha chegou a 11,49% ao mês, segundo dados da Fundação de Proteção de Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP). 

Ainda que essa taxa média já seja suficiente para causar um belo estrago no seu orçamento, dependendo do banco no qual você mantém sua conta corrente o desastre pode ser ainda maior. 

De acordo com o ranking de taxa de juros do Banco Central, as taxas médias do cheque especial nos bancos grandes variam entre 9,43% (Bradesco) a 13,96% ao mês (Santander).

Isso significa que ao contrair uma dívida de 500 reais no Bradesco, após um ano o cliente paga 974,37 reais de juros. Já no banco com juros mais altos, o Santander, os juros pagos no fim do prazo para o mesmo valor de empréstimo chegam a 1.898,83 reais, uma diferença de 924,46 reais.

Confira, na tabela abaixo, as taxas cobradas por cada banco e quanto o cliente paga, em juros, ao utilizar 500 reais do limite do cheque especial e quitar o empréstimo após um ano.

Banco Taxa de juro ao mês Taxa de juro ao ano Juros pagos após um ano
Bradesco 9,43% 194,80% R$ 974,37
Caixa 9,54% 198,95% R$ 992,25
Banco do Brasil 10,03% 215,03% R$ 1.074,36
Itaú 10,83% 243,56% R$ 1.217,35
HSBC 13,38% 351,19% R$ 1.756,36
Santander 13,96% 379,98% R$ 1.898,83

Fonte: Banco Central, perído do dia 30/06 a 06/07.

Cuidado

Na maioria dos bancos, os clientes já possuem um limite de cheque especial pré-aprovado. Assim, a partir do momento em que o saldo da conta corrente é zerado, ao gastar o próximo centavo o cliente já passa a usar o seu limite do cheque especial.

Em algumas instituições, dependendo do perfil e histórico de crédito do cliente, o cheque especial pode ser usado por alguns dias sem a cobrança de juros. Mas, caso a dívida não seja quitada dentro desse prazo, os juros são cobrados por todo o período em que o valor foi usado.

Por isso, se o empréstimo foi realmente necessário e não houver outra alternativa, é recomendado buscar outras linhas de crédito mais baratas.

Uma delas é o crédito consignado. Segundo dados de maio do Banco Central, a taxa média do consignado para para funcionários de empresas privadas foi de 3% ao mês.

Os juros do crédito consignado costumam ser muito menores porque nessa linha o desconto das parcelas da dívida é feito diretamente da folha de pagamento do devedor, portanto o banco tem mais garantias de que receberá o pagamento em dia. Já no cheque especial, não nenhuma garantia por trás do empréstimo.

IOF

Além dos juros, as transações feitas com cheque especial também sofrem incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse imposto é cobrado sobre qualquer utilização do cheque especial.

Vale ressaltar que, mesmo entre os bancos que abrem mão de cobrar juros no cheque especial por alguns dias, o imposto não deixa de ser cobrado pelo governo, independentemente do período de utilização do crédito.

Recentemente, o governo elevou a alíquota de IOF de 1,50% ao ano para 3,00% ao ano para operações de crédito realizadas em até 365 dias. Além disso, permanece inalterada a cobrança da taxa adicional de IOF, que desconta um percentual fixo de 0,38% do valor transacionado em cada operação.

O cálculo do IOF não foi incluído na simulação pois a alíquota incidente é igual para todos os bancos e o objetivo do levantamento era mostrar a diferença de custos entre as instituições.

Veja, no vídeo a seguir, quando o endividamento se torna realmente perigoso:

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