São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic aos 14,25% ao ano nesta quarta-feira (2). Sem alterações na taxa básica de juros, as aplicações de renda fixa mais seguras continuam apresentando retorno maior do que o registrado pela poupança .
A manutenção da taxa básica de juros ficou dentro das expectativas de economistas e instituições financeiras, que esperam que a taxa fique estável até o final do ano.
Para comparar o rendimento da poupança com o retorno de outros investimentos que acompanham a taxa Selic, EXAME.com simulou quanto renderiam 10 mil reais caso em diferentes opções de investimento.
Foram escolhidos para realizar a comparação os CDBs pós-fixados, os fundos DI e o Tesouro Selic (antiga LF T ), título públiconegociado pelo programa Tesouro Direto que paga ao investidor a variação da taxa Selic.
Veja na tabela abaixo os resultados:
Período | Poupança* | CDB 90% do CDI | Fundo DI com taxa de 1% a.a. | Tesouro Selic |
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6 meses | R$ 10.415,00 | R$ 10.479,08 | R$ 10.494,97 | R$ 10.521,52 |
12 meses | R$ 10.847,22 | R$ 11.019,64 | R$ 11.059,63 | R$ 11.112,92 |
18 meses | R$ 11.297,38 | R$ 11.626,50 | R$ 11.700,21 | R$ 11.780,10 |
24 meses | R$ 11,766,22 | R$ 12.237,04 | R$ 12.352,19 | R$ 12.455,06 |
30 meses | R$ 12.763,08 | R$ 12.972,75 | R$ 13.144,22 | R$ 13.271,66 |
(*) Para o cálculo da poupança, foi considerada uma Taxa Referencial (TR) de 0,18% ao mês, que foi a TR verificada no ,mês de agosto, de acordo com dados do Banco Central.
(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto.
O Imposto de Renda , que é cobrado em todas as aplicações financeiras listadas, exceto na poupança, já está descontado das rentabilidades simuladas na tabela.
Na simulação, foi considerado que a taxa DI seria igual à taxa Selic, já que ambas costumam ter comportamentos semelhantes. Nos últimos 12 meses, por exemplo, a taxa DI acumulada foi de 12,35%, enquanto a Selic acumulada no mesmo período foi de 12,40%.
Isso significa que os CDBs e fundos DI, que acompanham a taxa DI, podem ter uma rentabilidade um pouco diferente da simulada na tabela. Já a rentabilidade do Tesouro Selic é a própria taxa Selic.
Resultados
Conforme mostra a simulação, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta, de 22,5%, todas as aplicações relacionadas na tabela têm rendimento superior ao da poupança.
Esses investimentos ficam mais rentáveis conforme a taxa Selic sobe, pois essas aplicações remuneram os investidores de acordo com a variação da taxa básica de juros.
Já o rendimento da poupança, apesar de ser influenciado pela Selic, parou de acompanhar a alta da taxa quando ela passou dos 8,5% ao ano.
De acordo com a nova regra da caderneta, a poupança rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic é menor ou igual a 8,5% ao ano. Quando a taxa passa de 8,5%, ela paga sempre 0,5% ao mês mais a TR, a mesma remuneração da regra antiga ( saiba calcular a rentabilidade da poupança ).
O que mantém outros investimentos à frente da poupança
Algumas condições são necessárias para que as aplicações da tabela sejam mais rentáveis do que a poupança.
No caso dos CDBs, para que o rendimento seja superior ao da poupança em qualquer prazo, eles devem pagar pelo menos 80% do CDI. Se a remuneração oferecida pelo banco for menor do que essa, compensa mais investir na caderneta.
Já os fundos DI, caso rendam 100% d a taxa DI, deixam de ser mais vantajosos do que a poupança se tiverem taxa de administração superior a 2,7% ao ano.
Para que o tesouro Selic seja mais vantajoso do que a poupança em qualquer prazo, a taxa de administração cobrada pela corretora ou banco não pode ser maior que 2,4% ao ano.
No entanto, o porcentual máximo que pode ser cobrado pelas instiuições financeiras na compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto é de 2% ao ano. Algumas corretoras chegam a isentar o investidor dessa taxa e a maioria cobra uma taxa de até 0,30% ( veja o ranking das taxas cobradas por cada corretora ).
Além da taxa de administração, que varia conforme a corretora escolhida, vale lembrar que o investidor paga uma taxa fixa de 0,30% ao ano para custódia dos títulos na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
- 1. Para inspirar
1 /10(SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos . Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro.A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento . Conheça as principais lições:
2. Tenha um objetivo sustentável 2 /10(REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
3. Use os altos e baixos a seu favor 3 /10(Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros , de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
4. Esteja à frente de recomendações 4 /10(Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
5. Saiba administrar os riscos 5 /10(Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
6. Diversifique na medida certa 6 /10(Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos ), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
7. Seja racional 7 /10(Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet , Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
8. Fique atento a taxas 8 /10(Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
9. Seja discreto ao investir 9 /10(Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor 10 /10(4FR/Getty Images)