Pais e filhos: Envolva seu filho ao investir para transmitir a cultura de poupar (dolgachov/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 05h00.
Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 05h00.
Pergunta do leitor: Atualmente, tenho uma previdência privada em nome do meu filho, mas quero aplicar esse dinheiro no Tesouro Direto. Devo abrir uma conta na corretora para ele e realizar investimentos mensais?
Resposta de Rodrigo Assumpção*:
Parece que a sua decisão de migrar os recursos da previdência privada para os títulos do Tesouro Direto já está tomada, mas, de qualquer forma, vale comentar que a previdência pode ser um bom instrumento para acumular recursos para o longo prazo, por conta dos benefícios tributários que ela oferece.
Antes de realizar o resgate do seu dinheiro, aconselho que você se certifique de três informações, para não ter nenhuma surpresa.
Primeiro, saiba se o seu plano é do tipo PGBL ou VGBL. No PGBL, você pagará Imposto de Renda sobre o montante total, enquanto no VGBL, apenas a rentabilidade sofrerá tributação.
Em segundo lugar, é importante saber a tabela de Imposto de Renda escolhida no início do plano. A tabela regressiva começa em 35% e diminui até chegar em 10%, após 10 anos. Já na tabela progressiva, é cobrado 15% de Imposto de Renda na fonte e você deve fazer o ajuste na declaração anual, segundo a tabela vigente. Por último, veja se não haverá cobrança da taxa de saída.
Para investir no Tesouro Direto para o seu filho, você vai precisar se cadastrar em uma corretora, que pode ser a do seu banco ou uma corretora independente. No site do Tesouro Direto, é possível consultar a taxa de administração cobrada por cada instituição financeira. É comum que corretoras independentes ofereçam taxas menores que os bancos, mas esse não é o único fator a se considerar.
Apesar de normalmente terem uma taxa de administração superior, alguns bancos oferecem programas de recompensa por investimentos realizados. Um exemplo bastante comum é a isenção da taxa de manutenção de conta corrente, para clientes que mantenham investimentos acima de um determinado valor. Pesquise sempre, pois essa taxa faz diferença nos resultados.
Uma vez definida a corretora, você precisará escolher o título a ser aplicado. Para o seu objetivo, sugiro aplicar no Tesouro IPCA, que garante um retorno pré-definido acima da inflação, ideal para investimentos de longo prazo.
Sobre aplicar todo mês, é importante ficar claro que não existe obrigação de realizar investimentos periódicos no Tesouro Direto, ou seja, você aplica quando pode e quer. Porém, é uma excelente ideia aplicar mensalmente. Quando poupamos com regularidade, precisamos fazer menos esforços para atingir os objetivos esperados.
E o mais importante: envolva seu filho para que, além de transmitir um recurso financeiro, você transmita também a cultura de poupar, de valor inestimável.
*Rodrigo Assumpção é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros)