O megainvestidor norte-americano George Soros afirmou que a influência chinesa deve crescer mais rápido do que a maioria das pessoas espera em plena crise econômica global. Segundo Soros, o sistema financeiro fortemente regulado pelo estado é um dos fatores fundamentais para a tendência de recuperação.

"O sistema bancário chinês tem se beneficiado por ser isolado do resto do mundo e por estar em melhor forma do que o sistema bancário internacional", afirmou Soros durante palestra em uma universidade de Xangai, na China.

O extenso controle de capitais no país asiático serviu como um escudo contra as instituições financeiras no pior momento da crise econômica. "Quando o governo diz para os bancos emprestarem, os bancos emprestam", explicou Soros.

Aliada a essa autonomia governamental estão os pacotes de incentivo chineses, que cresceram para níveis recordes no primeiro trimestre deste ano, o que motiva o otimismo da terceira maior economia do mundo. Foram cerca de 586 bilhões de dólares investidos em um programa de estímulo econômico anunciado no ano passado.

"Se esse programa não for suficiente, a China está em condições de aplicar um estímulo adicional. Além de estar em uma posição confortável para promover o renascimento de suas exportações através da prorrogação de crédito e de investimento estrangeiro", disse Soros.

Apesar de ressaltar que o poder de influência da China no mundo deve aumentar rapidamente, Soros admitiu haver alguns pontos nebulosos sobre a recuperação do país. Um exemplo disso é a queda contínua do consumo de energia elétrica em 2009. Além disso, ele lembrou que a economia da China representa apenas um quarto da norte-americana.

"Embora eu avalie a economia chinesa como promissora, sou cauteloso. Não sou otimista o suficiente para colocar todas as minhas reservas nesse mercado porque o panorama ainda é bastante incerto", ressaltou o investidor.