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Os melhores e piores investimentos de junho

Ibovespa dispara 6,30% e lidera balanço de aplicações, seguido por Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, que teve rentabilidade de 4,23% no mês


	Moedas: Principal índice da Bolsa subiu 6,3% em junho e liderou balanço de aplicações
 (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

Moedas: Principal índice da Bolsa subiu 6,3% em junho e liderou balanço de aplicações (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 30 de junho de 2016 às 20h28.

São Paulo - O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, subiu 6,30% em junho e liderou o balanço de investimentos no mês. No semestre, a valorização chegou a 18,87%.

Dentre as opções de renda fixa, que são mais conservadoras, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, título público vendido pela plataforma Tesouro Direto, apresentou o melhor resultado do balanço, com alta de 4,23% em junho e de 36,32% no semestre.

O Tesouro Prefixado 2021 teve o segundo melhor desempenho no mês, quando considerados apenas os investimentos de renda fixa. Esta aplicação teve rentabilidade de 3,34% em junho e de 22,60% no semestre.

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado:

Investimento Desempenho em junho Desempenho em 2016
Ibovespa 6,30% 18,87%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) 4,23% 36,32%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN) 3,34% 22,60%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) 2,67% 23,75%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) 2,45% 22,60%
Fundos de Ações Small Caps 2,39% 9,92%
Fundos Renda Fixa Indexados 1,74% 10,53%
Fundos de Ações Indexados 1,65% 11,96%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) 1,61% 16,25%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,21% 6,66%
Fundos de Ações Livre 1,13% 9,52%
Tesouro Prefixado 2017 (LTN) 1,11% 8,30%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 1,11% 8,23%
Selic* 1,11% 6,73%
CDI* 1,11% 6,72%
Tesouro Selic 2021 (LFT) 0,98% 6,33%
Fundos Renda Fixa Simples 0,97% 6,28%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) 0,88% 10,44%
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior 0,71% 9,94%
Fundos Multimercados Livre 0,70% 6,32%
Poupança 0,65% 3,27%
IPCA ** 0,39% 4,62%
Fundo de Ações Dividendos 0,16% 8,94%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior -2,05% -4,34%
Ouro BM&F -3,06% 0,37%
Fundos de Ações Investimento no Exterior -4,47% -6,12%
Dólar comercial -11,05% -18,61%

Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao fechamento do dia 27 de junho. A expectativa do IPCA para o mês de junho foi fechada no dia 27 e a projeção para o acumulado de 2016 (IPCA-15 de junho) foi fechada no dia 21. A rentabilidade da Selic, do CDI, do ouro e da poupança é referente ao dia 29. E os dados sobre Ibovespa, dólar, fundos imobiliários e títulos públicos são relativos ao dia 30. 

(**) Expectativa de inflação para o mês de junho de 2016, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional.

Renda Fixa

Assim como em maio, os títulos públicos indexados à inflação tiveram boa performance. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 teve o melhor desempenho no período. Esse título paga ao investidor uma taxa de juro predefinida mais a variação da inflação medida pelo IPCA.

A rentabilidade no mês, no entanto, reflete a valorização que o título teria se fosse comprado no fim de maio e vendido no final de junho. Assim como qualquer outro título público, se o investidor não vender o papel antes do vencimento, ele recebe exatamente o retorno previsto no início da aplicação, e não corre o risco de ver seu título flutuar fortemente em função de oscilações de mercado.

Essa variação nos preços dos títulos no curto prazo é efeito chamada marcação a mercado, que mostra o rendimento que o título teria se fosse vendido antes do vencimento. Veja aqui como funciona a marcação a mercado.

"Esse título foi beneficiado pela inflação de curto prazo mais pressionada", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Em maio, o IPCA, índice oficial de preços no país, teve alta de 0,78% —foi a maior taxa para o mês desde 2008.

“O dólar caiu bastante e mesmo assim a inflação de curto prazo se manteve pressionada. Para combater o aumento dos preços, o BC teria que subir os juros. Mas isso é impossível por causa do fraco desempenho econômico, então, a autoridade tem permitido a queda da moeda americana”, afirma Perfeito.

"O real foi a moeda que mais se valorizou no ano até agora, inclusive mais que o iene. Mas a conjuntura econômica não justifica isso. O mercado deve testar até que ponto o BC vai permitir que o dólar caia, principalmente diante da intenção do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de não elevar a meta de inflação", completa o economista da Gradual.

Renda Variável

A queda do dólar de 11,05% em junho e de 18,61% no semestre favoreceu a Bolsa. Além do Ibovespa, também tiveram desempenhos positivos no mês os fundos de small caps (2,39%), ações indexados (1,65%), ações livre (1,13%) e ações dividendos (0,16%).

“Há um excesso de liquidez global. As taxas de juros nos países desenvolvidos estão negativas e, com o Brasil mostrando sinais, ainda que tímidos, de que está caminhando para sair da crise, nosso mercado tende a se beneficiar disso”, diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

“O governo de transição tem conseguido aprovar algumas pautas importantes, mostrando que ainda tem apoio no Congresso. É claro que temos muita coisa para acontecer no cenário político nos próximos meses, inclusive a votação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas mesmo assim os investidores têm dado um voto de confiança ao governo interino”, afirma o analista.

Segundo Figueredo, também ajudou o mercado de ações brasileiro a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia. Isso porque a medida deve postergar uma elevação de juros nos Estados Unidos.

Juros maiores na economia americana deixam o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA —que são considerados a aplicação mais segura do mundo e cuja remuneração reflete essa taxa— mais atraentes do que investimentos em países emergentes, como o Brasil.

O cenário mais otimista, segundo especialistas, tem ampliado a entrada de recursos no país e estimulado a baixa do dólar. Com isso, as ações de exportadoras foram as que mais sofreram no mês. Boa parte das receitas dessas companhias são na moeda americana.

Veja abaixo quais foram as maiores altas e baixas do Ibovespa neste mês.

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