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Os melhores e piores investimentos de agosto

Ouro tem o melhor desempenho do balanço de investimentos de agosto, seguido pelo dólar e pelos fundos multimercados macro


	Pista de corrida: Renda variável apresenta os melhores resultados do mês, com as altas expressivas do ouro e do dólar
 (Stock.xchng)

Pista de corrida: Renda variável apresenta os melhores resultados do mês, com as altas expressivas do ouro e do dólar (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2015 às 20h57.

São Paulo - O ouro (segmento BM&F) teve o melhor desempenho do balanço de investimentos de agosto, com alta de 8,91%. Em seguida, aparece o dólar comercial, com alta de 6,32%.

Dentre os investimentos de renda fixa, que são mais conservadores, os fundos DI, que investem em aplicações que acompanham a variação da taxa DI (que tem comportamento semelhante à taxa meta Selic), apresentaram o melhor resultado (+1,17%).

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em agosto e no acumulado do ano:

Aplicação Desempenho em agosto Desempenho em 2015
Ouro BM&F 8,91% 28,35%
Dólar comercial 6,32% 36,42%
Fundos Multimercado Macro* 3,49% 17,78%
Fundos Multimercado Multiestratégia* 1,77% 12,93%
Fundos referenciados DI* 1,17% 8,31%
CDI* 1,16% 8,29%
Selic* 1,10% 8,32%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,08% 8,30%
Tesouro Prefixado 2016 (LTN) 1,07% 7,95%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,97% 8,05%
Fundos de Renda Fixa* 0,95% 8,52%
Tesouro Selic 2021 (LFT) 0,89% --
Poupança antiga* 0,73% 4,45%
Poupança nova* 0,73% 4,45%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,40% 7,61%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,25% 9,28%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 0,23% 6,98%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) -0,86% 9,07%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) -2,09% 7,11%
Fundos de Ações Ibovespa Ativo* -2,65% -1,27%
Fundos de Ações Livre* -2,99% -1,48%
Fundo de Ações Dividendos* -4,19% -4,60%
Fundos de Ações Small Caps* -4,79% -11,46%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) -5,64% 0,78%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) -7,49% -0,18%
Ibovespa -8,33% -6,76%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) -9,45% -5,97%

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

(**) Expectativa de inflação para o mês de julho e para o ano de 2015, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao dia 26 de agosto. As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 28 de agosto, assim como o rendimento do ouro. Já os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e Selic são relativos ao dia 30. As rentabilidades do dólar, títulos públicos, Selic, Ibovespa e Ifix tiveram como base o fechamento do dia 31. 

Renda fixa

Os fundos referenciados DI tiveram o melhor rendimento dentre as aplicações de renda fixa, que são aquelas que já têm sua forma de remuneração definida no início do investimento.

O Tesouro Selic (antiga LFT) com vencimento em 2017, título público que acompanha a variação da taxa meta Selic, apresentou o segundo melhor resultado da renda fixa.

Ambas as aplicações se beneficiam com a alta dos juros básicos da economia. Enquanto os fundos DI aplicam em diferentes títulos do mercado com o objetivo de apresentar um rendimento próximo à taxa DI, o Tesouro Selic paga ao investidor a variação diária da taxa meta Selic durante o período do investimento, portanto as duas opções tendem a se destacar quando os juros estão em um patamar elevado - atualmente a taxa meta Selic está aos 14,25% ao ano.

Já os títulos Tesouro IPCA+, que pagam ao investidor uma taxa de juro prefixada, mais a variação da inflação medida pelo IPCA, apresentaram variações negativas.

Isso ocorre porque esses títulos sofrem o efeito da chamada marcação a mercado. De forma bem simplificada, isso acontece quando o investidor tem na mão um título que paga uma determinada taxa e a expectativa sobre os juros básicos da economia no futuro sobe. Como o título que o investidor tem em mãos paga uma taxa inferior à expectativa dessa taxa no futuro, seu papel fica desvantajoso. 

Assim, quando é feita a marcação a mercado, que verifica o preço justo daquele título no presente, o resultado é negativo e o investidor pode ter prejuízo ao vender o título.  "Por causa da alta das expectativas dos juros no futuro, os títulos Tesouro IPCA+ foram prejudicados", afirma o professor de finanças Alexandre Cabral. 

De qualquer forma, o prejuízo dos títulos públicos que sofrem marcação a mercado só será concretizado se eles forem vendidos antes do vencimento, já que nesse caso o investidor se submete a vendê-los pelo preço que o mercado está disposto a pagar. Caso esses títulos sejam levados até o vencimento, eles pagam exatamente a remuneração prometida no início do investimento, que no caso do Tesouro IPCA+ tem girado em torno de 7% ao ano mais o IPCA.

Para não ter prejuízos com os títulos e ao mesmo tempo capturar as taxas atrativas que eles estão oferecendo no momento, Olivia Paganini, gerente de investimentos da Guide, recomenda que o investidor aplique em diferentes papéis. 

"É importante que o investidor diversifique, aplicando em títulos com taxas prefixadas e títulos pós-fixados, que seguem indicadores como a Selic. Ao ter uma carteira de investimentos diversificada, essa composição mitiga riscos e em uma janela de tempo maior, como alguns meses, ou anos, gera um rendimento maior", afirma Paganini.

Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra o Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) e Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal).

Conheça os riscos dos títulos públicos e saiba quais deles são mais seguros.

Renda variável

Dentre os ativos de renda variável, que são aqueles que não têm sua forma de remuneração pré-definida, o ouro apresentou o melhor rendimento, seguido pelo dólar.

O ouro é um investimento que costuma se valorizar em momentos de incerteza. Como é um ativo que possui lastro, ele é visto como uma reserva de segurança. "Quando o mundo vai bem, o ouro vai mal e quando o mundo vai mal, o ouro sobe porque os investidores buscam mais segurança", comenta Alexandre Cabral.

Já o dólar subiu ainda mais neste mês tanto por causa de fatores internos, quanto externos. Dentre os fatores domésticos que puxaram a alta destacam-se: a divulgação do PIB brasileiro do segundo trimestre de 2015, que apresentou queda de 1,9% em relação ao trimestre anterior; e  a previsão de um déficit primário de 30,5 bilhões de reais em 2016, que pode levar o Brasil a perder o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador do pais.

No mercado externo, os principais fatores de pressão do câmbio são as recentes notícias de desaceleração da economia chinesa. "A China causou um grande estrago no mês. O temor sobre a desaceleração do país leva investidores a migrarem seus recursos para os Estados Unidos. Além disso, a situação da China traz um temor geral sobre o investimento em países de terceiro mundo e o Brasil paga o pato", afirma Cabral.

Os fundos de investimento multimercado macro registraram o terceiro melhor resultado do mês, com alta de 3,49%. Esses tipos de fundos apostam em diferentes estratégias para tentar obter o melhor rendimento, investindo em títulos públicos, moedas e na renda variável, de acordo com o que o cenário macroeconômico aponta como mais interessante.

"Esse é um tipo de fundo que recomendamos para investidores mais moderados. Muitos compram dólar e outras moedas, e se tiverem uma boa gestão são bem interessantes para o investidor que quer capturar esses movimentos do câmbio", diz Olivia Paganini.

Ela acrescenta, no entanto, que os investidores devem destinar apenas uma pequena parcela dos recursos a esse tipo de fundo, já que eles podem apresentar prejuízos se a estratégia empregada se revelar malsucedida.

Com o enfraquecimento da economia chinesa e a divulgação de novos dados que reforçam a deterioração da economia brasileira, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, apresentou queda expressiva em agosto, de -8,33%, e foi um dos destaques negativos do balanço. Em linha com o Ibovespa, os fundos que aplicam em ações também apresentaram quedas no mês.

Confira, no vídeo a seguir, como a eventual perda do grau de investimento do país afeta seu bolso:

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