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Os melhores e piores investimentos de abril

Impeachment dita o tom do mercado e leva Ibovespa, fundos de ações e títulos prefixados à liderança do ranking de investimentos de abril

Dinheiro, moedas (Thinkstock/denphumi)

Dinheiro, moedas (Thinkstock/denphumi)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2016 às 19h40.

São Paulo – O Ibovespa, principal índice de referência da bolsa, apresentou o maior rendimento do balanço de investimentos de abril, com alta de 7,70%.

Em seguida, na segunda posição do ranking, ficaram os fundos de ações indexados, que subiram 5,75% (até o dia 26 de abril, data do fechamento do relatório da Anbima). Apenas na terceira posição aparece uma aplicação de renda fixa: o título público Tesouro Prefixado 2021, que registrou valorização de 4,89% no mês.

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em abril:

Investimento Desempenho em abril Desempenho em 2016
Ibovespa 7,70% 24,35
Fundos de Ações Indexados 5,75% 24,36%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN) 4,89% 22,13%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) 4,64% 10,29%
Fundos de Ações Livre 3,87% 11,17%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) 3,80% 28,80%
Fundo de Ações Dividendos 3,78% 12,78%
Fundos de Ações Small Caps 3,49% 8,50%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) 2,85% 19,02%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) 2,01% 17,69%
Fundos Renda Fixa Indexados 1,46% 7,30%
Fundos Multimercados Livre 1,30% 4,21%
CDI* 1,16% 4,28%
Selic* 1,16% 4,34%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,15% 4,28%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 1,10% 5,98%
Tesouro Prefixado 2017 (LTN) 1,08% 6,03%
Tesouro Selic 2021 (LFT) 0,97% 3,99
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior 0,95% 7,46%
Fundos de Ações Investimento no Exterior 0,91% -1,27%
Fundos Renda Fixa Simples 0,87% 4,05%
Poupança 0,70% 1,95%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) 0,54% 8,30%
IPCA ** 0,53% (estimativa do Banco Central) 2,62%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior -0,18% -4,62%
Ouro BM&F -0,34% 5,53%
Dólar comercial -4,34% -12,86%

Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao fechamento do dia 26 de abril. A expectativa do IPCA para o mês de abril foi fechada no dia 22. A rentabilidade do CDI é referente ao dia 28. E os dados sobre poupança, dólar, fundos imobiliários, Selic e títulos públicos são relativos ao dia 29. 

(**) Expectativa de inflação para o mês de abril de 2016, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento. 

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional

As rentabilidades apresentadas pelos títulos públicos da tabela são referentes ao mês de abril. Elas refletem, portanto, o retorno que o investidor teria ao comprar os títulos no início de abril e vendê-los no final do mês. Caso sejam mantidos até o prazo de vencimento, porém, eles apresentarão exatamente a rentabilidade indicada no momento da compra do título.

Prefixados brilham entre investimentos de renda fixa

Com alta de quase 5% no mês, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2021, título público que paga ao investidor uma taxa definida no momento da aplicação, apresentou o melhor resultado do balanço dentre os investimentos de renda fixa, que são aqueles cuja forma de remuneração é conhecida no início do investimento. 

Rodrigo Puga, sócio responsável pelo Home Broker Modalmais, explica que a rentabilidade dos títulos que possuem taxas prefixadas é influenciada pelas expectativas sobre o comportamento dos juros básicos da economia no futuro.

“Como o mercado espera que haja alternância no poder e acredita que o novo governo será mais preocupado com o equilíbrio fiscal, a perspectiva é que a inflação caia, levando os juros futuros a caírem também”, diz Puga.

Com a perspectiva de queda nos juros, títulos prefixados, que foram comprados no começo do mês a uma taxa mais alta, aparecem como uma opção mais vantajosa do que novos títulos emitidos no fim do mês, que oferecem taxas menores, em linha com a expectativa de queda nos juros.

Assim, o Tesouro Prefixado apresentou alta rentabilidade no mês como efeito da chamada marcação a mercado, que mostra o rendimento que o título teria se fosse vendido antes do vencimento.

A mesma explicação pode ser usada para justificar a alta dos títulos Tesouro IPCA. Como esses títulos pagam a variação da inflação medida pelo IPCA e também uma taxa de juro prefixada, a porção prefixada do título faz com que ele sofra o mesmo efeito de marcação a mercado do Tesouro Prefixado.

Já o título Tesouro Selic apresenta uma rentabilidade um pouco menor por não ter nenhum componente prefixado: ele é um título puramente pós-fixado, já que sua remuneração é atrelada à variação da taxa Selic. Como seu retorno é definido pelos juros básicos da economia, ele está sempre em linha com o retorno médio do mercado e não sofre grandes altas ou baixas em função dos juros futuros.

Por essas características, o Tesouro Selic é a opção mais indicada para quem não quer correr riscos de prejuízo com os títulos do Tesouro Nacional, que são negociados pelo Tesouro Direto, plataforma online de compra e venda dos títulos públicos.

Vale destacar que, com a taxa Selic nos atuais 14,25% ao ano, o Tesouro Selic está oferecendo uma remuneração atrativa, bem superior à da poupança, que pelo fato de não acompanhar a taxa básica tem apresentado rendimentos bem inferiores à média dos investimentos de renda fixa, que acompanham as flutuações da Selic.

Bolsa é destaque novamente

Depois de fechar março com valorização expressiva de 16,97%, o Ibovespa novamente encerrou o mês em alta, desta vez um pouco menos acentuada, mas suficiente para deixar a bolsa no topo do ranking de investimentos de abril.

“O aumento da expectativa de impeachment foi o que mais influenciou a alta. Mas na última semana do mês a bolsa também subiu por causa da valorização do minério de ferro e do petróleo, que beneficiam as ações da Vale e da Petrobras”, analisa Rodrigo Puga, do Modalmais.

Os fundos de ações indexados, que têm seu rendimento atrelado ao comportamento do Ibovespa, também foram destaque em abril, com alta de quase 6%. Naturalmente, eles subiram pelas mesmas razões que impulsionaram a bolsa.

Os fundos de investimento imobiliários, segundo Puga, também foram influenciados pela onda de otimismo do mercado. Além disso, como alguns desses fundos pagam juros mensais, como fruto dos aluguéis de imóveis que fazem parte da sua carteira, com a perspectiva de queda dos juros básicos eles aparecem como uma opção de investimento mais atrativa e se valorizam.

Já o dólar, sofreu efeito oposto e registrou queda de 4,34%. “O impeachment gera uma espiral positiva no mercado, que acredita que a saída da presidente pode gerar uma melhoria no cenário. Com essa perspectiva, investidores se antecipam e trazem dinheiro para o país, gerando a valorização do real ante o dólar", diz Puga.

Perspectivas

O sócio do Modalmais afirma que as decisões dos investidores daqui para frente devem ser tomadas considerando-se dois cenários principais. “Se o impeachment for aprovado – e há uma probabilidade grande de isso acontecer – e o vice-presidente Michel Temer nomear uma equipe econômica de peso, comprometida com o equilíbrio fiscal, a taxa de juros futuros deve cair”, diz Puga.

O investidor que acreditar nessa hipótese deve direcionar seus investimentos para títulos prefixados e para a bolsa, recomenda o sócio do Modalmais.

Já o segundo cenário considera que Temer assumirá a presidência, mas sem êxito na nomeação da nova equipe econômica. O investidor que confiar mais nessa segunda conjectura deve investir em dólar e em títulos indexados à inflação, orienta Puga.

“Quem estiver na dúvida do que fazer pode investir em fundos multimercados, que aplicam em diferentes investimentos com o objetivo de traçar a melhor estratégia de acordo com o cenário econômico, e em títulos pós-fixados, que acompanham os juros, e são menos arriscados”, finaliza o sócio do Modalmais.

Veja opções de investimento conservadoras para acompanhar os juros básicos.

Confira no vídeo a seguir até que ponto o investidor deve se preocupar com o cenário político:

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