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Os melhores e os piores investimentos de 2017

Fundos de Ações Small Caps foram o melhor investimento de 2017, enquanto fundos cambiais foram o pior. Veja a lista completa

Pódio: Ouro e fundos cambiais ficaram na lanterna do ranking com queda do dólar (CrailsheimStudio/Thinkstock)

Pódio: Ouro e fundos cambiais ficaram na lanterna do ranking com queda do dólar (CrailsheimStudio/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 29 de dezembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 29 de dezembro de 2017 às 07h32.

São Paulo — Os fundos de ações foram os investimentos mais rentáveis de 2017, ocupando os primeiros cinco lugares do ranking elaborado por EXAME.

Os fundos de ações small caps foram o investimento que teve o melhor desempenho, com alta expressiva de 40,47%. A segunda posição é ocupada pelos fundos de ações livres, que valorizaram 25,70% no ano. Em terceiro lugar, ficaram os fundos de ações indexados, com alta de 25,06% no ano.

Já os fundos cambiais foram os investimentos que ficaram na lanterna em 2017, com leve alta de 4,19% no ano. Em penúltimo, aparece a nova poupança, com rentabilidade de 6,16% no ano.

O ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações em 2017 e no mês, sem descontar o Imposto de Renda, cuja alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo da aplicação. Somente a poupança e as aplicações de até 20 mil reais em ouro são isentas do tributo.

Para elaborar o ranking, usamos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), da B3 (a antiga Bovespa), do Banco Central e do Tesouro Nacional. Entre os investimentos avaliados, não consideramos bitcoin por ser um ativo não regulamentado no Brasil.

Veja, na tabela , o desempenho de alguns dos principais investimentos do mercado em 2017 e em dezembro:

AplicaçãoDesempenho em 2017 (%)Desempenho em dezembro (%)
Fundos de Ações Small Caps*40,474,02
Fundos de Ações Livre*25,703,20
Fundos de Ações Indexados*25,064,28
Fundo de Ações Dividendos*20,443,07
Fundos de Ações Investimento no Exterior*19,412,09
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)17,990,70
Tesouro Prefixado 2019 (LTN)15,080,67
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)13,150,43
Fundos Multimercados Livre*12,550,82
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)12,44-1,45
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)12,44-1,45
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)12,26-2,74
Ouro*122,27
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)11,88-3,81
Fundos Renda Fixa Indexados*11,870,47
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*10,710,35
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*10,270,08
Tesouro IGP-M+ com juros semestrais 202110,020,48
Tesouro Selic 2021 (LFT)9,970,44
Fundos Renda Fixa Simples*8,520,33
Poupança antiga6,270,5
Nova poupança**6,160,42
Fundos Cambiais4,191,10

*Até o dia 27 de dezembro
**Até o dia 28 de dezembro
***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
Fontes: Anbima, B3, Banco Central e Tesouro Nacional.

Veja, na tabela a seguir, o desempenho dos principais índices e taxas de referência para investir: 

Referência2017 (%)Dezembro (%)
Ibovespa26,86,13
Selic***9,851
CDI***9,831,09
IPCA****2,780,28
Dólar comercial1,991,31

****Projeção do Boletim Focus do Banco Central.

O que esperar para 2018

Os fundos de ações surfaram na recuperação do mercado acionário ao longo do ano, que, por sua vez, foi um reflexo da melhora da economia do país. O principal índice da bolsa, o Ibovespa, registrou valorização de 26,8% no ano, de acordo com dados preliminares.

Glauco Legat, analista de investimentos da corretora Spinelli, aponta que, em um ambiente de recuperação, empresas menores, as chamadas small caps, costumam ter uma melhor performance do que empresas de maior porte. "Isso porque elas oferecem um prêmio maior pelo risco e também podem estar mais expostas a algumas variáveis econômicas do que grandes empresas".

Com a saída do país da recessão e previsão de crescimento de cerca de 1% esse ano, é natural que investir em empresas fique mais atrativo, ainda mais em um ambiente de queda da taxa básica de juros, a Selic, explica o analista. "Não foram apenas as small caps que se destacaram. A baixa dos juros aumentou o valor a empresas que estavam endividadas. Com a redução do custo da dívida, elas conseguem melhorar a sua geração de caixa".

A tendência é que o cenário positivo para a bolsa continue em 2018. "A expectativa de analistas, segundo o boletim Focus, é que o PIB cresça cerca de 2,7% no ano que vem, um crescimento bem mais forte do que o desse ano. Além disso, a Selic deve cair mais um pouco. Portanto, o cenário é benéfico, mas a partir do segundo semestre do ano que vem o fator político pode interferir no cenário. Sobre as eleições, é difícil fazer qualquer previsão", conclui Legat.

Os fundos cambiais ficaram em último lugar do ranking de investimentos porque, ao longo do ano, o dólar teve apenas uma leve alta ante o real, de 1,99%. Com a recuperação da economia, diversos outros investimentos tiveram uma performance melhor.

A poupança continuou entre os investimentos menos rentáveis de 2017. Mas agora, com a Selic no menor patamar histórico, a tendência é que ganhe competitividade em relação a aplicações em fundos de renda fixa que cobrem uma taxa de administração alta.

Onde aplicar

Para escolher investimentos, é importante se guiar não só pela rentabilidade, mas pelo risco que se está disposto a correr e e pelo prazo disponível para realizar o objetivo.

Aplicações em renda fixa, a exemplo de títulos públicos, são indicadas para quem quer segurança. Já fundos cambiais são recomendados para quem precisam se proteger da oscilação de moedas.

Além disso, é importante lembrar que rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro.

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