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Os inquilinos da bolsa

Alugar suas ações pode render de 5% a 6% ao ano sem risco

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Quem possui ações e não pretende vendê-las tão cedo pode ganhar um dinheiro extra, sem risco, alugando-as para outros investidores. O aluguel de uma ação funciona exatamente como o de um imóvel: o locador cede o uso ao inquilino, mas não perde a propriedade nem os direitos. "Ao alugar uma ação, o investidor continua a receber todos os dividendos e proventos", diz Wagner Anacleto, gerente de controle de risco da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), empresa vinculada à Bolsa de Valores de São Paulo que regulamenta e processa essas operações. "O investidor recebe suas ações de volta no fim do contrato."

Como funciona? O investidor tem de entrar em contato com uma corretora e registrar uma oferta de aluguel para seus papéis no sistema da CBLC, indicando o prazo e o valor por que quer alugá-los. Os interessados apenas enviam uma ordem ao sistema e fecham o negócio. "Quem aluga tem conseguido obter taxas de 5,5% a 6% ao ano", diz Antonio Milano Neto, diretor adjunto da corretora paulista Fator. Quem fechar esses contratos terá de pagar um imposto de renda de 15% sobre o valor ganho com o aluguel.

Segundo Anacleto, da CBLC, oferecer ações nesse sistema não tem risco. "Quem toma os papéis em aluguel tem de oferecer garantias de 115% do valor total", diz. Em geral, quem demanda esses negócios são investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, ou profissionais de mercado e administradores de recursos cujas estratégias passam pela venda de ações. "O aluguel permite montar estratégias de gestão para nossos fundos que não poderiam ser executadas de outra forma", diz Bruno Levacov, analista da empresa carioca de administração de recursos Investidor Profissional. A Investidor está lançando um fundo que vai aproveitar distorções de preço entre ações com comportamentos semelhantes e alugará ações para isso.

A única dificuldade para o investidor que quer oferecer seus papéis é que a demanda para alugar ainda é muito menor do que a oferta. "Pode ser difícil encontrar quem queira tomar ações em aluguel, mas o aumento da liquidez no mercado deve suavizar esse problema", diz Milano.

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