A bolsa de valores e as aplicações atreladas aos juros de mercado são as melhores alternativas de investimento para este ano. A análise foi feita por três analistas do mercado financeiro. Confira abaixo seus depoimentos na íntegra:

Nelson Rocha Augusto, presidente da BB DTVM, do Banco do Brasil

"Para quem pensa em longo prazo, a decisão de aplicar em renda fixa prefixada é adequada em razão da expectativa de queda da taxa básica de juros, a Selic. Outra dica é olhar com atenção a bolsa de valores e procurar principalmente ações de empresas de médio porte, que devem ser bastante beneficiadas em 2005, um segundo ano de crescimento econômico. Acredito inclusive que há espaço para mais médias empresas abrirem capital.

Quem precisa de dinheiro no curto prazo não pode inventar muito. O melhor é optar por um fundo DI de curto prazo, que tem pouca volatilidade.

Dólar não é um bom investimento hoje. É claro que o câmbio não ficará valorizado para sempre, mas prever quando e como isso irá acontecer depende de uma série de fatores difíceis de serem analisados por quem não é especialista. Um deles é a política fiscal americana. Por isso, aplicar em câmbio só é indicado para quem vai viajar ou tem dívidas em dólar."

Hugo Penteado, economista-chefe da ABN Amro Asset Management

"A bolsa de valores é uma boa alternativa para o primeiro semestre deste ano. O crescimento da economia deve se manter nesse período e é pouco provável que haja grandes mudanças na política fiscal americana no curto prazo hoje, esses são os dois principais fatores que influenciam o desempenho do mercado de ações.

A partir de abril, porém, o cenário pode se reverter. Primeiro, porque não se sabe até que ponto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem força para crescer. Depois, porque aumentam os riscos externos principalmente, de alterações bruscas nos Estados Unidos.

Em momentos de crise, é melhor ficar em posições mais líquidas Nesse caso, aplicações de renda fixa atreladas aos juros de mercado (CDI) são uma boa opção. Nossa previsão é de que a taxa Selic só começará a cair no segundo semestre e fechará o ano em 15,5%. Com isso, o CDI médio do ano deve ficar em torno de 17,25%, o que não é uma expectativa ruim de rendimento."

Sérgio de Oliveira, diretor executivo do Bradesco

"A renda fixa continua sendo uma ótima opção de investimento para as pessoas físicas, porque as taxas de juros continuarão em patamares atraentes. O CDI, por exemplo, deve pagar 16,50% em média, durante o ano.

No segundo semestre, quando os juros começarem a cair, pode ser interessante aplicar até 30% em ações, mas não mais do que isso.

Também não aconselho aplicar em dólar. Acredito que a moeda irá oscilar entre 2,70 e 2,80 reais até dezembro, ou seja, não há grandes possibilidade de ganho. É indicado apenas para quem quer se proteger."