Minhas Finanças

Onde investir para pagar seu casamento

Dicas para planejar seu casamento dispensando as despesas desnecessárias e investindo para pagar a cerimônia e a lua de mel

Com aporte mensal de 2.000 reais é possível pagar uma festa de 50.000 reais em dois anos (Mark Metcalfe / Getty Images)

Com aporte mensal de 2.000 reais é possível pagar uma festa de 50.000 reais em dois anos (Mark Metcalfe / Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 08h47.

São Paulo - Imagine um sonho virando uma dívida? É o que acontece com muita gente que sabe muito bem o que quer em uma festa de casamento, mas não sabe exatamente como pagar. Para não deixar as dívidas estragarem a sua lua de mel, nada melhor do que um bom planejamento financeiro. Veja a seguir algumas dicas para você dizer não só um “aceito” como um “eu posso", na hora em que a conta do casamento chegar.

Estimando os gastos

Como em todo planejamento financeiro, o primeiro passo é estimar o quanto você quer gastar. Segundo Marcia Possik, diretora da assessoria de casamentos Marriages, o casal deve antes de tudo estabelecer o que é prioridade para a festa e a partir daí montar a planilha para mensurar os gastos. “O maior gasto é sempre com buffet, cardápio e decoração. Eles ocupam de 50% a 60% do orçamento. Depois vêm fotos, vídeos, DJ e bandas”, afirma

O custo total do casamento costuma variar bastante de acordo com o perfil do casal. Alguns são comedidos e outros sonham tanto com a festa que o limite dos gastos é mais do tipo “até que a morte os separe”. “Eu já vi casamento de luxo, triplo A, que teve um custo de 1.500 reais por convidado”, conta Vera Simão, presidente da Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (Abrafesta).

Somando gastos astronômicos e outros mais controlados, o mercado de casamentos movimentou 12 bilhões de reais em 2011. E a expectativa para 2012 é que este número suba para 14 bilhões, segundo pesquisa do Instituto Data Popular para a Abrafesta. Ainda segundo a pesquisa, no ano passado 1,003 milhão de casamentos foram formalizados em cartório e mais 1,028 milhão devem ser registrados este ano.

Tempo de planejamento

Estimado o custo, o casal deve definir quanto tempo terá até a hora do "sim". Quanto mais tempo durar o planejamento, mais tranquilidade o casal terá para reunir a verba necessária e ampliar o leque de aplicações disponíveis. “Em um planejamento de seis meses, por exemplo, apenas a poupança será uma opção vantajosa, já que os outros investimentos têm uma cobrança alta de imposto de renda em prazos menores do que seis meses”, explica André Massaro, especialista em finanças pessoais da Moneyfit e trader independente.

Além das vantagens para investir, com um prazo maior de tempo o casal encontrará mais facilidades para negociar. “O planejamento da festa e a organização do casamento devem começar no mínimo com um ano de antecedência. Este tempo é ideal para que os casais possam negociar locais, preços, reservar os espaços da festa e a igreja”, orienta Vera Simão.


Os investimentos ideais

O passo seguinte é escolher a melhor aplicação. “Diz o bom senso dos investimentos que quando existe uma data definida para usar o dinheiro, a renda variável deve ser excluída, porque existe o risco de, no momento de resgate do dinheiro, a bolsa estar caindo, causando prejuízos”, afirma Massaro.

Descartada a renda variável, a segunda orientação é buscar um investimento com alta liquidez e que se adeque aos objetivos do investimento. Em se tratando de um casamento, planejado com mais de um ano de antecedência, as opções mais indicadas são a poupança, os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e os títulos do Tesouro Direto.

Marcia Possik explica que, normalmente, 30% do total de gastos é destinado a pagamentos à vista, como sinal de contrato de alguns serviços e produtos. Portanto, a aplicação deve ter como objetivo final a obtenção de 70% dos gastos, próximo à data do casamento. Ou então o planejamento deve começar bem antes da decisão de casar, para que ao menos parte do dinheiro já esteja garantida quando a época dos pagamentos à vista chegar.

Simulações

Para fazer algumas simulações de investimentos, vamos tomar como modelo um casamento de 50.000 reais, planejado com dois anos de antecedência, e depois com um ano. Em todos os exemplos, usaremos como base a Taxa Selic a 8%, seguindo as previsões do mercado, que espera que a taxa chegue a este patamar até o final do ano.

Poupança em dois anos: com a Selic a 8%, a poupança renderá 70% da taxa básica de juros, mais a Taxa Referencial (TR). Sendo assim, tem-se um rendimento anual de 5,54%. Com aportes mensais de 2.000 reais, em dois anos, o casal terá 50.953 reais.

Poupança em um ano: com o mesmo rendimento, de 5,54% a.a., serão necerrários 4.043 reais mensais para que ao final do ano o investimento totalize 50.000 reais.

Tesouro Direto em dois anos: para fazer a simulação, vamos considerar que o título escolhido foram as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), o título mais conservador. Com um investimento de 2.000 reais mensais, ao final do prazo o montante será de 51.408, descontada a tributação de IR de 17,5% sobre os rendimentos (alíquota válida para prazos de 361 a 720 dias).

Tesouro Direto em um ano: novamente tomando as LFT como exemplo, em um ano, para reunir o mesmo montante do prazo de dois anos, o investimento mensal terá que ser de 4.031, já incluindo o desconto de IR.

Certificado de Depósito Bancário (CDB) em dois anos: para o valor pretendido, de 50.000 reais, vale fazer o investimento em um banco médio ou pequeno, que geralmente remunera a 100% do CDI. Eles têm maior risco, mas têm cobertura de até 70.000 pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Nestes moldes, o CDB terá um rendimento anual de 6,4%. Com um aporte mensal de 2.000 reais, ao final do período, o investimento totalizaria 51.587 reais, líquidos de IR.

Certificado de Depósito Bancário (CDB) em um ano: novamente tomando um CDB que remunere a 100% do CDI, para chegar à meta, o investimento mensal terá que ser de 4.031 reais, considerando a subtração do IR.


Como as aplicações têm resultados muito próximos, algumas observações podem ajudar a definir a escolha. Em primeiro lugar, se a aplicação tiver como base a Selic aos 9% atuais ou até o mínimo de 8,5%, a poupança será o investimento mais rentável. Isto porque, com a Selic acima de 8,5% o rendimento será de 0,5% ao mês, mais a TR.

Além disso, se o investimento for feito por mais de uma pessoa, a poupança novamente ganha vantagem. Enquanto no Tesouro Direto e no CDB os investimentos normalmente são geridos apenas por um titular, na caderneta existe a modalidade de conta poupança conjunta, na qual mais de uma pessoa podem movimentar a conta com facilidade.

Por fim, considerando que o CDB será aberto em um banco de médio ou pequeno porte para que haja maior remuneração do CDI, vale avaliar que a cada transferência do banco de varejo do titular para este banco pode haver cobrança de DOCs/TEDs e isso pode pesar na conta.

Os padrinhos que ajudam na conta

À primeira vista, aportes mensais de 4.000 reais, ou 2.000 reais podem parecer um pouco salgados. Mas, em muitos casos, a conta do casamento, além de ser dividida entre o casal, é apadrinhada pelos pais da noiva ou do noivo, o que pode ajudar bastante.

Isso foi comprovado pela pesquisa do Instituto Data Popular para a Abrafesta, que mostrou que, felizmente, as famílias ainda seguem um pouco de tradição. Apesar de atualmente 47% dos gastos serem cobertos pelos noivos, os pais da noiva ainda fazem alguma questão de ajudar nos custos: eles arcam com 32% dos gastos.

Os pais do noivo também dão sua contribuição: são responsáveis por 17% do orçamento. E alguns felizardos ainda contam com uma ajudinha muito bem-vinda dos avós da noiva, que pagam 2% e do noivo, que se solidarizam a pagar 1%.

Lua de mel

Normal
0

21

false
false
false

PT-BR
X-NONE
X-NONE

/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";}

Como o prazo para a viagem de lua de mel, na maioria dos casos, é o mesmo que o da festa, ambos os investimentos podem ser feitos em uma única aplicação. "Tudo que se relacionar ao casamento, inclusive a emissão de passaportes, documentos, cafezinho no salão de aeroporto deve entrar na mesma conta, assim como o dia da noiva, roupas de padrinhos e decoração de igreja", recomenda o consultor financeiro Mauro Calil.

No entanto, a viagem pode ter especificidades favoráveis a uma aplicação em separado. Se for uma viagem internacional e houver valorização do dólar no período do investimento, por exemplo, o casal poderá ter uma perda no valor de compra. Uma opção para não correr este risco, é a aplicação em um fundo cambial. Neste tipo de investimento, o rendimento varia em função do dólar ou do euro. Portanto, não há perdas pela oscilação da moeda.


É importante ressaltar que este tipo de aplicação é indicado apenas para que o investidor proteja o valor de compra na moeda estrangeira. Portanto, o valor investido deve se restringir ao que será usado para os pagamentos em dólar ou em euro na viagem, para que não haja perda do valor se houver resgate do dinheiro em real.

Se o planejamento for feito com pelo menos um ano de antecedência, algumas agências de viagem e companhias aéreas podem oferecer descontos no parcelamento adiantado. Neste caso, a economia pode ser maior do que o rendimento que o dinheiro teria se ficasse investido em uma aplicação.

Para tirar a dúvida, recomenda-se avaliar também se estas empresas oferecem maior desconto em pagamentos à vista. Dependendo da oferta, volta a ser mais vantajoso deixar o dinheiro rendendo na aplicação, para aproveitar depois este desconto à vista.

O maior erro que o casal pode cometer é não planejar a viagem e deixar tudo por conta do cartão de crédito. Além dos altos juros que podem ser cobrados em um eventual atraso do pagamento, se for usado o cartão de crédito internacional, será cobrada uma taxa de IOF de 6,38% por operação. Uma opção que ajuda a controlar melhor os gastos e ainda escapa da cobrança do IOF a 6,38%, são os cartões pré-pagos de viagem.

Alternativas em conta

Para quem quiser diminuir a conta da festa, fugir de alguns padrões pode ajudar. Marcar a data durante dias da semana, à exceção de sexta-feira, costuma reduzir bastante os custos. Às sextas-feiras, sábados e domingos os preços são mais altos, por conta de as datas serem mais disputadas.

Segundo o IBGE, a maior parte dos casamentos (12%) é realizada em dezembro. Fugir deste mês também pode trazer economias. O mês de maio, tradicionalmente conhecido como o mês das noivas, também é bastante popular e pode ter preços elevados. Vera Simão dá outra dica: “Realizar o casamento no mesmo local da festa também reduz custos", diz. 

Muitos casais também têm optado por fazer alguns modelos alternativos de festa, como casamentos no exterior, que algumas vezes são econômicos por já embutir alguns gastos com a lua de mel e ter poucos convidados. Ou ainda os mini weddings, casamentos mais intimistas, realizados para no máximo 50 pessoas, que têm se popularizado recentemente.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasCasamentoeducacao-financeiraImigraçãoorcamento-pessoalrenda-fixaTesouro Direto

Mais de Minhas Finanças

O que fazer se você não recebeu 13º salário? Veja como agir e seus direitos

PIS/Pasep 2024 pode ser sacado até 27 de dezembro; veja quem tem direito

PIS/Pasep vai mudar; entenda a alteração aprovada no Congresso

O que fazer com a 2ª parcela do 13° salário? Benefício é pago até hoje