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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Móveis, geladeira, fogão, lava-louças e máquinas de lavar e de secar são os produtos mais almejados pelos consumidores para compra nos próximos três meses. A tendência foi verificada no estudo realizado pelo Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). De acordo com a pesquisa, 68,6% dos entrevistados pretendem adquirir bens duráveis entre julho e setembro. Destes, 14,6% pretendem comprar móveis e 13,4% linha branca. O resultado reflete um aumento de 65,91% na intenção de compra de móveis em relação ao mesmo trimestre do ano passado e de 52,27% para a linha branca.
Segundo o coordenador-geral do Provar, Cláudio Felisoni, esse incremento deve-se ao aumento de 7,7% na renda do trabalhador no último ano. "Apesar disso, vale ressaltar que o desemprego acima dos dois dígitos impede que os resultados sejam melhores", afirma.
O estudo mostra que, embora a intenção de compra tenha crescido, o valor a ser gasto nas aquisições caiu. Ou seja, mais consumidores pensam em comprar, gastando menos. O valor médio a ser destinado às compras de móveis no terceiro trimestre deste ano é de 668,36 reais, 53,96% a menos que no trimestre passado. Para linha branca, o valor foi reduzido em 18,52%, passando de 1.187,50 no segundo trimestre para 967,01 nos próximos três meses.
Das dez categorias pesquisadas (linha branca; móveis; eletroeletrônicos; material de construção; informática; foto e ótica; cama, mesa e banho; autopeças; automóveis e telefonia e celular), apenas três apresentaram alta na intenção de compra e, em quase todas, o valor a ser empregado na aquisição caiu. "Como no trimestre passado as vendas foram aquecidas pelo Dia das Mães, esse recuo é natural", afirma o coordenador de pesquisas e publicações do Provar, Luiz Paulo Lopes Fávero.
A exceção fica por conta dos materiais de construção, que apresentaram crescimento de 21,95% na intenção de compra do trimestre passado para este trimestre e aumento de 120,19% no montante a ser gasto. "Historicamente, as intenções de compra de materiais de construção sobem no segundo semestre do ano e cerca de 78% dos consumidores que pensam em comprar esses produtos compram móveis também", diz Fávero.
Crédito
Para realizar as compras, a maioria dos consumidores pretende utilizar o crediário. A intenção de financiamento está presente em 100% das intenções de compra de automóveis, 95,5% nas de linha branca, 87,7% nas de móveis e 64% nas de materiais de construção.
Dentre os cinco grupos de renda familiar analisados, no entanto, o de maior valor mensal (4.900,00 reais) é o que mais pensa em realizar compras financiadas. Todos os consumidores dessa faixa de renda que pretendem adquirir produtos de linha branca, eletroeletrônicos, materiais de construção, informática, foto e ótica, cama, mesa e banho, autopeças, telefonia e celulares devem entrar no crediário para a efetivação das compras. "Isso mostra que a renda não está sendo suficiente para cobrir todas as despesas. O mercado está evoluindo mais rápido que a renda, por isso, muitos produtos acabam competindo entre si, com o consumidor migrando de um segmento para outro", diz Fávero.