Minhas Finanças

Mesmo no aperto, dá para fugir da poupança e ganhar mais

Especialistas recomendam alternativas à poupança para quem tem pouco dinheiro para guardar


	Investimento: especialistas recomendam guardar uma quantia pré-estabelecida por mês, como se fosse uma conta a pagar
 (Getty Images)

Investimento: especialistas recomendam guardar uma quantia pré-estabelecida por mês, como se fosse uma conta a pagar (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2016 às 11h06.

São Paulo - Investir pouco dinheiro não precisa - e nem deve - ser sinônimo de guardar moedas no cofrinho.

Mesmo em tempos de orçamento apertado, é possível fazer investimentos com qualidade e rentabilidade, fugindo dos juros baixos pagos pela caderneta de poupança.

Segundo especialistas, a melhor forma de começar é com o Tesouro Direto, que permite fazer aportes com apenas R$ 30.

A oportunidade de investir bem, no entanto, ainda esbarra na falta de planejamento. Uma pesquisa da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, mostra que 49% dos brasileiros dizem não investir porque não têm dinheiro.

A renda média considerada no levantamento é de R$ 3,1 mil mensais, 60% mais que o rendimento médio da população e 3,5 vezes maior que o salário mínimo.

"Gerar riqueza independe do salário que a pessoa recebe. Uma pessoa pode gastar mais do que ganha mesmo com uma renda mensal de R$ 30 mil", diz o educador financeiro da Novi, Vinicius Biermann Azambuja.

Segundo ele, o primeiro passo é começar a guardar uma determinada quantia por mês, como se fosse uma conta a ser paga. "O ideal é chegar a 20% do salário", explica.

Dados do Tesouro Direto mostram que o brasileiro já vê esse produto como uma alternativa à poupança. Aportes de até R$ 1 mil alcançaram quase 40% de todas as aplicações feitas em abril de 2016.

Há um ano, essa faixa representava 34% dos investimentos. O número de pessoas que investem até R$ 1 mil também deu um salto significativo: passou de 20 mil, em abril de 2015, para 44,7 mil em abril deste ano.

Na corretora Rico, quem aplica até R$ 500 no Tesouro Direto recebe até três salários mínimos (42%) e tem entre 26 e 35 anos (73%). "A internet e o acesso à informação estão permitindo que os pequenos investidores tenham acesso a oportunidades melhores de investimento", diz Norberto Giangrande, sócio da Rico.

Para o diretor da corretora Easynvest, Amerson Magalhães, o Tesouro Direto democratizou o título público. "Quem investe R$ 30 ou R$ 1 milhão tem acesso à mesma rentabilidade", afirma Magalhães.

Mais conservador, o título Tesouro Selic paga a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano, e não há o risco de perder dinheiro se o investidor vender o papel antes do vencimento. A poupança, por sua vez, oferece em torno de 8% ao ano.

Mas a rentabilidade não é a única preocupação do brasileiro na hora de poupar. A pesquisa da BlackRock aponta que 46% querem sacar o dinheiro imediatamente em caso de necessidade. " Tesouro tem liquidez diária, ou seja, o investidor vende o título hoje e amanhã já está com o dinheiro na conta", explica Magalhães.

É preciso estar atento, no entanto, às taxas e aos impostos que incidem sobre os investimentos. Diferentemente da poupança, os rendimentos do Tesouro Direto são tributados de acordo com a tabela regressiva de Imposto de Renda.

No caso de resgate antes de seis meses de aplicação, incide a alíquota de 22,5%; entre seis meses e um ano, 20%; entre um e dois anos, 17,5%; acima de dois anos, 15%. Bancos e corretoras também costumam cobrar uma taxa de administração.

Há quem tenha receio de investir em títulos públicos por causa da crise econômica no País, mas o especialista em finanças Rafael Seabra minimiza os riscos. "Essa é a aplicação mais segura que existe no mercado, pois é garantida pelo Tesouro Nacional, que é mais forte que qualquer banco", explica.

Segundo Magalhães, da Easynvest, o próximo passo é aprender a diversificar os investimentos. "Como o investimento inicial é pequeno, o investidor pode utilizar o Tesouro Direto para acumular uma quantia e depois buscar outras alternativas", diz.

Outros produtos da renda fixa, como CDB e LCI, oferecem taxas melhores para aportes maiores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasImigraçãoPoupançaTesouro Direto

Mais de Minhas Finanças

Receita Federal libera consulta ao último lote residual de restituição do IRPF em 2024

Pix bate novo recorde com 252,1 milhões de transações em um único dia

Caixa inicia pagamento do programa Pé-de-Meia: saiba como funciona o benefício

Agências bancárias terão horário de atendimento reduzido dia 24; veja funcionamento