“As ações de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Espanha, são nossas preferidas”, diz o relatório (getty images)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h35.
Em relatório enviado a clientes, os analistas do banco de investimentos Barclays recomendam aos investidores que mantenham suas posições em ações, já que esse mercado deve continuar superando o de renda fixa.
Eles enfatizam, contudo, que o melhor é escolher as bolsas de países desenvolvidos. Por ora, os emergentes “ficam de canto”.
De acordo com o estrategista do Barclays, Larry Kantor, o cenário global hoje é caracterizado por um crescimento econômico “medíocre”, além de um ambiente de aperto da política fiscal e “extraordinário relaxamento da política monetária e baixa volatilidade”.
Tudo isso tem feito o mercado de ações superar, e muito, o de renda fixa. Esse bom desempenho aconteceu, segundo o analista, de forma muito repentina. “Os mercados foram muito longe muito rápido, e isso tornou os investidores bastante otimistas”, afirma.
Por isso, ele acredita em um período de baixa das principais bolsas internacionais, para corrigir o excesso de ânimo.
Mesmo assim, na opinião de Kantor, mesmo que haja uma eventual correção, ela será “contida, dados os fundamentos persistentes que dão suporte para o mercado de ações”.
Entre estes fundamentos, o estrategista cita o contínuo suporte político à recuperação econômica, baixo risco de um retorno à recessão e atraentes indicadores de desempenho das empresas nos países desenvolvidos.
E é justamente nos países desenvolvidos que estão as preferências do estrategista do Barclays. “As ações de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Espanha, são nossas preferidas”, diz o relatório. Esses países são os que apresentam, na visão do banco, o melhor ritmo de recuperação econômica, melhorando a confiança dos investidores no mercado.
Nos Estados Unidos, especificamente, as ações mais promissoras, segundo o relatório, são as de empresas de setores como tecnologia, indústria, energia, e de setores mais defensivos, como telecomunicações, serviços de utilidade pública e saúde.
E os emergentes?
Os países emergentes, que nos últimos anos foram a menina dos olhos de muitos investidores, hoje já não exercem mais a mesma atração. Segundo o relatório dos Barclays, enquanto Estados Unidos e Japão mostram uma melhora mais convincente de suas economias, os emergentes têm crescido a taxas decepcionantes desde 2011.
Isso fez com que os investidores globais voltassem novamente a atenção aos mercados desenvolvidos, retirando parte de seus recursos das bolsas emergentes. “Como resultado, a correlação entre as bolsas dos países emergentes e seus pares nos países desenvolvidos diminuiu”, diz o relatório.
“Vemos poucas razões para mudar essa visão e nossas projeções de retorno nos mercados emergentes em 2013.”